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Nova Geração do Atletismo (parte 5): Juan Miguel Echevarria - salto em distância

A IAAF tem promovido uma série selecionando atletas que prometem ser grandes estrelas no futuro, de olho, principalmente, no Mundial de Atletismo em Doha (2019) e na Olimpíada de Tóquio (2020). O cubano Juan Miguel Echevarria, jovem saltador de 20 anos, não poderia ficar de fora e foi o quinto selecionado para série. 

Quando o jovem atleta "voou" para conquistar sua vitória no salto em distância na Diamond League, em Estocolmo, em junho passado, Juan Miguel Echevarria quase pulou do fosso. Não é surpresa, então, que depois do gigantesco e histórico salto de 8,83m, o mais distante em quase 24 anos, cogitar que o cubano tem tudo para perseguir o recorde mundial nos anos vindouros.

Infelizmente para Echevarria, um vento de 2,1 m/s na capital sueca estava um pouco acima do limite permitido pela IAAF para fins de recorde, que é de 2,0 m/s, mas ainda assim o colocou entre os cinco primeiros de todos os tempos e em todas as condições, na companhia de algumas das grandes lendas do esporte, incluindo o recordista mundial Mike Powell (8,95 m), o tetracampeão olímpico Carl Lewis (8,87 m) e o ex-recordista mundial Bob Beamon (8,90 m). Com apenas 20 anos, Echevarria terá tempo suficiente para superar essas lendas.

Depois de saltar 7,47m aos 15 anos, em 2014, Echevarria ganhou destaque em 2015, quando conseguiu, pela primeira vez, saltar acima de oito metros, o que já o colocava entre os grandes atletas da modalidade. Com 16 anos, ele saltou 8,05 metros em Havana, em 15 de maio daquele ano, colocando-o em quinto lugar na lista de recordes mundiais do sub-18 de todos os tempos. No Campeonato Mundial Sub-18 de Cali (COL) no final daquele ano - sua primeira competição fora de Cuba - terminou fora do pódio, em um amargo quarto lugar, a sete centímetros do bronze. Mesmo assim, terminou o ano em alta, ganhando o título júnior pan-americano, em Edmonton.

Echevarria abriu sua temporada de 2016 com um salto de 8,15m, auxiliado pelo vento. De toda forma, foi ao mundial sub-20 como favorito ao pódio. Porém, o cubano sofreu um novo revés, terminando em quinto no Campeonato Mundial de base, a apenas 10 centímetros de uma medalha.

Ainda como atleta sub20, ele melhorou bastante em 2017. Fez os recordes pessoas de 8,19m e 8,28m, passando para a sétima posição na lista de todos os tempos do mundo na categoria sub-20 naquela época. As boas marcas os credenciaram para participar do Campeonato Mundial da IAAF, em Londres (2017), mas o cubano perdeu a final por cinco centímetros.

Em 2018, seu primeiro ano como sênior. Echevarria fez sua estreia em um campeonato indoor e venceu a IAAF World Indoor Tour, em Kalsrube. Em seguida, estabeleceu uma nova melhor marca pessoal, em Metz: 8,34m. Menos de um mês depois, tornou-se uma das maiores surpresas do Campeonato Mundial Indoor, em Birmingham, ao conquistar a medalha de ouro com 8,46m, derrotando o campeão mundial Luvo Manyonga em uma emocionante disputa.

Seu progresso continuou na temporada outdoor (ao ar livre). Saltou 8.40m em Cuba, antes de melhorar para 8.53m na IAAF Diamond League em Roma, onde terminou em segundo lugar, perdendo para Manyonga. Contra o seu rival sul-africano, mais uma vez em Estocolmo, Echevarria venceu a competição com um salto de 8,50m, mas depois partiu para a sua 8.83m auxiliada pelo vento na última tentativa. 

Com dezenove anos na época do salto em solo sueco, Echevarria não havia nascido na última vez que alguém saltou tão longe. A última vez que isso aconteceu, Mike Powell saltou 8,95m em Sestriere, Itália, em 31 de julho de 1994, com um forte vento de 3,9 m/s.

O seu memorável ano de 2018 continuou no final do mês passado, com 8.66m e 8.68m como novos recordes pessoais em Ostrava e Bad Langensalza, na Alemanha, respectivamente. Em 5 de julho, ele chegou a 8,34 metros em uma competição em Guadalajara, na Espanha, para conquistar sua oitava vitória em 10 disputas neste ano, antes de uma leve contusão no fim da temporada. Um ano bastante regular e que o colocou de vez na lista de grandes nomes da atualidade no salto em distância. 

Em entrevista, Echevarria afirmou que se sentiu muito prejudicado, quando mais jovem, pela falta de concentração e disciplina. Segundo o cubano, um momento triste foi crucial para essa mudança: o falecimento de sua mãe. “Houve uma mudança na minha vida em 2017, quando minha mãe, Luciana, faleceu. Isso mudou as coisas para mim. Foi quando o verdadeiro Echevarria surgiu e eu comecei a me concentrar mais e ter alguns bons resultados. Minha mãe era tudo para mim, me dava vida, junto com meu pai. Às vezes, os tempos eram difíceis. Às vezes, eu nem sempre estava pronto para trabalhar, não gostava de levantar de manhã para treinar. Mas ela sempre estava lá me empurrando, me motivando. Eu sou a pessoa que sou agora graças a ela. Espero que ela esteja feliz com tudo o que estou conseguindo. Realmente, é tudo graças à minha mãe", finalizou.

Os resultados de Echevarria, de fato, foram bastante consistentes em 2018, um ano de bastante evolução. O jovem promete dar muito trabalho no mundial de Atletismo do ano que vem e na Olimpíada de Tóquio/2020.

Foto: ESPN


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