Os treinos da Seleção Brasileira de futebol de 5, que se encerram
nesta quinta-feira, 22, no CT Paralímpico de São Paulo, contaram com uma
participação diferente desta vez. Membros da comissão técnica da
modalidade no Japão vieram ao Brasil em busca de aprendizado sobre o
esporte e dizem estar "impressionados com o que viram."
A ideia
de vir a São Paulo para acompanhar a semana de treinamento da Seleção do
Brasil partiu dos japoneses, em setembro do ano passado, mas as
dificuldades de agenda acabaram adiando o encontro até agora, fevereiro.
“Nós
viemos como parte de um projeto que estamos desenvolvendo no Japão de
difusão do futebol de cegos. Lá temos uma liga regional, mas os clubes
são muito amadores, jogam mais como um hobby, realmente não tem muita
ligação com o esporte de alto rendimento", disse Takahiro Komori,
diretor de seleção do futebol de 5 do Japão.
A delegação, formada
por Yukio Takeda, preparador de goleiro, Shintaro Kanno, analista
técnico, além de Takahiro, se diz surpreendida com a dinâmica dos
treinos das seleções sub-23 e principal. Eles contam que esse é somente o
começo de um trabalho para aprimorar a prática de futebol de 5 no
Japão, mas principalmente, desenvolver as seleções de base no país.
"Este
é um projeto para levantar a base, por isso vamos recolher informações,
principalmente em relação às atividades da equipe sub-23, e entender
como aqui é feita a procura de novos talentos."
O técnico
brasileiro da modalidade, Fábio Vasconcelos, acredita que esta visita é
importante, não só para a seleção japonesa, mas para a prática de
futebol de 5 em geral. “Eu acho que o futebol de 5 vai crescer muito e é
interessante a gente divulgar o que estamos fazendo, para outros países
também virem e a gente evoluir. Quanto mais o futebol de 5 crescer,
melhor para todos.”
No entanto, Takahiro destaca que não serão
todos os ensinamentos brasileiros que poderão ser aplicados à equipe
japonesa. Para ele, as diferentes culturas e as particularidades de cada
time fazem com que cada equipe tenha sua característica e identidade, o
que não é possível mudar de forma fácil.
"Aqui tem uma cultura e
realidade própria do Brasil e lá [Japão], tem outra. Temos que fazer
uma fusão das ideias e pegar o que pode nos ajudar. Mas a prática de
difundir a base, a gestão dos recursos humanos e as filosofias com
certeza serão levadas em conta."
A delegação tem planos para
voltar ao Brasil com outros integrantes e atletas. Takahiro diz que nada
está definido ainda, já que esta temporada no Brasil foi só o começo de
um trabalho para o desenvolvimento da modalidade no Japão. Eles estudam
ainda visitar outros países que possam recebê-los, mas que também sejam
referência no esporte, como o Brasil.
Foto: Divulgação
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