Presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley Teixeira não vai acumular a atual função com o cargo de presidente do Comitê Rio 2016, como fazia o antigo dirigente, Carlos Arthur Nuzman. Ele fez esse comunicado oficialmente em uma carta enviada ao Co-Rio 2016 nesta terça-feira e, durante a assembleia desta quarta na sede do COB, no Rio de Janeiro, falou sobre o assunto. O mandatário alega estar completamente focado na condução da entidade máxima do desporto brasileiro.
"Essa carta existiu, foi publicado o documento que assinei. Existiu sim. Não fui eleito para isso, para ser presidente do Comitê Rio 2016. Isso estava no estatuto do Comitê Rio 2016 e do COB, mas não está mais no estatuto do COB. Outro presidente que entrar aqui também não terá esse compromisso. Claro, não invalida o que foi assumido anteriormente. Mas, espontaneamente, não tenho interesse nenhum, pois estou focado no Comitê Olímpico do Brasil. Não tenho compromissos com Rio 2016 até que me provem o contrário" comentou Paulo Wanderley.
Essa informação foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo na manhã desta quarta-feira e confirmada pelo site GloboEsporte.com. Antes da votação do novo estatuto, no dia 22 de novembro, o presidente Paulo Wanderley e sua diretoria conseguiram retirar a proposta de acumular os dois cargos do documento preparado pela Comissão Estatuinte.
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 acumula dívidas com ex-funcionários e fornecedores, que, segundo a última auditoria, chega a R$ 218 milhões. A entidade tem de encerrar suas atividades até 2023. Sem presidente desde que Carlos Arhur Nuzman foi preso e entregou sua carta de demissão, o Rio 2016 trabalha sob o comando interino de Edson Menezes e de um conselho administrativo formado por empresários e ex-atletas.
Além dele, também faz parte do conselho diretor da Rio-2016: Luiza Trajano (empresária), Bernard Rajzman (ex-jogador de vôlei, ex-funcionário do COB e representante do COI), Manoel Felix Cintra Neto (ex-presidente da BM&F) e José Antônio do Nascimento Brito (ex-presidente do conselho editorial do "Jornal do Brasil"). Ainda não há uma definição sobre o que será feito diante da recusa de Paulo Wanderley.
O Co-Rio 2016 não tem dinheiro para acertar os débitos. A União já avisou que não vai repassar mais verbas, e o mesmo ocorreu em relação à Prefeitura do Rio de Janeiro e o Governo do Estado. Segundo o contrato da cidade-sede proposto pelo COI, esses dois últimos deveriam arcariam com eventuais déficits dos Jogos Olímpicos de 2016. O Comitê Rio-2016 operou com uma receita de R$ 8,8 bilhões para realizar o evento, que foi conseguida com repasses do COI, venda de ingressos e produtos licenciados.
foto: divulgação
com informações de globesporte.com e Folha de S.Paulo
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