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Atletas do handebol se unem em manifesto por novo estatuto para CBHb

Os atletas do handebol brasileiro agora têm voz mais forte e pedem mudanças. Nesta terça-feira(28), os capitães das seleções brasileiras e campeões mundiais se uniram e divulgaram o manifesto de lançamento do Movimento Atletas pelo Handebol. O grupo tenta reerguer o esporte no país, prejudicado pela crise na CBHb, que perdeu 75% do orçamento. Para os atletas, um novo estatuto para a entidade é o primeiro passo.


"Nossa ideia é trazer melhoras para o handebol. Acredito que praticamente chegamos ao fundo do poço. O que queremos é ajudar. Estamos dispostos a ajudar em todos os âmbitos. Antes de tudo estamos nos organizando e buscando alianças com atletas e clubes de todo o Brasil para que tenhamos o poder de nos posicionar e poder ajudar com as melhorias que o handebol do país tanto precisa" disse Thiagus Petrus, jogador do Barcelona e capitão da seleção brasileira masculina.

O Movimento Atletas pelo Handebol é um grupo independente de atletas que se juntaram inicialmente para pedir a renúncia do presidente da CBHb, Manoel Luiz de Oliveira, acusado de irregularidades no uso de mais de R$ 21 milhões em dinheiro público. O dirigente hoje está afastado do cargo por ordem judicial, e a entidade está sendo presidida pelo vice, Ricardinho Souza.

Além de Thiagus, fazem parte do movimento as campeãs mundiais Duda Amorim e Bárbara Arenhart, Felipe Borges, Gil Pires, Patrícia Scheppa, Gil Pires e Bruno de Oliveira. Os atletas agora se articularam para ter mais voz e representar os interesses dos jogadores brasileiros. Uma mudança estrutural é o primeiro pedido do grupo, que quer um novo estatuto para a CBHb, mais moderno e representativo, diminuindo o papel da presidência nas tomadas de decisões.

Em seu primeiro manifesto, o Movimento Atletas pelo Handebol cobra uma renovação da diretoria da CBHb para recuperar a imagem da entidade. Assim, o grupo espera atrair novamente patrocinadores e investidores, garantindo a preparação das seleções brasileiras. As equipes de handebol de areia precisaram de vaquinha para ir ao Mundial deste ano, e o Brasil cancelou a participação no Mundial sub-18 feminino por falta de recursos.

O Movimento Atletas pelo Handebol se mostrou aberto ao diálogo com a atual diretoria da CBHb, bem como com a oposição, clubes, atletas e árbitros. Confira o manifesto do Movimento Atletas pelo Handebol na íntegra:

Nos últimos anos, a imagem do Handebol Brasileiro foi depreciada, devido às demandas judiciais em que a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) e seus representantes estão submetidos, deixando em segundo plano as realizações esportivas. Em consequência disso, o Handebol, em nível nacional, regrediu neste período, fazendo com que uma grande parcela dos atletas decidisse apostar em seu desenvolvimento pessoal no exterior.

O Movimento Atletas pelo Handebol tem a finalidade de justamente diminuir essa precariedade da realidade em que o handebol brasileiro está inserido. Apresentamos, a partir deste manifesto, a demonstração de vontade de mudanças, defendendo os direitos da categoria e, principalmente, melhorias na gestão da modalidade junto aos Clubes, Federações, técnicos, comissões e todas as pessoas envolvidas com o Handebol, tanto de areia quanto de quadra.

A insatisfação dos atletas vem de um processo de longos anos e em diferentes frentes. Dessa forma, se faz necessária a nossa união, sob a criação de um movimento que mobilize classes, visando avançar uma luta com o objetivo de conquistar um Handebol superior, inspirado em modelos nos quais prevalecem a seriedade e o total compromisso com a modalidade.

Precisamos de mudanças estruturais na gestão da CBHb, por meio de um trabalho transparente, com a implementação de um Estatuto Profissional e Representativo, em que os grupos de interesse tenham participação na tomada de decisões, afinal os atletas são os maiores protagonistas e a razão do trabalho da CBHb. Em virtude disso, cobramos a renovação da diretoria da CBHb para que, dessa maneira, possamos recuperar a imagem da Confederação, bem como atrair o setor privado e instituições, objetivando o investimento e o crescimento do esporte.

Além disso, pretendemos desenvolver uma estrutura segura e sustentável para a prática do Handebol de alto rendimento em todo o território nacional. Por fim, acreditamos que qualquer avanço possa criar meios para a profissionalização do Handebol no Brasil, implicando benefícios à própria Confederação, atletas, federações, árbitros, clubes e os demais envolvidos, sendo capaz de transformar a modalidade em um produto desenvolvido e atraente.

Cumpre destacar que já estudamos futuras ações e estamos abertos, com total disposição para com a atual gestão, bem como a respectiva oposição, mídia, empresas e todos os setores que se disporem a ajudar e lutar pelo Handebol. O movimento está aberto e pede o apoio de todos que se identifiquem e esperem ver o Handebol brasileiro crescer em todos os aspectos.

foto: Cinara Piccolo/Photo & Grafia

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