Por Juvenal Dias
Em todos os Jogos Olímpicos temos as competições por equipes e individuais. Geralmente, os eventos coletivos têm campeões com uma saudação menor que nas modalidades que premiam um atleta. Até porque participam de uma competição específica, não fazem diversas provas, não têm chances de ganhar diversas medalhas. A não ser que o time campeão tenha uma história extraordinária, serão apenas mais uma equipe a vencer.
Com base nesse pensamento, o maior destaque de cada edição
olímpica fica sempre por conta de atletas que se tornam multicampeões de
diversas provas. E aí veio a dúvida que intitula a coluna de hoje: “Quem será o
grande nome de PyeongChang”?
Hoje pudemos presenciar dois dos candidatos favoritos a este
posto: o francês Martin Fourcade, que compete no Biatlo, e a sul-coreana
Minjeong Choi, patinadora de velocidade em pista curta, que tem apenas 19 anos.
Ambos venceram suas provas e colecionam mais de um ouro nesta Olimpíada. Vamos
falar aqui do que cada um fez até agora para se credenciar como grande astro na
Coreia.
O francês se tornou o maior campeão olímpico de seu país, ao
conquistar, ao lado de Marie Dorin Habert, Anais Bescond e Simon Desthieux, seu quinto ouro da
carreira, na prova do revezamento misto do Biatlo. Ele foi responsável por
fechar o revezamento e o fez com maestria, já que entrou em ação em segundo, chegou
a estar em terceiro, acertou todos os disparos e conduziu a França a um ouro
inédito. Além disso, se tornou bicampeão da prova de 12.5km perseguição e
venceu a prova de 15km largada em massa. Fourcade conquistou três dos cinco
ouros do país em 2018. Já tinha outros dois ouros e uma prata de Sochi-2014 e
uma prata de Vancouver-2010. Houve mais duas provas em que competiu em
PyeongChang: foi 5º no 20km individual e 8º no 10km Sprint. Sozinho, Martin
estaria ocupando a décima posição no quadro de medalhas. É um nome muito forte
a ser considerado.
Outra que pode ser a maior estrela dessa edição é a atleta
da casa Minjeong Choi, um fenômeno da Patinação de Velocidade em Pista Curta.
Tradicionalmente, a Coreia do Sul fabrica muitos campeões da modalidade, é o
país com maior número de medalhas no esporte, por isso é muito difícil a
concorrência interna. Ser o destaque com tão pouca idade, já é louvável, mas
ganhar dois ouros e com a possibilidade de um terceiro, competindo em casa, não
é para qualquer um. Hoje ela fez parte do revezamento coreano que venceu os
3000m. (Uma vitória controversa, que teve quedas, penalizações injustas a meu
ver e quebra de recorde mundial da terceira colocada, a Holanda. Isso porque o
time holandês foi vencedor da final B e herdou o bronze depois que China e
Canadá foram punidos). Polêmicas à parte, Choi já tinha ajudado o time a bater
o recorde olímpico na prova classificatória e foi a atleta que fechou a prova
de hoje, já que é considerada a mais veloz do seu país. Além disso, ela já
tinha levado o ouro na prova de 1500m e quebrou o recorde olímpico dos 500m
durante as classificatórias. Esta última prova foi penalizada na final, ficando
em último das cinco patinadoras, caso contrário teria medalhado. Ainda
competirá nos 1000m, com enorme probabilidade de que vença e conquiste sua
terceira láurea dourada. Um grande desfecho para esta edição, já que sua
história olímpica está apenas começando.
Corre por fora a norueguesa Marit Bjoergen, do Esqui
Cross-Country. A esquiadora, que já conquistou uma medalha de cada metal nas
três provas nas quais competiu, se tornou a atleta mais condecorada da história
dos Jogos de Inverno e ainda tem a possibilidade de mais um pódio na prova de
sprint por equipes livre, que acontece daqui dois dias.
Ainda não consigo chegar a uma conclusão, é preciso esperar
mais alguns dias. E pode surgir ainda outros nomes, mas é uma excelente
disputa.
Foto: Getty Images
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