A Confederação Brasileira de Judô deu mais um importante passo no
combate e prevenção ao assédio sexual e moral no esporte ao assinar
na sexta-feira, 29, termo de cooperação técnica com o Ministério
Público do Trabalho que visa a estabelecer uma série de medidas para
educar e prevenir casos de assédio no judô. A assinatura do documento
foi realizada na sede da Confederação, no Rio de Janeiro, em reunião que
contou com a presença das campeãs olímpicas Sarah Menezes e Rafaela
Silva, ambas integrantes da Comissão de Atletas da CBJ.
"Esse
termo é de extrema importância. Traz uma segurança a mais para nós,
atletas, daqui para frente. E serve para conscientizar e alertar os
jovens que estão chegando", ressaltou Sarah.
"Prevenir
é sempre muito importante. O nosso esporte é de muito contato, tanto
homem com homem, quanto mulher com mulher. Por isso, talvez a gente
tenha uma disciplina, uma cobrança um pouco maior de saber o nosso
espaço e respeitar o espaço do outro. Acho importante essa preocupação
da Confederação", afirmou Rafaela.
O documento
prevê que a Confederação desenvolva canais de denúncia para a devida
apuração e punição de eventuais atos de assédio moral e sexual, além da
inclusão dos temas em debates com atletas, treinadores e patrocinadores,
e a criação de campanhas publicitárias sobre o assunto, o que já vem
sendo feito pela CBJ, a exemplo da palestra com psicólogos e assistentes sociais realizada no início de junho, no Campeoanto Brasileiro Sub-18.
"A
assinatura do termo de cooperação com o Ministério Público do Trabalho
demonstra a nossa preocupação com essa questão do assédio. Somos uma
modalidade que promove, além do atleta, a formação do indivíduo, a
educação. Esse termo vem fortalecer a nós como entidade preocupada em
criar um esclarecimento maior aos nossos praticantes, profissionais,
atletas do alto rendimento, sobre o que é assédio. Que bom que a gente
encontrou na Procuradoria uma parceira para esse trabalho", avaliou
Silvio Acácio Borges, presidente da CBJ.
O próximo passo será a divulgação de uma cartilha com normas de conduta para técnicos, atletas e dirigentes.
"A
nossa intenção é dar informação ao nosso público para evitar problemas
futuros e para que eles entendam o que é assédio e os limites. Vamos
continuar com as palestras dentro dos eventos nacionais e treinamentos
de campo. Também vamos disponibilizar no site da CBJ a cartilha para
quem quiser ter um esclarecimento maior sobre o tema", explicou Matheus
Theotônio, gestor de Eventos da CBJ.
Para o procurador-geral do Trabalho, doutor Ronaldo Fleury, o importante é atacar a raiz do problema, que é a conscientização.
"É
importante que haja essa parceria com a Confederação e a partir daí com
Federações, clubes e atletas, como Sarah e Rafaela, que são exemplos,
para que a gente faça chegar a atletas, técnicos e dirigentes uma
educação sobre até onde vai a reprimenda, o contato que é inerente ao
técnico com os atletas", disse Fleury, antes de destacar a importância
da denúncia. "O mais importante é expor. Enquanto os casos ficarem
escondidos, nenhum avanço será feito."
Além
dele, participaram da reunião os procuradores-chefes do Rio de Janeiro,
Gláucio Araújo de Oliveira e Fábio Goulart Villela. A CBJ foi
representada pelos gestores Robnelson Ferreira (Executivo), Ney Wilson
(Alto Rendimento), Renato Araújo (Financeiro) e Matheus Theotônio
(Eventos), além do presidente Silvio Acácio.
O acordo tem prazo de vigência de dois anos a partir da assinatura, podendo ser prorrogado por igual e sucessivo período.
Foto: CBJ
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