Grenoble 1968, Peggy Flaming pisava no ringue de patinação com uma enorme responsabilidade. ela era a esperança recolocar os Estados Unidos entre as grandes potências da patinação. Ela patinava por todos que tinham perdido suas vidas em uma grande tragédia que mudou a patinação artística americana para sempre
Os Estados Unidos tinha adquirido o status de força na patinação artística. nos jogos de inverno disputados na década de 50, os americanos conquistaram treze medalhas, sendo cinco de ouro. Com o forte investimento técnico e com a popularização da patinação artística graças aos filmes de apresentações pelo país de nomes Sonja Henje e Barbara Ann Scott, os americanos vinham para mais uma década de dominância, com os cada vez mais com patinadores talentosos em seus campeonatos nacionais.
Para o campeonato mundial de 1961, a seleção americana iria com uma nova geração de patinadores que tinham tudo para dominar a patinação nos 60. foram 18 patinadores americanos rumo a Praga para ao mundial, com destaque para Doulgas Ramsay, campeão mundial júnior, Dudley Richards, bronze mundial, Steffy Westerfeld, nova promessa da patinação e Lawrence e Maribel Owen, filhos da medalhista olímpica em Lake Placid Maribel Venson-Owen.
O voo que saiu de Nova York estava previsto para pousar em Bruxelas em 15 de fevereiro de 1961. O voo 548 da Sabena teve que abortar o pouso. Com isso a asa desnivelou e ao tentar corrigir, o avião perdeu o controle caiu em uma fazenda matando todos os tripulantes do avião. Os dezoito patinadores e dezesseis membros da comissão técnica e árbitros morreram.
Foi uma tragédia sem precedentes para os americanos, que perderam os principais talentos na patinação e seus principais treinadores. De potência, os Estados Unidos teriam que lutar muito para retomar a supremacia na patinação, já que seus principais patinadores eram juvenis ou tinham virado profissionais, não sendo mais possível voltar ao amadorismo. O campeonato de 1961 acabou não sendo disputado por causa da tragédia.
Sete anos depois e uma reestruturação lenta, Peggy Fleming era a esperança americana na patinação. Ela já era bi mundial e buscava o primeiro título olímpico dos Estados Unidos após a tragédia de 61. Scott Allen tinha conseguido um bronze aos 15 anos em Innsbruck 1964, uma medalha que tinha um grande valor emocional, mas os fãs da patinação nos Estados Unidos queriam um ouro. Fleming também queria, para homenagear seu primeiro treinador, Bill Kipp, que morreu no acidente.
Com um estilo considerado incomum para época, Peggy foi arrasadora e venceu a alemã Gabriele Seyfert, conquistando um ouro coberto de significados. Além de representar o ressurgimento da patinação artística americana, essa acabou sendo a única medalha de ouro dos Estados Unidos nos jogos de inverno de Grenoble.
Com sua missão cumprida, Peggy conquistou o tri mundial na patinação e encerrou a carreira, virando profissional e muito popular nos Estados Unidos. Em pesquisa em 1999, ela ficou em sétimo entre as atletas femininas mais populares entre os americanos do século. E a patinação artística americana voltou a ser forte no cenário mundial da patinação, especialmente no feminino.
fotos: Peggyfleming.com e Getty Images
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