O Canadá definiu quem carregará sua bandeira no desfile das
nações na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, no mês que
vem. Na verdade, não será apenas um atleta, mas sim dois. Uma das maiores duplas de
patinação artística da história. Em menos de um mês Scott Moir e Tessa Virtue, sua parceira
na dança no gelo ao longo de 20 anos, levarão a folha de bordo canadense ao Estádio
Olímpico PyeongChang 2018, liderando cerca de 230 atletas do Time Canadá.
Antes de relevar os escolhidos no monte Prlamento na
terça-feira, os dois atletas já haviam recebido a notícia do diretor de alto
desempenho da patinação, Michael Slipchuk, em meio à disputa do campeonato
canadense no final de semana passado. "Ele nos disse que teremos a honra
de ser portadores da bandeira para o Team Canada, é um momento em que nunca
vamos esquecer", disse Moir.
"Eu acho que antes que a sentença saísse da boca dele,
ele disse: "Este é o melhor dia da minha carreira, eu tenho que contar para
vocês”. E nós olhamos um para o outro e começamos a chorar ", acrescentou
Virtue. "Foi uma sensação tão poderosa e esmagadora de orgulho e é a
melhor honra e certamente o destaque de nossa carreira".
Esta será a primeira vez em Jogos Olímpicos que o Canadá
terá uma dupla como porta-bandeira na Cerimônia de Abertura. Será a sexta vez
que os patinadores artísticos desfilarão à frente do Time Canada na Parada das
Nações, quando os campeões olímpicos de 2010 se juntarem a Kurt Browning
(Lillehammer 1994), Brian Orser (Calgary 1988), Karen Magnussen (Sapporo,
1972), Robert Paul (Squaw Valley, 1960) e Norris Bowden (Cortina d'Ampezzo,
1956).
"Há tantos atletas no time que admiramos, que seguimos,
que estudamos para sermos iguais, então ser escolhido para representá-los é
nada menos que um sonho tornado realidade", disse Moir.
"Não é apenas o incrível time de atletas, são nossos
amigos e famílias, são nossos vizinhos, são todos no Canadá que estão nos
apoiando. É um privilégio tremular a bandeira em conjunto como um país unido e
comemorar tudo o que torna o Canadá tão especial e é uma responsabilidade que
não tomamos levemente. Temos que incorporar esses valores olímpicos e esperamos
tornar o país orgulhoso", disse Virtue.
Próximos de encerrarem suas carreiras, os dois são
considerados por muitos como os melhores patinadores da dança no gelo de todos
os tempos e contam com um currículo invejável que ajuda a sustentar essas
opiniões. Em 2010 eles arrastaram uma multidão competindo em casa nas
Olimpíadas de Vancouver, onde acabaram conquistando a medalha de ouro. Foram os
primeiros patinadores da América do Norte a conquistarem o ouro na dança no
gelo e também a dupla mais jovem. Quatro anos depois, eles ganharam a prata na
dança no gelo e por equipe em Sochi.
Depois de um hiato de dois anos, eles voltaram na temporada
2016/17 ainda melhores e conquistaram o seu primeiro título do Grand Prix Final
e seu terceiro título mundial, somando aos anteriores de 2010 e 2012. A série
de vitórias continuou nesta temporada, até que conquistaram a medalha de prata
na Final do Grand Prix de dezembro. Isso só os motivou mais a fazer o que fosse
necessário para ganhar ouro em PyeongChang. Eles chegaram ao Campeonato
Canadense em Vancouver com uma nova dança livre com a música de Moulin Rouge
que lhes rendeu uma pontuação perfeita, conquistando seu oitavo título
nacional.
Mas não é apenas os títulos que fazem a dupla ser
considerada por muitos a melhor da história. Virtue e Moir são cresceram juntamente
com o avanço da dança no gelo, tecnicamente e artisticamente. Eles chegaram ao
cenário internacional assim que o sistema de pontuação de patinação mudou e
rapidamente se tornaram conhecidos por seus intrincados lançamentos e seus
levantamentos inovadores, enquanto eles cresciam no ranking mundial.
Eles também não tiveram medo de experimentar em suas
escolhas musicais. Para muitos fãs, o programa mais icônico da parceria é a
lírica dança livre em que se apresentaram sob a sinfonia número 5 de Mahler,
que lhes renderam o ouro olímpico. Mas muitos também podem escolher a
apresentação ao som de Pink Floyd (2008-09) ou ao Musical Funny Face (2011-12)
e a ópera Carmen (2012-13), dentre outras. Em PyeongChang, eles se apresentarão
ao som de ritmos latinos como o samba, rumba e cha cha cha no programa curto para
a música dos Rolling Stones, Eagles e Santana.
Independentemente do resultado conquistado em PyeongChang
2018, a dupla tem a certeza que os serão muito especiais para os dois. "Pensando
nesse momento antes de entrar na cerimônia de abertura, haverá borboletas,
excitação", disse Virtue. "Eu acho que isso marca o ponto culminante
de nossa parceria de 20 anos e não consigo pensar em uma maneira melhor de
comemorar isso".
Foto: Chris Gordaneer
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