Catar sabotou as candidaturas rivais para sediar a Copa do Mundo de 2022, de acordo com uma longa denúncia publicada neste domingo pelo jornal britânico "The Sunday Times". Os principais alvos da operação foram as campanhas de Austrália e Estados Unidos - a Inglaterra também estava no páreo na ocasião, embora com menos força.
Segundo a reportagem, diversos documentos fornecidos por uma fonte que fez parte do Comitê do Catar comprovam o plano arquitetado pelos qataris para difamar a candidatura dos adversários com informações falsas.
A prova mais concreta seria um e-mail - intitulado "Estratégia" - enviado por Michael Holtzman, presidente da "BLJ Worldwide", empresa contratada para comandar a candidatura do país árabe. O e-mail foi endereçado a Ahmad Nimeh, um dos chefes da campanha Qatar 2022.
"De acordo com os e-mails, eles recrutaram jornalistas, blogueiros e outras figuras para circular histórias negativas, espionar rivais, espalhar notícias inteligentes para pessoas chaves e criar protestos" explica a denúncia.
O Catar também teria contratado um professor americano por U$ 9 mil (R$ 33,4 mil) para que publicasse um estudo informando o impacto negativo que uma Copa do Mundo teria nos Estados Unidos. Vale lembrar que uma das exigências da Fifa na escolha da sede de um Mundial é o apoio popular no país.
O "The Sunday Times" informou que procurou os chefes da candidatura do Catar, mas que não houve resposta. No entanto, após a publicação da denúncia, os qataris se defenderam.
"O Comitê Supremo rejeita qualquer alegação publicada pelo The Sunday Times. Nós fomos minuciosamente investigados e fornecemos todas as informações relacionadas à nossa campanha. Nós seguimos à risca todas as regras da Fifa no processo de candidatura para sediar a Copa do Mundo de 2022" informou.
A notícia acendeu uma fagulha de esperança nos ingleses, que pedem um posicionamento da Fifa com relação às acusações. Em entrevista à "Rádio BBC", Damian Collins, ministro da Cultura e do Esporte da Inglaterra, cobrou a apuração dos fatos.
"Isso requer uma investigação independente apropriada, a Fifa deveria deixar claro que isso vai acontecer. Se os cataris quebraram as regras, eles deveriam sofrer sanções" afirmou o ministro.
foto: Divulgação
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