A Candidatura de Marrocos pode nem chegar a entrar em votação no dia 13 de junho, no congresso da Fifa que será realizado na Rússia, sede da copa. Isso porque um dos requisitos que a Fifa faz para a Copa 2026 são questões contra discriminação e Marrocos tem lei contra homossexuais, questionada inclusive nas Nações Unidas.
A força-tarefa da Fifa chegou ao Marrocos na segunda-feira(16) para inspecionar a candidatura à Copa 2026. O país escondeu o fato de que atos homossexuais são considerados crimes no país, o que infringe as novas regras da Fifa para sediar o seu principal evento. No documento de candidatura revisados pela agência Associated Press (AP), Marrocos não informa o fato da lei anti-LGT ser um risco, e muito menos mostra uma solução para o problema, como é exigido pelo chamado caderno de encargos.
Por pressão depois do que se vê tanto na Rússia, sede da Copa 2019, quanto no Catar, sede da Copa de 2022- criticados por violações de direitos humanos e lei anti LGBT, a Fifa foi pressionada a fazer diversas mudanças. Uma delas foi mudar completamente as regras para a escolha dos países sede. Além de tirar a decisão do então Comitê Executivo, formado por vinte e duas pessoas e que escolheu Rússia e Catar como sedes em dezembro de 2010. A escolha da Copa de 2026 será feita no Congresso da Fifa e todos os países filiados terão direito a voto.
“O relatório de direitos humanos do Marrocos apresentado à Fifa traz um silêncio intencional sobre a questão que Marrocos sabe muito bem que é crime no seu território”, afirmou Ahmed El Haiji, presidente da Associação Marroquina de Direitos Humanos à agência AP. O artigo 489 do código penal marroquino, atos sexuais entre pessoas do mesmo sexo são punidos com seis meses a três anos de prisão.
Espera-se que a fifa se pronuncie sobre o assunto até o dia do congresso. Essa é a sexta vez que Marrocos tenta ser sede de uma Copa do Mundo.
foto: AP
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