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Coluna Lógos Olympikus #20 - PyeongChang gamsahabnida!


 Por Juvenal Dias

Se você, assim como eu, não fala coreano, mas assistiu a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, viu esta frase. Significa "Obrigado, PyeongChang!". Temos que agradecer realmente por mais esta edição olímpica. Agradecer por nos proporcionar tantas emoções, tantas histórias fantásticas que foram contadas e vivenciadas, tantos recordes estipulados, tantas medalhas obtidas, tantos sorrisos mostrados, tantas alegrias alcançadas.

Ver a festa que fecha os Jogos Olímpicos é um exercício que tento fazer toda vez sem me emocionar, mas que toda vez não consigo e as lágrimas teimam em cair. O envolvimento que tenho com esses eventos é muito maior que a compreensão de outros que veem de fora. É a coisa que mais gosto de fazer profissionalmente, é para isso que me formei e com o que pretendo continuar trabalhando por prazer (melhor se voltasse a ser remunerado, é verdade). Com toda essa paixão que vi mais essa tocante e esplendorosa celebração do esporte, da humanidade e da vida.

Novamente os coreanos mostraram muita tecnologia, com drones, leds interativos, luzes projetadas no chão interagindo com bailarinos. Seguiram o lema de Paixão e Conectados. Mas tem algumas coisas que também chamaram a atenção. O discurso que representava o Comitê Organizador local, se desculpando com atletas que se lesionaram em solo coreano e não puderam competir, assim como a menção de proximidade com o lado Norte da Coreia, que na cabeça de muitos continua separada, mas para alguns (eu me incluo) deveria ser uma. O espaço para mostrar Pequim novamente, que será a primeira cidade-sede de Jogos de Verão e Inverno. O fenômeno da cultura pop coreana, EXO. O agradecimento aos voluntários. A foto da diversidade de atletas que competiram fazendo o símbolo do amor, junto com Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional.

Foi uma festa muito tocante, que traz uma mensagem de paz, de união, mas também uma contínua busca por atletas "limpos", livres de doping, que competem em busca do limite do corpo humano, nas mais diversas atividades esportivas, saltando, girando, esquiando, deslizando, na neve ou no gelo. A questão permanece viva e o COI permanece punindo exemplarmente quem é pego, apesar de toda os trâmites políticos que está envolvido também e que é camuflado hipocritamente.

Deixando de lado isso e me atendo à festa, PyeongChang ainda não fica para trás por completo, porque haverá os Jogos Paralímpicos, mas a maior fatia do bolo já foi devorada por todos os espectadores com muito deleite. A contagem para os próximos eventos já está rolando. Para Tóquio, por exemplo, são só 880 dias. Em quatro anos, Pequim já vai estar também aí nos emocionando mais uma vez. E os coreanos estão de parabéns por organizarem tão bem os Jogos e promoverem mais este lindo espetáculo que vimos e vivemos juntos.

A todos àqueles que dedicaram algum tempo a leitura de uma ou a todas as colunas Lógos Olympikus especial de inverno, o meu muito obrigado. Espero ter trazido um complemento, uma visão diferente dos Jogos, além dos resultados em si. Lógos, em grego, era o espaço utilizado pelos cidadãos para trazerem questões e refletirem para melhorar sua sociedade. Muitas das vezes, me proponho a mostrar essas questões, que fogem daquilo que é o mais divertido, mas que julgo necessário para tentarmos construir algo melhor para nosso futuro. E é um espaço aberto para que outros questionamentos sejam mostrados. Essa edição se encerra com os Jogos de PyeongChang, mas continuo escrevendo para o Surto Olímpico, seja na forma de coluna ou quando tiver eventos que eu possa cobrir. Sempre agradeço também aos fundadores/editores deste projeto por acreditarem e abrirem esse espaço para que minha opinião possa chegar a mais pessoas que amam esportes olímpicos de forma geral.

Obrigado, PyeongChang. Espero que seja até breve. Vem logo, Tóquio! Vem logo, Pequim! A saudade já é imensa, sempre a emoção é muito grande nesse texto de despedida.

Foto: Reprodução´Twitter

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