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Thomaz Matera leva dois ouros no último dia de disputa do Mundial de Natação Paralímpica

No apagar das luzes do Mundial de Natação Paralímpico, na Piscina Olímpica Francisco Márquez, na Cidade do México, o carioca Thomaz Matera protagonizou a mais eletrizante disputa pela medalha de ouro da competição. Foi no final da noite da quinta-feira, 7, na prova dos 100m livre da classe S12 (atletas de baixa visão). O que é melhor, ele saiu-se vitorioso contra o americano Tucker Dupree.

O Mundial encerrou-se pouco antes da meia-noite (do Brasil), com a equipe nacional na quarta colocação do quadro de medalhas, com 36 medalhas, 18 das quais de ouro, nove pratas e nove bronzes. O primeiro lugar ficou com a China (30 ouros), seguida dos Estados Unidos (21) e Itália (20). 

O Brasil repete, assim, a colocação de dois anos atrás, no Mundial de Glasgow, agora, porém, obteve um número bem superior de pódios: na Escócia foram 23 medalhas. 

O destino reservou para última medalha brasileira no México o momento mais eletrizante de todo o Mundial. O duelo entre o experiente americano Tucker Dupree e o carioca de Botafogo, Thomaz Matra, nos 100m livre. 

Os dois têm a mesma idade, 28, mas Dupree já carrega no currículo três participações em Jogos Paralímpicos (desde Pequim 2008), e três medalhas. Matera é neófito no movimento paralímpico. Sua estreia só ocorreu em maio do ano passado, em uma etapa regional do Circuito Loterias Caixa, em Curitiba. Destacou-se de primeira e foi convocado para os Jogos Paralímpicos do Rio, quando sua melhor colocação foi o 5º lugar nos 100m livre. 

Dupree e Matera encontraram-se duas vezes na Piscina Olímpica Francisco Márquez, neste Mundial, Em ambas, o americano triunfara: Nos 100m costas, foi prata, e o brasileiro, bronze. Matera voltou a ficar em terceiro nos 50m livre, quando Dupree sagrou-se campeão. 

Na noite desta quinta-feira, contudo, o jogo virou. 

Dupree largou melhor e conseguiu manter-se á frente. Empurrado pela delegação brasileira, que gritava e assobiava à margem da piscina, dominui a diferença nos 10 metros finais e, de forma incrível, na batida de mão levou o ouro. No placar, estava lá o tempo dos dois: Matera campeão com cravados 55s00, Dupree, prata, com 55s01. Um centésimo de segundo. 

Como os dois têm baixa visão, tiveram dificuldades de identificar no telão na outra margem da piscina quem saíra-se vencedor. Dupree comemorou. Matera manteve-se calado, até ouvir a delegação brasileira repetir aos gritos: “É campeão!”. 

“Estou muito feliz, como não poderia deixar de ser. O americano me ganhou nos 50m e eu ganhei nos 100m. Estava confiante para essa prova. Hoje, consegui superar ele por 1 centésimo, não sei se ele percebeu o meu toque antes, talvez ele só tenha sabido que eu venci depois do anúncio do resultado”, comentou Matera, que tem retinose pigmentar, o que provoca a perda gradativa da visão. A partir de fevereiro de 2018, ele trocará o Rio de Janeiro por São Paulo e passará a treinar no CT Paralímpico, gerido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. 

O último dia de Mundial de Natação no México teve ainda os bronzes de Felipe Caltran (S14) nos 100m borboleta e de Talisson Glock (S6) nos 200m medley. Pela manhã, Andre Brasil fora ouro nos 400m livre (S10), assim como Cecilia Araújo (S8), nos 50m livre. 

O revezamento 4x50m livre 20 pontos (soma da classificação funcional dos integrantes) terminou a prova em segundo lugar, atrás apenas da China, porém foi desclassificada, porque a mineira Patrícia Santos (S3), a primeira a entrar na água pelo Brasil, queimou a largada. Joana Neves (S5), Daniel Dias (S5) e Luís Antônio Silva (S6) compuseram a equipe brasileira nesta prova. 

O próximo Mundial de Natação Paralímpica será em agosto de 2019, na cidade de Kuching, na Malásia.

Foto: CPB/MPIX




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