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Brasil terá 26 atletas no Mundial de Caratê, o último antes de Tóquio 2020

A capital espanhola será palco nesta semana de uma das competições mais prestigiadas da história do caratê. Estreante no programa de Tóquio 2020, a modalidade terá ao longo da semana o último Mundial antes dos Jogos Olímpicos. O torneio em Madri é o que mais vale pontos na formação do ranking internacional, que será um dos critérios de classificação para o Japão. Não à toa, mais de 1.200 atletas, de 139 países, estão inscritos no evento que será disputado no Wizink Center, um dos mais importantes espaços de múltiplas funções da Europa.

"O primeiro critério de classificação para Tóquio será o ranking mundial. Este evento tem a maior pontuação do ciclo. Para se ter uma comparação, o valor da pontuação do Mundial é quatro vezes maior do que uma etapa da Premier League que ocorreu em Tóquio mês passado. Cada luta vencida contabiliza uma pontuação valiosa", afirmou William Cardoso, diretor técnico da Confederação Brasileira de Karate (CBK).

O Mundial terá três modalidades: kata (demonstração), kumite (lutas) e paralímpico (para cadeirantes e deficientes visuais). O Brasil levou à Espanha 26 atletas: oito no kata, 13 no kumite e cinco no paralímpico. São 15 representantes no masculino e 11 no feminino (confira a lista completa). A delegação nacional se completa com sete técnicos, três árbitros e um fisioterapeuta.

"Para cada atleta temos objetivos diferentes. Com alguns pretendemos melhorar a classificação no ranking, enquanto outros pretendemos já garantir uma pontuação para se manter no Top 3", explicou Cardoso. Entre os destaques estão Vinicius Figueira (kumite -67kg) Douglas Brose (kumite -60kg) e Valéria Kumizaki (kumite -55kg), atletas mais experientes e premiados. "Mas existe uma nova geração que promete bons resultados. Podemos citar aí o Kaique Rodrigues (kumite -84kg) e a Stephani Trevisan (kumite -61kg)", comentou o diretor técnico da CBK.

Oito meses em quatro
Douglas Brose vem desde o fim de maio numa corrida contra o tempo. Na semifinal dos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba, na Bolívia, o atleta de 32 anos sofreu uma lesão no tendão calcâneo da perna esquerda. Até então líder do ranking mundial, ele precisou passar por cirurgia e por intenso trabalho de fisioterapia. A previsão, segundo ele, era de oito meses parado, mas em quatro o carateca já estava na ativa. Com dores, mas de volta. O gaúcho de Cruz Alta chega ao Mundial animado após uma quinta colocação na primeira competição que disputou, a Premiere League de Tóquio.

"Foi um período complicado e extenso, mas tive bom acompanhamento. Clinicamente estou recuperado. Ainda sinto um pouco de dor, mas estou treinando em ritmo forte há mais de dois meses e meio", afirmou o atleta, que coleciona dois ouros (2010 e 2014), uma prata (2012) e um bronze (2008) em mundiais, e tem olhar especial para Madri.

"Este Mundial é bem importante. É um dos maiores da história. Na minha categoria são quase 90 atletas (87, um de cada país). Será uma competição atípica e competitiva, principalmente por conta dos Jogos Olímpicos", afirmou Brose, que também acumula um ouro e uma prata nos Jogos Mundiais, além de dez títulos em Pan-Americanos. Ele estreia na Espanha na quarta-feira (7.11). A chave ainda não foi definida.

Concentração final
Porta-bandeira do Brasil nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba, Valéria Kumizaki é um dos potenciais destaques entre as 75 atletas da categoria até 55kg em Madri. Atual vice-campeã mundial (2016), primeira carateca a vencer os Jogos Mundiais (2017) e ouro na Bolívia (2018), a atleta de 33 anos chega com a confiança em alta na capital espanhola.

"Ficamos nessa reta final em Arganda del Rey, pertinho de Madri. Depois da Premier League de Tóquio viemos para cá. Estamos focados e treinando forte", afirmou a atleta, que foi sétima colocada no Japão. "Luto no dia 7. Passa muitas coisas na nossa cabeça quando começa a chegar perto de um campeonato tão importante. Quero muito estar na final como no Mundial passado. Fizemos uma ótima preparação. Fui para todas as etapas do circuito mundial. Estamos prontos", avaliou Kumizaki.
Forma de disputa

Na categoria kumite, de lutas, as disputas são em round único. São dois minutos para as mulheres e três minutos para os homens. Os combates são em eliminatória simples. Perdeu, está fora. Há repescagem apenas para quem perder para os dois finalistas, valendo dois bronzes. Os golpes ao longo da luta valem de um a três pontos. "Um ponto é para técnicas de soco na cabeça ou no tronco. Dois para técnicas de chute no tronco, e três para técnica de chute na cabeça ou técnica pontuável com o adversário no chão", explicou William Cardoso.

No kata, existe uma sequência pré-determinada de movimentos que o atleta precisa exibir, que em média dura dois minutos. As disputas são sempre em dupla. Um júri de cinco árbitros define o melhor em cada duelo, que segue em diante na competição. Os critérios levados em consideração são a técnica, o posicionamento, os movimentos de transição, a sincronização, a respiração, o foco e o grau de dificuldade. As disputas paralímpicas são todas no kata. Existem classes para cadeirantes, para atletas com deficiência visual e para deficiência intelectual.

Foto: Divulgação


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