Entre os alunos do Centro de Formação Esportiva – Esportes
Paralímpicos, que funciona no Centro de Treinamento Paralímpico, em São
Paulo, uma chama atenção pelo recurso que utiliza para jogar bocha.
Yasmin Pedroso, 17 anos, tem paralisia cerebral devido à falta de
oxigenação no parto, que a deixou apenas com os movimentos da cabeça.
Por isso, a jovem paulista usa o celular para se comunicar há dois anos.
Yasmin
frequenta o Centro de Formação desde maio e já teve uma evolução
significativa. “Quando ela chegou aqui, não tinha coordenação motora
para fazer o lançamento da bola, que no caso dela é com o auxílio da
calha. Agora, ela já consegue fazer esse movimento. Cada dia é uma
vitória devido a severidade da deficiência, que compromete até a fala”,
relatou Patrick Dottore, professor de bocha do projeto.
Os pais
da aluna, Marina e José Roberto Pedroso, a acompanham nas aulas. Eles
sempre quiseram que a filha praticasse esporte, então a inscreveram no
projeto assim que souberam dele. A família, que mora em Carapicuíba, na
região metropolitana de São Paulo, vem duas vezes por semana ao CT
Paralímpico para as aulas de bocha.
Com o movimento da cabeça,
Yasmin controla o cursor no celular, no qual escolhe a direção da calha.
Ao ouvir as orientações (direita ou esquerda) reproduzidas pelo
aparelho, um auxiliar (calheiro) posiciona a calha e ela solta a bola.
“Quando
sugerimos usar o celular para ela jogar, falaram que ninguém fazia isso
e indicaram outras formas de comunicação, que os outros BC3 (classe
para os atletas com maior nível de comprometimento) usam, como piscar e
mexer a boca. Mas já tentamos esses sinais com a Yasmin e ela não
consegue, porque não tem controle facial suficiente, ela não pisca com
intenção de fazer isso, por exemplo. Então deixaram usarmos o celular”,
explicou Marina Pedroso, mãe da jovem.
O Centro de Formação
Esportiva é um projeto do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que teve
início em abril de 2018 e tem como objetivo promover a iniciação de
crianças com deficiência física, visual ou intelectual na faixa etária
de 10 a 17 anos em oito modalidades paralímpicas: atletismo, bocha,
futebol de 5, goalball, judô, natação, tênis de mesa e vôlei sentado. As
atividades são realizadas no CT Paralímpico (Rodovia dos Imigrantes, km
11.5, São Paulo/SP).
Foto: CPB
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