O boxeador olímpico britânico Muhammad Ali foi banido por
dois anos após ter sido pego em um exame antidoping. O peso mosca, de 21 anos, testou
positivo para o esteroide anabolizante Trenbolone durante as World Series de Boxing
em Marrocos, em abril do ano passado.
Ali alegou que ele pode ter ingerido carne contaminada no
Marrocos ou que o esteroide foi parar em seu organismo após tomar uma bebida
destina a seu pai. Entretanto, foi definido que as justificativas não foram
suficientes.
"Tudo o que eles me pegaram foi com dois nanogramas. Eu
não posso explicar isso. Eu estava tentando chegar aos 52 kg e eu não gostaria
de ganhar musculatura. Não faz sentido”, afirmou Ali.
Ali foi o primeiro membro do time de boxe britânico a falhar
em um teste de drogas para uma substância proibida. O atleta só poderá voltar a
competir novamente em maio de 2019. Ele foi suspenso provisoriamente em outubro
e chegou a um acordo de cooperação com a Associação Internacional de Boxe
(AIBA).
A AIBA reconheceu que Ali não tomou a substância com a
intenção de trapacear. A Federação de Boxe da Grã-Bretanha (GB Boxe) disse que
estava "comprometida com o esporte limpo" e observou que a AIBA
descobriu que o atleta não pretendia trapacear. Um porta-voz acrescentou:
"Na GB Boxing, nos concentramos nos boxeadores do Programa de Performance
de Classe Mundial e damos suporte, assistência e treinamento de especialistas
que eles precisam desenvolver, melhorar e ganhar medalhas nos principais
campeonatos internacionais e nos Jogos Olímpicos. Trabalhamos com o UK antidoping
(UKAD) e com nossa Federação Internacional para fornecer educação e suporte extensivos
para nossos boxeadores sobre regras antidoping, as obrigações antidopagem dos
atletas e a importância de aderir aos princípios do esporte limpo ".
O anabolizante Trenbolone, que ajuda no crescimento
muscular, está na lista de substâncias proibida da Agência Mundial Antidopagem
(WADA). Ali, que perdeu na primeira rodada das Olimpíadas do Rio em 2016,
acredita que seu banimento foi "extremo" e disse que "não
poderia ter sido pior". O medalhista de prata no Europeu ainda acrescentou
que não deixou seu quarto por cinco meses pois estava deprimido com o caso. "Eu pensei que seria uma suspensão de
seis meses ou algo assim", disse.
Ali afirmou que agora mira em seu retorno e nas Olimpíadas
de Tóquio 2020. "100% me deixa com mais fome, quero mais do que nunca
agora, nem 1% de mim pensou que isso iria acontecer comigo", disse ele. "Vai
haver pessoas dizendo que não quero que alguém pense que sou um cara mau.
Haverá pessoas dizendo isso e aquilo. Não quero que ninguém pense que eu sou um
cara ruim”, finalizou.
Foto: Getty Images
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