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Wada não pune atrasos, mas cobra avanços para manter credenciamento da Rusada

As seguidas falhas não cobraram um preço tão alto. Depois de um longo processo e uma série de atrasos, a Rusada, laboratório antidoping russo, precisará continuar cumprindo uma série de protocolos, estabelecidos em setembro de 2018, para manter seu credenciamento junto à Agência Mundial Antidoping (Wada). O anúncio foi feito nesta terça-feira(22) em teleconferência. Com isso, a participação da Rússia nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, segue condicionada a avanços do laboratório russo no programa antidoping.

"Nós decidimos seguir com as condições estabelecidas em setembro. E endossamos o que dissemos antes. Vimos uma série de progressos significativos e decidimos. Não é o processo mais fácil que já estivemos. E ainda há muito a ser feito. Vamos seguir para a segunda fase desse processo. Acho que isso é do melhor interesse do esporte. Eu espero que os atletas mostrem que estamos progredindo" explicou Craig Reedie, presidente da Wada.

Em suma, a auditoria de conformidade foi realizada em dezembro de 2018 e os resultados foram considerados positivos pela Wada. No entanto, os dados não foram recebidos até 31 de dezembro de 2018, que estava previamente acordado. Geralmente, os órgãos que são autuados recebem pelo menos três meses para corrigirem as não conformidade antes do encaminhamento para o Comitê de Revisão de Conformidade (CRC), mas neste caso a Wada seguiu o procedimento especial acelerado, encaminhando o assunto à CRC imediatamente.

"Vários membros do Comitê Executivo expressaram sua decepção pelo fato de o prazo não ter sido cumprido, mas concordaram que nenhuma sanção a esse respeito deveria ser imposta. Acima de tudo, queremos garantir que aqueles que trapacearem sejam responsabilizados. É disso que se trata a decisão de de setembro, e espero que os atletas e outras pessoas vejam que estamos fazendo um bom progresso nesse sentido"- disse Reedie.

À medida que busca autenticar os dados, o Departamento de Inteligência e Informação da Wada apresentará relatórios de progresso a cada duas semanas ao CRC. Se, a qualquer momento, for informado que os dados foram adulterados, o CRC se reunirá para revisar os fatos. Segundo os membros da Wada, há mais de 30 Terabytes de dados coletados na Rusadas. As investigações seguirão. Caso haja alguma suspeita, as amostras serão comparadas.

A Wada ainda explicou que se durante a terceira fase (determinar quais atletas têm um caso para responder), as autoridades russas não atenderem aos pedidos de reanálise de qualquer uma das amostras armazenadas no Laboratório de Moscou, o CRC seguirá o mesmo processo e retornará ao Comitê Executivo com uma recomendação apropriada.

Uma equipe da Wada (Agência Mundial Antidoping) enfim obteve acesso ao laboratório da Rusada (Agência Antidopagem Russa), em Moscou no dia 10 de janeiro, dez dias após o prazo designado, que era 31 de dezembro de 2018. Porém, a equipe de inspeção da Wada não teve acesso total aos dados. Um dia antes, o governo da Rússia tinha atribuído o atraso a "problemas logísticos". A data foi uma exigência da Wada à Rusada e não foi respeitada. A Rússia, que foi acusada de doping institucionalizado entre 2011 e 2015, poderia receber novas sanções por conta disso.

O fracasso da Rússia em fornecer acesso total ao laboratório e aos dados antes do prazo final de dezembro levou 16 comitês nacionais antidoping e a comissão de atletas de Wada a pedir que a Rússia fosse suspensa. A questão será debatida quando o comitê de revisão de conformidade da Wada se reunir em 14 de janeiro.

foto: Maxim Shemenov/Reuters

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