Representantes do Comitê Olímpico Brasil (COB) e da ONU Mulheres se
reuniram durante dois dias na última semana, na sede do COB, para
discutir conjuntamente as diretrizes para a elaboração da Política de
Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e Abuso Sexual, que será
implementada ainda esse ano pelo COB.
As diretrizes da nova política abrangerão todas as atividades
desenvolvidas pela entidade esportiva e seus funcionários e valerão para
eventos e missões organizadas pelo COB, como os Jogos Escolares da
Juventude, que recebem anualmente quase 6 mil atletas de todo Brasil em
sua etapa nacional. Os quase 80 jovens que representarão o Brasil nos
Jogos Olímpicos da Juventude, que acontecem de 6 a 18 de outubro, em
Buenos Aires, já receberão orientações do COB sobre o assunto e terão um
canal aberto para eventuais denúncias durante o evento.
“O COB está totalmente comprometido em elaborar uma política eficaz
para tratar um tema tão delicado como o assédio e o abuso no esporte
com a profundidade merecida. Estamos extremamente orgulhosos por contar
com o apoio de uma entidade com tamanha credibilidade como a ONU
Mulheres nesta causa. Isso nos dá a certeza de que a iniciativa trará
benefícios enormes para a comunidade esportiva brasileira. O COB está
inteiramente imbuído em combater qualquer tipo de violência, seja moral
ou sexual, contra uma pessoa envolvida no esporte. Muito em breve,
teremos uma política robusta, que será uma referência para todas as
entidades esportivas. A busca por um ambiente seguro, positivo e
equilibrado no esporte é o que nos norteia, inspira e motiva”, enfatiza o
presidente do COB, Paulo Wanderley.
O COB já possui uma ouvidoria, canal aberto para receber qualquer
tipo de denúncia e, com a nova política, aprimorará todos os processos
internos e externos relacionados a casos de abuso e assédio no ambiente
esportivo.
Para a elaboração da nova política, um grupo de trabalho foi
formado por profissionais das mais diferentes áreas de atuação dentro do
COB. Representada pela gerente de Projetos, Carolina Ferracini, e pela
especialista no Enfrentamento à Violência contra as Mulheesr, Aline
Yamamoto, a ONU Mulheres se juntou ao grupo para prestar consultoria e
orientar na elaboração do documento.
“Parabenizamos a iniciativa do COB de instituir uma política de
enfrentamento ao assédio e abuso sexual. Só a abertura da entidade para
debater um assunto tão complexo já mostra o compromisso com o tema.
Considero um grande avanço, que deixará um lastro positivo em toda
comunidade esportiva brasileira. Nossa atuação é no sentido de orientar o
COB a adotar as melhores práticas na resposta a um assunto tão sério
como esse. A ONU Mulheres está orgulhosa de fazer parte deste momento”,
afirma Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, que ressalta
a importância de criar um ambiente de acolhimento e escuta para
possíveis vítimas.
A ONU Mulheres atua como secretariado da Comissão da Organização
das Nações Unidas sobre a Situação das Mulheres (CSW). No Brasil, a ONU
Mulheres implementa, desde 2016, o programa Uma Vitória Leva à Outra
pelo empoderamento das meninas e jovens mulheres através do esporte, em
parceria com as organizações Women Win e Empodera. Parte do trabalho
previsto para a segunda fase do programa (2018-2021) é a integração de
uma perspectiva de gênero nas políticas nacionais do esporte, tema para o
qual a ONU Mulheres vê o COB como a instituição naturalmente líder.
Foto: COB
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