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Mundial de Levantamento de Peso 2017 - Último dia

Terminou na noite de ontem (5) em Anaheim nos Estados Unidos o mundial de levantamento de peso. As últimas categorias disputadas visavam revelar ao mundo o homem e a mulher mais fortes do planeta em 2017. A etapa de encerramento teve recorde mundial, atleta da casa quebrando tabus e um brasileiro atingindo a melhor posição da história em mundiais.

Foi em Istambul, em 1994, que a maior potência olímpica do mundo conseguiu seu último título no levantamento de peso quando Robyn Bird levantou 175 kg no total da extinta categoria até 50 quilos. Depois de sediar o mundial de Houston, onde sequer ganharam alguma medalha, os americanos apostavam na medalhista de bronze olímpica Sarah Robles da +75 kg para quebrar esse tabu. E ela não decepcionou.

Robles estava tão focada na vitória que na segunda tentativa do arranque os jurados e voluntários tiveram que avisar a ela, que não ouviu o sinal sonoro que indica conclusão da tentativa, que podia largar a barra. Três ouros, no arranque (126 kg), no arremesso  (158 kg) e no total  (284 kg). É bom lembrar que a recordista mundial Tatiana Krashirina, que domina a categoria, e as chinesas, em especial a campeã olímpica Meng Suping,não participaram, mas não deixa de ser um grande feito da americana. A prata tanto do total quanto do arranque foi para a neozelandesa Laurel Hubbard, a primeira atleta transgênero a conquistar uma medalha mundial na modalidade. O Surto contou a história de Laurel dias atrás. O bronze total foi para a egípcia Shaimaa Kalaf, que também foi prata no arremesso. Tânia Mascorro do México e Duangaksorn Chaidee da Tailândia ficaram respectivamente com os bronzes do arranque e arremesso.

Na categoria até mais de 105 kg quem estava na arena ou até mesmo quem viu pela televisão a disputa final pode presenciar o show do maior atleta da modalidade atualmente e homem mais forte do mundo em todos os tempos, o georgiano campeão olímpico do Rio em 2016 Lasha Talakhadze. Foram seis tentativas bem sucedidas, 100% de aproveitamento em todos os pesos levantados, que pareciam feitos de isopor quando ele colocava a mão e erguia as barras. No arranque, levantou 220 kg, três acima de seu próprio recorde mundial batido em abril. No arremesso, 257 kg, sua melhor marca pessoal e no total o triplo ouro veio com a marca de 477 kg, quatro quilos acima da marca que o levou ao título olímpico no Rio de Janeiro. Uma pena que em mundiais o atleta não pode pedir para tentar recordes após a conclusão de seis tentativas, visto que era nítido que Lasha poderia aumentar ainda mais. Aos 24 anos, o homem mais forte do mundo tem uma longa carreira ainda para fazer mais história.

A prata do total ficou para o iraniano Saeid Alihosseini com a marca de 454 kg, depois de ser bronze tanto no arranque quanto no arremesso. Por falar em bronze, a medalha de terceiro lugar total da categoria foi para o também iraniano e talvez maior adversário de Lasha Talakhadze, Behdadi Salimi. Entretanto, o iraniano campeão olímpico em Londres 2012 é marcado por ser sempre inconstante nas provas de arremesso. No Rio em 2016, o iraniano bateu o recorde mundial do arranque na ocasião, porém na prova do arremessos ele errou todas as tentativas, ficando sem seu segundo pódio olímpico consecutivo. Em Anaheim, depois de ser prata no arranque, Salimi errou a primeira tentativa do arremesso e preocupou os compatriotas, que respiraram aliviados quando ele acertou, fazendo marca o suficiente para o quarto lugar no arremesso e bronze no total. Se Salimi tem uma prova de arremesso ruim, mas o suficiente para medalhas no total, não se pode dizer o mesmo do estoniano Mart Saim. O estoniano fez uma ótima marca no arremesso, ficando com a prata com 253 kg. Entretanto, seu arranque de 191 kg e sétimo lugar não foram suficientes para um pódio na briga principal.

Fernando Saraiva, maior nome do esporte no Brasil na atualidade e homem mais forte das Américas, fez uma excelente participação, quebrando dois recordes pessoais e igualando o terceiro. Começou com a ótima marca de 200 kg no arranque, quarto lugar na prova e dois quilos acima de seu então recorde. Após isso, fez 240 kg no arremesso, igualando a sua melhor marca da vida. No total, 440 kg, novo recorde das Américas e melhor colocação de um brasileiro na história desse mundial, o sexto lugar.

O mundial terminou com liderança no quadro de medalhas do total para a Colômbia e o Irã, empatados com dois ouros, uma prata e dois bronzes cada. Em terceiro vem a Geórgia com dois ouros e um bronze. Vinte e seis países conquistaram medalhas, dentre elas conquistas inéditas para o Chile, a República Dominicana e a Nova Zelândia. Considerando todas as medalhas a Tailândia foi a líder com cinco ouros, sete pratas e três bronzes. Neste quesito, trinta e um países conquistaram medalhas. Lembrando que para o padrão olímpico, só contam as medalhas do total

O próximo mundial acontecerá em Ashgabat no Turcomenistão, em 2018. Ainda não há data definida, entretanto a expectativa é que os nove países suspensos pela federação internacional (China, Rússia, Cazaquistão, Azerbaijão, Armênia, Turquia, Moldávia, Belarus e Ucrânia) estejam na disputa. A suspensão acaba no dia 20 de outubro de 2018. Além deles, podem voltar a participar também a Venezuela e a Coréia do Norte, que por motivos políticos não enviaram delegações.

Confira aqui os últimos pódios totais do mundial de Anaheim, nos Estados Unidos.

+ 90 kg Feminino

1 Sarah Robles  🇺🇸 | 284 kg
2 Laurel Hubbard 🇳🇿 | 275 kg
3 Shaimaa Haridy 🇪🇬 | 268 kg

+ 105 kg Masculino

1 Lasha Talakhadze 🇬🇪 | 477 kg WR
2 Saeid Alihosseini 🇮🇷 | 454 kg
3 Behdad Salimi 🇮🇷 | 453 kg

Foto: IWF


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