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Surto de olho na Rússia: La Roja busca inspiração em 2010 para bicampeonato


Seja como ''La Furia'' ou ''La Roja'', a Espanha está unida para torcer pela seleção no mundial da Rússia, em 2018. É a décima quinta participação espanhola em mundiais, sendo esta a décima primeira consecutiva, na sequência que começou em 1978 na Argentina.

Em uma dessas participações, viveram o ápice e a glória em 2010, quando coroaram o trabalho iniciado por Luis Aragonés em 2004 e que foi finalizado por Vicente Del Bosque, técnico do título mundial.

A Espanha chegava como favorita na Copa do Mundo da África do Sul, por ter ganho a Eurocopa dois anos antes e ter saído da fila de 44 anos sem levantar uma taça no cenário do futebol. Após ter feito a melhor campanha das seleções nas eliminatórias vencendo todos seus dez jogos e estando a 16 partidas sem perder, estando invicta desde 2008, Caiu no grupo H de Suíça, Honduras e Chile.

Logo no primeiro jogo, a invencibilidade caiu após uma surpreendente derrota para a Suíça por 1x0. Depois disso, David Villa começou a aparecer na Copa do Mundo, marcando os dois gols da vitória contra Honduras e fazendo o primeiro da classificação assegurada por 2x1 contra os Chilenos. Villa estava em ótima fase. Nas vitórias contra Portugal e Paraguai respectivamente, os espanhóis venceram por 1x0 com gol dele. Acabou como artilheiro do mundial ao lado de Thomas Müller, Diego Forlán e Wesley Sneijder. Na semifinal, contra a Alemanha, que também tinha futebol para vencer aquele ano, vitória também chorada pelo placar mínimo, gol de Puyol.

A final contra a Holanda, que também vinha fazendo um ótimo mundial, tendo um dos melhores plantéis, foi uma das decisões mais difíceis já vistas em um Copa do Mundo. A segunda final consecutiva entre seleções do continente, já que Itália e França disputaram a taça em 2006. Depois de Robben perder a chance mais clara do jogo, cara-a-cara com Casillas, ainda no tempo normal, veio o golpe final. Andrés Iniesta, um dos grandes nomes da geração espanhola, marcou a quatro minutos do fim da prorrogação, dando o título e confirmando o favoritismo espanhol.


Última Copa e Eliminatórias



O cenário era o mesmo. La Fúria chegava ao Brasil como favorita, tendo ganho a Eurocopa novamente invicta, goleando a Itália por 4x0 e assim permaneceu nas eliminatórias, com seis vitórias e dois empates. Apesar da derrota contra a seleção brasileira por 3x0 na final da Copa das Confederações, o ânimo em nada se abalava.

Descrever a campanha dos espanhóis em 2014 chega a ser surreal. No grupo B, enfrentariam a Holanda, Chile e Austrália. Na estreia, Xabi Alonso abriu o placar de pênalti e minutos depois, van Persie empataria. Era só o início da vingança. Arjen Robben - que se culpava pelo gol perdido quatro anos antes - apareceu fazendo dois, de Vrij e van Persie deram requintes de crueldade nos 5x1, deixando a Arena Fonte Nova incrédula com o placar.

Contra o Chile, também rival de grupo na África do Sul, veio o inimaginável. Vargas abriu o placar e Aránguiz colocava ponto final na chance de classificação espanhola, com 2x0. A Espanha sucumbiu no mesmo Maracanã dos 3x0 contra o Brasil e sucumbia como a França em 2002, que também tinha ganho mundial e Eurocopa entre 1998 e 2000, caindo na fase de grupos. A partida contra a Austrália só servia por mera formalidade. Ganhar de 3x0 foi o único ponto alto da campanha, que foi do céu ao inferno entre um mundial e outro.


Nas eliminatórias, a palavra era renovação. Muitos jogadores consagrados davam nomes a outros, alguns se aposentaram ou permaneceram. No comando técnico, Del Bosque dava lugar a Julen Lopetegui. A aposta começava a dar certo ainda na Eurocopa da França, com a Espanha passando em segundo no grupo D. Curiosamente, quem a Espanha chegou a humilhar nos anos vitoriosos, acabou tendo sua revanche e ganhando o jogo. A Itália quem o diga. Nas oitavas em Saint-Denis, a squadra azurra fez 2x0, mandando a Espanha de volta para casa. A vingança voltaria ainda mais forte pouco tempo depois.

Espanhóis e italianos caíram no mesmo grupo nas eliminatórias. Um 8x0 logo de cara contra Liechtenstein animou muito, enquanto o empate na segunda rodada contra a Itália deixava tudo igual em termos de pontuação. Até a sexta rodada, os dois venceriam seus jogos, alternando placares magros com goleadas.

Na jornada seguinte, a Espanha voltou a golear a Itália por 3x0, vencendo o confronto direto e praticamente garantindo a vaga direta, que foi confirmada com nova goleada contra Liechtenstein também pelo mesmos 8x0 e a vitória por 3x0 contra Albânia. A campanha terminou com vitória contra Israel fora de casa pelo placar mínimo. Já os italianos chegaram a repescagem contra a Suécia, deram vexame e estão de fora da Copa. Ah, o futebol...

Surto de olho no craque






Citar apenas um nome dessa geração espanhola seria injustiça com David Silva ou Isco. Os dois tiveram papel fundamental nas eliminatórias, sendo responsáveis diretos na campanha que levou a Espanha até a Rússia. Os meias marcaram dez gols juntos, deram seis assistências - quatro de Silva e duas de Isco. Tudo isso culminou em 44% de participação em gols da La Roja e hoje são imprescindíveis no time titular.


Francisco Román Alarcón Suárez, mais conhecido com Isco, surgiu no futebol em 2009 quando foi revelado pelo Valência, mas só em 2013 chamou a atenção após boa passagem pelo Malága, sendo contratado pelo Real Madrid. É uma das grandes revelações do futebol espanhol nos últimos anos e vem provando isso ano após ano. Acumula 155 jogos pelo time de Madrid, onde ficou mais tempo no banco que como titular, embora o cenário está mudando, com Isco sendo escalado por Zinédine Zidane frequentemente entre os onze titulares desde o fim da temporada passada, muitas vezes decisivo e o termómetro do time, mas volta e meia, aparece entre os reservas.

Pela seleção, Isco tem dez gols em 26 jogos. O meia recentemente marcou três na goleada por 6x1 contra a Argentina, em março. Joga tanto pela meia esquerda, meia central ou meia atacante, tendo como pontos fortes o passe, saber segurar a bola, habilidoso e sabe chutar a media e longa distância. Deve ser um dos grandes nomes deste mundial.


David Silva tem 32 anos e vai disputar sua terceira Copa do Mundo, a sua segunda como titular. Assim como Isco, foi revelado pelo Valência há 14 anos atrás, onde ficou conhecido por ser parte daquele time que tinha Juan Mata e David Villa, um dos melhores times espanhóis da década. Desde 2010 é jogador do Manchester City, onde é ídolo. Pelos Citizens, 345 partidas e 61 gols. É o terceiro maior assistente da temporada 2017/2018 da Premier League com 11 passes para gol. David deu 2,334 passes até o momento com a média de passes sendo absurdamente alta: 83.36% em 35 jogos. 

David Silva joga como meia central ou armador. É bem habilidoso com a bola nos pés, tem ótima qualidade no passe, atributo que melhorou com a chegada de Guardiola no comando do City. Vai ser um dos responsáveis por levar La Roja até o ataque. É um dos queridinhos do povo espanhol, marcando um dos gols da final da Eurocopa de 2012. Também é um dos jogadores mais experientes da seleção, tendo 118 partidas no currículo.

Time titular 


Com a saída de Vicente Del Bosque, a Federação Espanhola buscou Lopetegui para renovar a seleção, buscando mesclar experiência e juventude no mesmo time. Vale lembrar que o atual treinador comandou as seleções de base e sabe quem são os novos jogadores dessa geração que já está mais madura. Provável escalação deve conter De Gea; Carvajal, Sergio Ramos, Piqué, Jordi Alba; Thiago Alcântara, David Silva, Isco, Iniesta, Asensio e Diego Costa.

Conclusão

A Roja é uma daquelas seleções que vai ser interessante assistir. O elenco é forte, experiente e tem boas revelações. Conseguiram se recuperar nesses quatro anos, o que vai se refletir na disputa. Briga com Portugal para ver quem sai em primeiro no grupo B e só uma tragédia tira os espanhóis do mata-mata. É uma das favoritas e se conseguirem evoluir, podem levantar a taça e comemorar o bicampeonato com a torcida, como foi há oito anos atrás.




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