A poucos meses dos início dos Jogos Olímpicos de Inverno de
PyeongChang, temas como segurança e a venda de ingressos seguem causando dor de
cabeça aos organizadores. Apesar de temas como esses não serem bem uma novidade
quando se organiza um evento desse porte, o caso da cidade sul-coreana desperta
uma maior atenção. Faltando menos de 100 dias para a cerimônia de abertura dos
Jogos, há mais ceticismo do que em qualquer outra sede anterior, e em alguns
casos, há pouco que os organizadores sul-coreanos possam fazer sobre essas
questões.
O que causa mais preocupação no momento é a segurança. O temor
comum nesse tipo de evento, de que grupos terroristas possam cometer algum
atentado, se soma agora ao temor de um possível conflito armado. PyeongChang
está distante apenas 80 km da fronteira com a Coreia do Norte, que vem
realizando testes frequentes com mísseis balísticos e outras armas nucleares. Os
testes feitos pelos norte-coreanos estão despertando o temor e a ira nas
grandes nações mundiais, o que ocasionou um aumento na troca de ameaças entre
os Estados Unidos e o país asiático.
A crescente tensão na região faz com que muitas nações
estejam preocupadas. Embora a maioria dos comitês olímpicos nacionais tenha
minimizado o possível perigo para os atletas, o chefe-executivo da Associação
Olímpica Britânica, Bill Sweeney, confirmou recentemente que sua organização vem
elaborando planos de contingência para casos de emergência. "Claramente, há
uma questão em torno da escalada de tensões entre a Coréia do Norte e a Coréia
do Sul e os americanos. Iremos lá com um plano de evacuação claramente
definido, se for necessário. Não creio que seja necessário. A saúde e o
bem-estar da delegação são a nossa prioridade n° 1", afirmou Sweeney.
A Federação Alemã de Esportes Olímpicos (DOSB) também disse
que está monitorando de perto a situação na Península Coreana e, embora alguns
atletas alemães tenham manifestado suas dúvidas sobre a participação, o DOSB
disse que ainda é "muito cedo" para considerar a possibilidade de não
enviar seus atletas.
Kelly Skinner, vice-presidente de desempenho esportivo do
Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC), se recusou a responder se o USOC
tinha um plano de evacuação. "A equipe dos EUA sempre está preparada para
qualquer lugar que vamos e trabalhamos em estreita colaboração com o
Departamento de Estado em tudo o que precisa ser feito para garantir que o Time
USA seja seguro", disse Skinner.
Outro fator de preocupação para os organizadores de
PyeongChang é a baixa procura pelos bilhetes dos eventos. O comitê estabeleceu
o objetivo de vender pelo menos 90% dos 1,17 milhões de ingressos oferecidos
para os Jogos, 70% deles reservados para os sul-coreanos. No entanto, até agora
as vendas foram fracas e faltando poucos dias para o início do evento, somente cerca
de um terço dos ingressos foram comprados. Mesmo com os baixos números, o
comitê organizador segue confiante e aposta que os torcedores locais comprarão
os ingressos de última hora. "Nos últimos mega-eventos na Coréia, como a
Copa do Mundo de 2002, vimos que mais coreanos compraram ingressos quando
chegamos perto do evento", afirmou a porta-voz do comitê organizador, Lee
Jihye.
Foto: Getty Images
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