A Rússia planeja um “contra-ataque” aos funcionários da
Agência Mundial Antidopagem (WADA) que consideram ser os responsáveis pela
decisão de obrigar a equipe do país a competir de forma neutra nas Olimpíadas
de PyeongChang. De acordo com relatórios, os russos estudam promulgar
"sanções" contra os funcionários da WADA. Os membros da Câmara Alta
do Parlamento russo disseram ao jornal Izvestia que cerca de 10 pessoas seriam
sancionadas, incluindo cidadãos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha.
Uma fonte no Conselho da Federação Russa também disse que
examinariam o possível envolvimento do Escritório Federal de Investigação dos
Estados Unidos e do advogado norte-americano Robert Mueller, o chefe do
Conselho Especial que investiga sobre a suposta interferência russa nas
eleições dos EUA de 2016.
"Devemos expor essas pessoas, que por trás do Comitê
Olímpico Internacional (COI), usaram a WADA para pressionar a proibição da
equipe nacional. Nós iniciamos esse caminho e estamos trabalhando nisso com
base em fatos comprovados", disse Andrey Klimov, presidente da Comissão do
Conselho da Federação Russa para a Proteção da Soberania do Estado, para a
Izvestia. Klimov acrescentou que o plano é "desvendar os culpados e
dar-lhes as suas sobremesas assim que os Jogos Olímpicos acabarem".
As Olimpíadas de Pyeonchang 2018 começarão no dia 9 de fevereiro
e vão até o dia 25 de fevereiro. A decisão de planejar a promulgação de sanções
contra funcionários da WADA foi tomada em uma reunião entre parlamentares,
esportistas e diplomatas em 12 de dezembro, de acordo com Klimov. Medidas
potenciais poderiam incluir casos criminais sendo abertos e restrições
colocadas à entrada na Rússia desses funcionários.
Vyacheslav Fetisov, primeiro vice-presidente do Comitê
Estatal de Duma sobre Cultura Física, Esporte, Turismo e Assuntos da Juventude,
disse que não vê nenhum contraponto em impor sanções. "Não sei o que as
sanções contra os funcionários da WADA darão. Qual é o ponto nisso? Devemos
falar com Andrey Klimov. Vamos supor que proibamos os funcionários de entrar na
Rússia, ou outra coisa semelhante, não há tempo para mudar a situação (sobre a
participação da Rússia nos Jogos Olímpicos de Pyeongchang). Pyeongchang não é o
fim do mundo, o Movimento Olímpico continuará a existir", disse Fetisov à
agência de notícias estatal russa TASS.
O membro do Comitê da Duma, Dmitry Svishchyov, também disse
que não apoia a ideia de punição. "Eu sou categoricamente contra isso. Quais
são as sanções? O que buscamos alcançar? Antes de tudo, devemos resolver os
problemas que temos. A principal tarefa para hoje é construir relações. Se
impormos sanções, nunca teremos oportunidades para restaurar nossos direitos. Devemos
estabelecer um diálogo com a WADA. O COI disse que, após Pyeongchang, suas
relações com o Comitê Olímpico Russo serão iniciadas a partir do zero. Nós acreditamos
muito e esperamos muito que seja assim", disse à TASS.
Foto: Getty Images
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