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Coluna Lógos Olympikus #16 - O dia que a zebra passeou em PyeongChang

Hoje podemos dizer que os azarões levaram a melhor para cima dos favoritos, tivemos dez disputas por medalhas e em grande parte delas os atletas/times menos cotados para vencer subiram no lugar mais alto do pódio.


No Esqui Alpino Slalom masculino, prova que contou com a participação do brasileiro Michel Macedo, o grande nome da prova, o austríaco Marcel Hirscher, errou na primeira descida e não completou a prova. O vencedor foi o sueco Andre Myhrer, que tinha sido bronze em Vancouver-2010, mas não tinha terminado em Sochi-2014. Na prova do Slalom Combinado feminino da mesma modalidade, duas americanas dividiam a responsabilidade de favoritas: Lindsey Vonn errou na segunda parte e não completou e Mikaela Shiffrin ficou com a prata, o ouro foi para a Suíça, com Michelle Gisin.

No Biatlo revezamento 4x6km feminino, deu Belarus, que errou menos que as tradicionais Noruega, Suécia e Alemanha, diante de uma nevasca tenebrosa e conquistou seu segundo ouro na Coreia.
O Curling também reservou suas surpresas, com a definição dos finalistas no masculino. Haverá um campeão inédito entre Suécia e Estados Unidos, que superaram Suíça e Canadá, respectivamente, duas das escolas mais tradicionais do esporte.

Não chega a ser uma zebra, mas os Estados Unidos vencerem o Canadá na final do Hóquei feminino foi uma pequena surpresa pelo histórico das canadenses terem ganhado nas últimas quatro edições de Jogos Olímpicos. Foi um 2 a 2 emocionante decidido nas penalidades.

Como o próprio nome da modalidade sugere, no Combinado Nórdico, geralmente os países daquela península gelada são os favoritos. Mas pela terceira prova em três disputadas quem faturou o ouro foram os alemães. Não que seja um absurdo, que ninguém esperava, mas foge da lógica convencional.

Na Patinação de Velocidade em Pista Curta teve três provas e todos pensariam: “três ouros garantidos para os donos da casa”. Total engano. Zero ouro para os coreanos, que ficaram apenas com uma prata e um bronze em uma das provas, nas outras nem isso. O ouro para China no 500m masculino foi o menos surpreendente, já que Dajing Wu já tinha as melhores marcas, mas nos 1000m feminino e no revezamento 5000m masculino, o resultado quebrou a banca. Suzanne Schulting deu o primeiro ouro da história para a Holanda neste tipo de pista, assim como o time da Hungria, que nunca tinha ganhado sequer uma medalha na modalidade.

O americano David Wise, no Esqui Estilo Livre Halfpipe, e a austríaca Anna Gasser, no Snowboard Big Air, foram os favoritos que ratificaram suas posições. Ele já era o atual campeão da prova que tinha estreado há quatro anos e ela é a atual campeã mundial do evento que teve sua disputa inaugural na Coreia.

Com tudo isso, o quadro de medalhas teve o ingresso de dois países, a Hungria, com o ouro citado e a Nova Zelândia, com dois bronzes. Já que estou falando dos improváveis campeões, ontem li uma história fantástica desta Olímpiada trazida pela rede americana NBC. 

O último país com medalha no quadro geral é Liechtenstien, com um bronze conquistado por Tina Weirather, no Esqui Alpino prova do Super-G. Só que ganhar medalhas nessa modalidade não é novidade nem para o pequeno país de 40 mil habitantes, localizado entre a Áustria e a Suíça, nem para a família da competidora.

O país tem dez láureas no esporte em toda história, sete delas alcançadas por alguém da família de Weirather. Além da própria conquista de Tina, a mãe dela, Hanni Wenzel, foi quatro vezes medalhista olímpica. Um bronze no Slalom nos Jogos de 1976, em Innsbruck, do lado de sua casa, na Áustria; uma prata no Downhill e dois ouros, no Slalom e no Slalom Gigante, essas três últimas em Lake Placid-1980, nos Estados Unidos. Nessa mesma edição, o tio de Tina e irmão de Hanni. Andreas Wenzel levou prata no Slalom Gigante. Quatro anos mais tarde, em Sarajevo-1984, hoje Bósnia-Herzegovina, na época Iugoslávia, ele também ganhou um bronze na mesma prova.  Tina já vinha buscando a glória desde Turim-2006, mas conseguiu, em PyeongChang, livrar-se da pressão que seria voltar para casa, literalmente, sem uma medalha.

Será que ainda mais surpresas estão reservadas para esta Olimpíada? Tomara!

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