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McKayla Maroney acusa Federação americana de Ginástica de forçá-la a se manter calada sobre caso de abuso

A ex-ginasta McKayla Maroney e seu advogado John Manly deram entrada em um processo contra a Federação de Ginástica dos Estados Unidos, nesta quarta-feira(20), em Los Angeles. Eles alegam que a entidade pagou a ginasta para firmar um acordo de confidencialidade e manter as acusações de abuso do ex-médico Larry Nassar fora do olhar público. De acordo com informações da ESPN americana, Manly não divulgou a quantia exata do suposto suborno, mas Maroney teria embolsado US$ 1,25 milhão (4,2 milhões de reais). O processo nomeia o Comitê Olímpico dos Estados Unidos, a Federação de Ginástica e Nassar como réus.

De acordo com seu advogado, McKayla Maroney entrou voluntariamente no acordo, mas fez isso em um momento em que estava emocionalmente traumatizada pela notícia emergente de que Nassar abusou sexualmente de dezenas de outras mulheres sob o pretexto de tratamento médico.

"Eu quero que as pessoas compreendam ela não tinha escolha. Ela não podia funcionar. Ela não podia trabalhar. Eles (Federação de Ginástica) estavam dispostos a sacrificar a saúde e o bem-estar de uma das ginastas mais famosas do mundo porque não queriam que o mundo soubesse que eles estavam protegendo um médico pedófilo" disse.

Manly não fez parte das negociações entre Maroney e a Federação de Ginástica dos Estados Unidos que levaram a confidencialidade. Maroney violou os termos de seu acordo em outubro, quando revelou publicamente, primeiro no Twitter, que ela havia sido abusada por Nassar.

"As pessoas precisam entender a coragem necessária para colocar essa publicação do Twitter. Ela não só estava expondo sua história humilhante, mas também estava se pondo em risco legal. Os acordos de confidencialidade em casos de abuso sexual de crianças são ilegais no estado da Califórnia. Estamos basicamente dizendo que a Federação e seus advogados violaram a lei."

Em uma declaração divulgada nesta quarta-feira, a entidade americana contestou a afirmação de Manly de que a organização iniciou o compromisso de confidencialidade.

"Em 2016, o advogado da McKayla na época, Gloria Allred, se aproximou da Federação, solicitando que a organização participasse de um processo de mediação confidencial. A entidade não pode falar sobre o processo de mediação, que é confidencial e privilegiado de acordo com a lei da Califórnia. O processo culminou em um acordo de acordo que incluiu uma cláusula de não divulgação mútua e uma cláusula de não discriminação mútua"  dizia o comunicado.

O ex-médico da federação de ginástica americana Larry Nassar é acusado por molestar mais de 100 ginastas, entre elas as campeãs olímpicas McKayla Maroney, Aly Raisman e Gabby Douglas e foi condenado a sessenta anos de prisão. A Federação Americana de Ginástica (US Gymnastics) e o Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC) estão sendo processados por pais de ginastas e ex-ginastas que acusam as entidades de acobertar as ações de Larry Nassar.



foto: Ronald Martinez/ Getty Images

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