O presidente da KHL, a liga nacional de hóquei da Rússia,
afirmou nesta quarta-feira, 13 de dezembro, que espera a decisão do Comitê
Olímpico Internacional (COI) de quantos e quais atletas russos serão banidos no
esporte para decidir se permitirá que seus jogadores participem dos Jogos de
PyeongChang 2018, que acontecerá no próximo mês de fevereiro. A KHL é a segunda
maior liga nacional do mundo, perdendo apenas para a liga norte-americana, a
NHL.
Dmitry Chernyshenko, chefe do comitê organizador das
Olimpíadas de Sochi 2014 e agora presidente da KHL, disse que primeiramente precisam
entender "quem vai e quem não vai e depois a liga responderá de
acordo". A KHL, com sede em Moscou, anteriormente expressou indignação com
o banimento de atletas russos em outros esportes manchados por doping nas
Olimpíadas de Sochi. Até o momento não foram feitas alegações de
irregularidades por parte da equipe masculina de hóquei do país em Sochi 2014,
que caiu nas quartas de final. A equipe feminina teve seis atletas banidas e o
resultado de Sochi anulado por alegações de envolvimento com o esquema de
dopagem patrocinado pelo governo local.
Como a NHL não chegou a um acordo com o COI e não irá liberar
seus atletas para os Jogos de Pyeongchang 2018, uma possível retirada dos
atletas da KHL afetaria o torneio inteiro, e não apenas a equipe russa. Apesar
dos russos terem sua lista atual de atletas inteiramente formada por atletas
que estão na KLH, a liga sede atletas para equipes como o Canadá, Estados
Unidos e Finlândia. Somente dos Estados Unidos, sete atletas que estão na lista
de torneios pré-olímpicos de preparação para os jogos disputam o campeonato da
KHL.
Os russos foram proibidos de disputarem Pyeongchang sob a
bandeira russa e competirão como "Atletas Olímpicos da Rússia" sob
uma bandeira neutra. A punição foi anunciada no início do mês, sendo uma
resposta ao esquema de doping implantado pelos russos durante as Olimpíadas de
2014.
A KHL também publicou uma declaração em seu site na
quarta-feira apoiando os atletas russos que decidirem competir sob as condições
do COI, mas posteriormente o comunicado foi retirado. O departamento de mídia
da liga informou que o texto foi retirado porque teria sido postado por engano
e que os comentários de Chernyshenko prevaleceram.
Apesar da decisão do COI da semana passada não acusar Chernyshenko
de qualquer irregularidade em Sochi, a entidade ordenou que ele fosse retirado
do corpo de uma comissão do COI que supervisionava os preparativos para os
Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 em Pequim.
Também na quarta-feira, a Federação Russa de Hóquei, que
aceita que os russos disputem como atletas neutros em Pyeongchang, pareceu
estabelecer uma disputa com o COI sobre os uniformes. Os russos em Pyeongchang
serão obrigados a competirem em uniformes aprovados pelo COI sem cores ou
símbolos nacionais russos. No entanto, a RHF acredita que ainda pode usar seus
uniformes já fabricadas pela Nike, que são vermelhas com um grande emblema da
águia de duas cabeças. "Há uma discussão em torno do uniforme. Já foi
produzido e há certas questões técnicas”, disse Roman Rotenberg,
vice-presidente sênior da federação.
Rotenberg acredita que existe uma "chance de 90%"
de que a equipe russa de hóquei pudesse utilizar os uniformes vermelhos da Nike
ao competir em Pyeongchang.
Foto: Getty Images
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