O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou neste sábado (3), em PyeongChang (KOR), a retirada da suspensão do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
O COB foi primeiramente suspenso em 6 de outubro de 2017, durante o escândalo que envolveu o ex-presidente da entidade, Carlos Arthur Nuzman, em uma suposta facilitação para compra de votos na eleição da sede dos Jogos Olímpicos de 2016, que foram realizados no Rio de Janeiro.
Nuzman, que estava preso na época, acabou por renunciar ao posto e aguarda o julgamento em liberdade.
Em
comunicado oficial, o COI elogiou as medidas adotadas pelo COB em prol
de uma nova governança da entidade, como as mudanças no estatuto da
entidade, que garantiu maior participação de atletas nas decisões e
eleições do COB e criou um sistema de gestão mais moderno e eficiente,
com a criação do Conselho de Administração e do Conselho de Ética.
O presidente Paulo Wanderley recebeu a notícia em Nova Iorque, na
escala do voo até PyeongChang, onde acompanhará a abertura dos Jogos
Olímpicos de Inverno. E comemorou a decisão. “Estamos muito felizes com a
decisão do COI. É um reconhecimento ao trabalho e ao esforço que o
Comitê Olímpico do Brasil vem fazendo ao longo dos últimos três meses,
pautados na austeridade, meritocracia e transparência e em conformidade
com a Agenda 2020 do COI. Estamos certos de que com seu novo estatuto, o
COB é hoje um exemplo de boa governança para entidades esportivas do
mundo todo. Vamos continuar trabalhando firmemente para ratificar esse
compromisso com uma gestão moderna do esporte”, afirmou.
Com a decisão, o COB fica livre para voltar a receber recursos
financeiros do COI, provenientes dos patrocínios que a entidade recebe e
cuja parte do valor é dividida para as despesas de todos os Comitês
Olímpicos Nacionais. A expectativa é que o COB receba US$ 2.173.500,00
referentes ao saldo restante de 2017 e mais US$ 3.015.000,00 no final de
2018, de acordo com o que prevê o contrato com o COI. Durante a
suspensão ao COB, o COI manteve apenas os recursos para o apoio direto
aos atletas, através do Programa Solidariedade Olímpica Internacional.
O levantamento da suspensão pelo COI encerra um período de árduo
trabalho do Comitê Olímpico do Brasil. Assim que assumiu a presidência
do COB, no dia 11 de outubro, com a entidade já suspensa pelo COI, Paulo
Wanderlei liderou e implementou uma série de medidas para garantir
avanços significativos no aperfeiçoamento dos controles internos e de
Governança do COB, mudando completamente a rotina de decisões da
entidade.
A primeira delas foi a revisão e modernização do estatuto, realizadas
a partir do diálogo e do trabalho do COB com as Confederações
Brasileiras Olímpicas, Ministério do Esporte e entidades organizadas dos
atletas. O novo documento passou a permitir a participação de 12
atletas nas eleições da entidade. Antes, apenas o presidente da Comissão
de Atletas do COB tinha esse direito.
A criação do Conselho de Administração e do Conselho de Ética
descentralizou as decisões da entidade, garantindo a qualidade e
elegibilidade dos candidatos às funções eletivas do COB. Os critérios
para eleger o presidente e vice-presidente também se tornaram mais
acessíveis e abrangentes.
Outro ponto importante, a assinatura do termo de Ajuste de Conduta
(TAC) com o Ministério do Esporte, ratificou o compromisso do COB com a
transparência. A mudança da sede para o Parque Aquático Maria Lenk,
prevista para o segundo semestre de 2018, e a reestruturação financeira e
administrativa do COB, com maior controle de gastos, são exemplos de
ações da nova gestão da entidade.
Foto: Divulgação
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