O Ministério Público do Rio de Janeiro reabriu o caso do nadador americano Ryan Lochte. Ele foi denunciado por mentir dizendo que foi assaltado durante a Olimpíada do Rio. Após um ano e nove meses do fim dos jogos olímpicos, o caso envolvendo o nadador americano ainda não foi solucionado. Nesta sexta-feira (11), o MP denunciou novamente o atleta à Justiça por falsa comunicação de crime.
Na época, Ryan Lochte contou, em entrevista a uma TV americana, que ele e outros três nadadores tinham sido vítimas de um assalto quando voltavam para a Vila Olímpica na madrugada do dia 14 de agosto de 2016. Ele disse que homens que se identificaram como policiais apontaram uma arma para ele e levaram sua carteira. Entretanto, câmeras de segurança desmentiram a versão de Lotche.
As imagens mostraram que ele e os outros atletas depredaram o posto e se envolveram em uma confusão com os funcionários, e que o assalto não aconteceu. Por ser um crime de menor potencial ofensivo, o MP sugeriu como pena uma multa de R$ 70 mil em cestas básicas, mas a defesa de Lochte conseguiu um habeas corpus, alegando que o nadador não cometeu crime, já que não comunicou o suposto assalto diretamente à polícia.
O Ministério Público conseguiu derrubar os efeitos da decisão e quer que Ryan responda criminalmente à justiça brasileira. Segundo o MP, a ação do denunciado trouxe sérias repercussões negativas à imagem do Brasil no exterior e "provocou imensas mobilizações e despesas com atos de investigação completamente inócuos, uma vez que não houve o crime de roubo que o denunciado noticiou".
O Superior Tribunal de Justica ainda vai julgar o mérito do habeas corpus, mas o MP decidiu denunciar o nadador. Se for condenado, a pena pode ser de um a seis meses de prisão ou pagamento de multa.
Na época, o nadador chegou a pedir desculpas pelo falso relato de assalto. "Quero pedir desculpas pelo meu comportamento – por não ter sido mais cuidadoso e sincero na forma como eu descrevi os eventos daquela manhã e por meu papel em tirar o foco de vários atletas [que estão] realizando seus sonhos em participar da Olimpíada", escreveu o nadador em mensagem divulgada em seu perfil no Twitter.
Como Lochte é norte-americano e reside fora do Brasil, o processo tramitará conforme o Decreto nº 3810, de 2 de maio de 2001, que estabelece normas do acordo de assistência judiciária em matéria penal entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos. A assistência mútua prevê, por exemplo, que possa ocorrer nos Estados Unidos a tomada de depoimentos do nadador e o fornecimento de documentos.
foto:Getty Images
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