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Mundial de Ginástica Artística 2018 – Último Dia

O último dia de Ginástica Artística reservou apresentações memoráveis. Biles ganhou mais duas medalhas, holandês e norte-coreano conquistaram o tricampeonato mundial, chinês conseguiu a maior nota de toda a competição e os brasileiros não conseguiram trazer novas medalhas.

FLÁVIA SARAIVA FICA NO TOP CINCO DO SOLO E CAIO SOUZA É O OITAVO NO SALTO
No último dia de disputas em Doha (QAT), o Brasil teve dois representantes nas finais por aparelho. Flávia Saraiva tentava sua primeira medalha em mundiais no solo e Caio Souza procurava surpreender os favoritos no salto.

O primeiro a competir foi Caio Souza. O salto masculino abriu as finais de hoje. Caio foi o sexto a saltar. No primeiro salto, fez 14.633 e se colocou na disputa por medalhas. Porém, ao tentar executar o salto Dragulescu, não finalizou bem e sofreu uma queda na segunda tentativa. Com a pontuação perdida, fez 13.133 e terminou a competição na oitava colocação.

Flavinha foi a segunda a se apresentar no solo. Com toda a desenvoltura que lhe é peculiar, fez uma rotina bastante interessante, contudo pecou logo no primeiro salto, pisando fora do tablado, perdendo um décimo na nota final. Ainda assim, a nota da brasileira foi 13.766, que a credenciava a subir ao pódio. Mas não deu. A brasileira foi superada por Simone Biles (USA), que fez 14.933, Morgan Hurd (USA) com 13.933 e a japonesa Mai Murakami e sua nota 13.866, fechando o pódio. A russa Angelina Melnikova também superou a brasileira, com seus 13.833.

Se a brasileira não tivesse pisado fora do tablado, teria conquistado a medalha de bronze no desempate, pois sua nota de execução foi superior a de Murakami, terceira colocada. Mas a brasileira fez um bom mundial. Além da final do solo, está entre as oito ginastas mais completas do mundo.

BILES CONQUISTA SEU 14º TÍTULO MUNDIAL

A estrela americana teve mais um dia de medalhas. No exercício da trave, sofreu alguns desequilíbrios e foi superada por Liu Tingting (CHN) e Ana-Marie Padurariu (CAN), ficando com o bronze. A americana ficou visivelmente chateada com seu desempenho no aparelho, mas ainda tinha o solo pela frente.

E não deu outra. No solo, com uma dificuldade de 6.7, Biles brilhou e fez todo mundo soltar beijinhos na arquibancada (na rotina de Biles no solo ela lança um beijinho para o público, gesto retribuído). A americana ficou com a nota 14.933 e deixou para trás sua compatriota Morgan Hurd e a japonesa Mai Murakami, mesmo tendo saído para fora do tablado e sendo penalizada.

Biles agora tem 20 medalhas em campeonatos mundiais, empatada com Svetlana Khorkina, da Rússia, como a ginasta mais premiada. A diferença é que Biles, como dito, tem 14 medalhas douradas, mais que a russa, que encerrou sua carreira com 9 títulos mundiais (5 nas assimétricas).

"Estou definitivamente feliz, especialmente por ganhar uma medalha em todos os aparelhos", disse Biles, que venceu por uma diferença superior a um ponto. "Não importa a cor da medalha, estou orgulhosa do meu trabalho. É gratificante, porque dediquei muito esforço e dedicação a esse esporte, então não poderia estar mais feliz. Gostaria que alguns dos exercícios fossem melhores, mas estou orgulhosa do resultado".

LIU TINGTING TRIUNFA NA FINAL DA TRAVE

Liu Tingting conseguiu o sexto título mundial para a China na trave de equilíbrio. A última a se apresentar no aparelho, a chinesa fez uma bela rotina, pontuando com 14,533 e marcando a maior dificuldade dentre as atletas da final (6.3).

"Fiquei dizendo a mim mesma: 'Acalme-se, acalme-se'", disse Liu, a primeira chinesa campeã mundial na trave em sete anos. "Eu não pensei em uma medalha, apenas acreditei e fiz meu melhor. Estou me sentido incrível", concluiu a campeã mundial.

Ana Padurariu (CAN), de apenas 16 anos, ganhou a medalha de prata logo em seu primeiro campeonato mundial. Biles, como vimos, ficou com o bronze.

RI CONQUISTA O TRICAMPEONATO MUNDIAL NO SALTO

Ri, campeão olímpico do Rio/2016, retornou à ação depois de decidir não disputar o Campeonato Mundial de 2017 e conquistou seu terceiro título mundial no Salto masculino, depois de Nanning/2014 e Glasgow/2015. Ri realizou seus dois exercícios com dificuldade 6.0: um Dragulescu e um Tsukahara. Com uma boa nota de execução em ambos, conseguiu uma média de 14.933.

"Eu não tinha nada de especial", disse Ri, de 33 naos, sobre sua estratégia. "Estava apenas me concentrando na minha execução, para completar os dois saltos com sucesso. Os elementos que executo não são fáceis, são complexos, mas eu tinha plena confiança de que poderia executá-los ".

Artur Dalaloyan (RUS), que ganhou o ouro no individual geral e no solo, ficou com a medalha de prata, sua quarta no mundial. Ele teve as maiores notas de execução, mas seus dois saltos de 5.6 de dificuldade não foram suficientes para superar Ri. O campeão mundial Kenzo Shirai (JPN) ganhou o bronze.

JINGYUAN ZOU É CAMPEÃO NAS BARRAS ASSIMÉTRICAS


Em uma final empolgante, o atual campeão, Zou, não deu a menor chance aos adversários. O chinês fez uma apresentação brilhante e mesmo com a difilcudade 7.0, conseguiu a nota de execução 9.433. Sem erros graves, a nota de 16.433, a maior pontuação de todo o mundial de Doha, garantiu o alto do pódio ao asiático.

Oleg Verniaiev (UKR), atual campeão olímpico no aparelho na Rio/2016 e mundial em Nanning/2014, que tinha uma das melhores notas das classificatórias, ficou com a medalha de prata, com 15.591. Nota muito boa também, mas o chinês, hoje, não soube brincar.

O bronze foi para o russo Artur Dalaloyan, indiscutivelmente o melhor ginasta masculino da competição, angariando sua 5ª medalha neste mundial.

A final teve ainda a participação do nosso vizinho colombiano, Josimar Calvo, mas com a nota de 15.033, ficou apenas na sexta posição.

O campeão Zou admitiu que ficou surpreso com seu próprio desempenho: "Estou me sentindo um pouco genial neste momento. Comecei a praticar essa rotina há cerca de dois anos".

O PAPAI ZONDERLAND VOLTA A DOMINAR NA BARRA FIXA


O campeão olímpico de Londres/2012, Zonderland fechou a competição com uma medalha de ouro na Barra Fixa, seu terceiro título mundial, seguindo Antuérpia/2013 e Nanning/2014. Zonderland, cujo filho naseu dias antes de partir para a competição em Doha, ficou emocionado ao receber o título. O holandes garantiu a pontuação 15.100, a maior no aparelho em toda competição, com uma enorme dificuldade (6.8).

"Foi uma rotina boa e não houve grandes erros. Depois de dois anos ruins antes das Olimpíadas do Rio, o ano passado foi muito bom, mas agora estou de volta de verdade, e isso é incrível", assegurou Zonderland, que recebeu um telefonema de parabenização do primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, minutos após a final. O pai de primeira viagem acrescentou: "Este ouro é para o Bert".

O campeão mundial de 2015, Kohei Uchimura (JPN), que ajudou o Japão a conquistar o bronze na final da equipe em Doha, conquistou sua única medalha individual na competição: a prata. O bicampeão olímpico e seis vezes campeão mundial no individual geral fez uma excelente rotina e pontuou para 14.800 (6.4 dificuldade), mas foi incapaz de superar Zonderland.

O americano Sam Mikulak, após várias tentativas batendo na trave, conquistou sua única medalha no mundial: o bronze. Sua nota foi composta pela maior pontuação em Execução da final.

QUADRO DE MEDALHAS DO MUNDIAL DE GINÁSTICA ARTÍSTICA DE DOHA

Após subir quatro vezes no lugar mais alto do pódio, Biles ajudou aos Estados Unidos a ficarem no topo do ranking de medalhas. A ginástica americana ficou com quatro medalhas de ouro, duas de prata e 3 de bronze. China veio logo atrás, com quatro medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Em terceiro, a Rússia, com duas de ouro, três de prata e duas de bronze. Apesar de conquistar somente uma medalha, a prata de Zanetti garantiu a décima posição para os brasileiros.

Ginastas de 17 nações conquistaram medalhas em Doha. Entre eles, o brasileiro Arthur Zanetti, que ficou com a medalha de prata no dia de ontem. Ficou aquele gostinho de dava para ter sido melhor, mas foi importante a medalha brasileira, depois de dois mundiais sem subir ao pódio.

O próximo mundial, o 49º Campeonato Mundial de Ginástica Artística, acontecerá de 4 a 13 de outubro de 2019, em Stuttgart (GER) e será importantíssimo, pois distribuirá diversas vagas olímpicas.

Fotos: 1 e 3) Karim Jaafar (AFP); 2) CBG; 4) cgtn; 5) bbc

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