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Pressionado pela opinião pública, presidente da federação italiana de futebol renuncia

Carlo Tavecchio não resistiu. Nesta segunda-feira, o presidente da Federação Italiana de Futebol (Figc, na sigla em italiano) renunciou ao cargo em reunião no Conselho Federal, exatamente uma semana depois da seleção do país perder a vaga na Copa do Mundo da Rússia para a Suécia na repescagem europeia. Uma assembleia será convocada em noventa dias para eleger um sucessor.

"Errei. Então, vou para casa. Estou amargurado. Peço desculpas a todos os italianos" disse Tavecchio ao sair da reunião em entrevista à repórteres.

É o segundo que cai do comando do "calcio" desde o empate por 0 a 0 no San Siro. Na quarta passada, Gian Piero Ventura, treinador da seleção, foi demitido do cargo. Tavecchio era o principal defensor do ex-técnico do Torino. Mas, na entrevista coletiva depois de anunciada a renúncia, admitiu o erro na postura, chegando a exagerar. "Deveria ter demitido o técnico no intervalo em San Siro" disse Tavecchio.

Aos 74 anos, Tavecchio estava no comando desde agosto de 2014, quando sucedeu Giancarlo Abete, outro que renunciou ao cargo depois da eliminação da Itália na fase de grupos da Copa no Brasil. Apoiado pelos 18 clubes da Série A, foi eleito com 63,63% dos votos, superando o ex-jogador Albertini, ídolo do Milan e vice-campeão na Copa de 1994. Em março passado, acabou reeleito com 54,03%, em disputa com o empresário e dirigente Andrea Abodi, afirmando que tinha recuperado a credibilidade do futebol tetracampeão mundial.

Na campanha para o primeiro mandato, Tavecchio causou polêmica ao se posicionar contra jogadores extracomunitários, fazendo ironia ao comentar sobre um jogador fictício africano que denominou Opti Poba "comedor de bananas". Foi banido por seis meses pela Fifa e Uefa, mas a Figc o absolveu de qualquer punição.

Um dos principais opositores de Tavecchio, o ex-jogador Tommasi, atualmente presidente da Associação Italiana de Jogadores, defende um conceito para o sucessor: falar mais de futebol.
"O ato de responsabilidade é construir um projeto compartilhado, para voltar a falar sobre o futebol, dando tempo às ligas para restabelecer a ordem. Tavecchio comunicou a demissão, só ele falou, e apresentou essas decisões" disse Tommasi aos jornalistas na saída da reunião.


foto: AP/Andrew Medichinni

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