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Ana Sátila prevê revolução na canoagem slalom brasileira com treinamentos na pista de Deodoro

Ana Sátila vem em grande fase. No Mundial em Pau, na França foi bronze na canoa individual (C1), prova do programa de Tóquio 2020, prata no K1 extremo, e assim colocou o seu nome entre as favoritas deste ciclo olímpico. Mas a canoísta acredita que o bom momento não é individual e sim coletivo e deve melhorar ainda mais nos próximos anos. Ao analisar o cenário, Sátila acredita que o esporte irá crescer além da matemática, trinta anos em três, parafraseando o Plano de Metas do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que prometeu que o país iria crescer cinquenta anos em cinco.

Desde dezembro do ano passado a modalidade ganhou uma nova casa no Parque Radical de Deodoro, no Rio de Janeiro. Na Zona Oeste da cidade, a equipe brasileira ganhou a pista olímpica da Rio 2016 e ainda tem à disposição na Barra da Tijuca toda a estrutura do CT do Time Brasil, no Parque Maria Lenk, com academia, laboratório olímpico, médicos, fisioterapeutas e preparadores físicos. Essa facilidade, inédita, deve mudar o panorama da canoagem no Brasil, acredita a jovem de 22 anos e que com 16 já disputava a Olimpíada de Londres 2012.

"Já mudou nosso cenário. Esse período no Rio de Janeiro, morando aqui, mudou nosso desenvolvimento. É a primeira vez que temos isso e treinamos em um lugar com essa estrutura. Eu acredito que a canoagem vai evoluir 30 anos em três, já contando com a próxima geração. Se conseguirmos manter a pista de Deodoro aberta, claro. Temos uma pista desse nível e poder fazer training camping com atletas menores, que são o futuro da canoagem, é inédito. Trazê-los para o Rio de Janeiro, colocar-los para remar, mostrar o que é o esporte. Esse é o trabalho duro que traz resultados. Essa pista do Rio é uma grande evolução e espero que continue assim para as próximas gerações" explicou Ana Sátila ao site globoesporte.com

A própria canoísta tem experimentado uma mudança. Mental e principalmente física. Em sua primeira Olimpíada, há seis anos, era apenas uma menina. No ciclo da Rio 2016, evoluiu fisicamente, mas até o ano passado o trabalho ainda não era o ideal. A melhora muscular, por exemplo, é nítida, mas os números dessa mudança só poderão ser conhecidos a partir de agora.

"De Londres 2012 até agora, mudamos totalmente a nossa forma de treinar. Focamos na preparação física, era um ponto que se melhorasse ajudaria muito. Era no olho, não sabíamos se estava bom, mas seguíamos o trabalho. Agora temos como analisar. Nos outros anos era mais difícil. Levávamos mais em conta como me sentia na água. Na canoagem, é importante ter o preparo físico, mas é preciso ter um feeling grande. Não há um biotipo adequado. Temos campeões mundiais com pesos diferentes. Depende de como você consegue remar, o tamanho do seu barco e como você coloca a sua força na competição. De dois anos para cá, mantive o meu peso, e o ganho muscular, mesmo sem análise, percebo que foi maior. Me sinto bem com meu peso atual e a força que tenho. Estou trabalhando para melhorar cada dia mais."

Na semana retrasada, Ana Sátila e a canoagem brasileira tiveram a primeira amostra de que os treinos em Deodoro já deram resultado. Durante o Rio Open de Slalom, ela foi prata no C1 e no K1, enquanto Pepê Gonçalves foi bronze no K1 e Felipe Borges levou a prata no C1. O melhor, porém, ainda pode estar por vir. Em setembro, na mesma pista, o Rio de Janeiro recebe o Mundial de canoagem Slalom, com os melhores atletas do mundo. Chance do Brasil provar sua evolução.

"O resultado que tive, que o Pepê teve, dependeu muito dos patrocínios que tivemos. Foi uma oportunidade para continuar sendo atleta. É difícil ter uma vida por fora e treinar. Se você tem condição de se dedicar, o país passa a ter resultado. Eu não tive esse problema, aos dez eu já sabia que seria a canoagem pelo resto da minha vida. Mas, vejo colegas que não têm esse apoio. Ficam entre trabalhar, estudar e ter a vida de atleta. você precisa estar 100% focado no seu esporte para dar certo. Esse é o segredo."

Com informações de globoesporte.com
foto: CBC

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