O Conselho de ética do COB (Comitê Olímpico do Brasil) abriu um processo ético para apurar responsabilidades e pedir esclarecimentos da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) e de seu coordenador de seleções, Marcos Goto, no caso que envolve denúncias de abuso sexual cometidos pelo ex-treinador da seleção Fernando de Carvalho Lopes, conforme o Fantástico mostrou no domingo, dia 29/4.
Na sexta-feira, o conselho intimou Goto e a confederação a apresentar informações preliminares dentro de um prazo de cinco dias, como prega o regimento interno do comitê olímpico. Ambos podem fazê-lo por escrito. A partir das informações, o conselho vai analisar a admissibilidade do caso. Se não acatar, o processo é arquivado. Se for adiante, pode apontar um relator e se constituir uma investigação -com audiência com testemunhas e direito a defesa dos acusados.
A decisão do conselho de ética foi tomada depois que a comissão de atletas do COB lhe encaminhou uma representação. Quem a assinou foi o próprio presidente da comissão, o ex-judoca Tiago Camilo, duas vezes medalhista olímpico.
Goto é funcionário contratado do COB e poderia sofrer sanções do conselho. Ginastas ouvidos pela reportagem afirmaram que ele fazia piadas sobre os casos de assédio protagonizados por Lopes. Em sua defesa, ele afirmou à TV Globo que "jamais algum atleta veio a mim e relatou o que aconteceu".
O conselho de ética do COB foi estabelecido em março e atua de maneira independente da direção do comitê. Ele é composto por cinco membros, dos quais três independentes. Além do processo nele, o comitê também disse que vai criar um canal de ouvidoria para denúncias de abuso.
Lopes foi acusado por mais de 40 ginastas e ex-ginastas de cometer abusos sexuais. Como consequência, foi afastado de todas as atividades que exercia no Mesc (Movimento de Expansão Social Católica), clube particular de São Bernardo do Campo. A Prefeitura de Diadema abriu processo administrativo para exonerá-lo do cargo público que exerce. Não bastasse isso, o Conselho Regional de Educação Física do estado de São Paulo move processo que pode gerar a cassação de seu registro profissional.
foto: Ricardo bufolin/ CBG
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