O Centro de Treinamento Nacional de Ciclismo entrou na última fase de
preparação para o início das atividades em Londrina (PR). Projeto
inédito no país, a instalação pretende garantir o aperfeiçoamento
técnico e físico de ciclistas de alto rendimento de diferentes
disciplinas, e auxiliar a preparação dos brasileiros para as principais
competições internacionais e para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de de Tóquio, em 2020.
A estrutura conta com prédio de 700m² e pista de BMX com
padrão da União Ciclística Internacional (UCI). Entre as facilidades do
local estão sala de musculação, bike indoor, treino funcional, sala de
fisioterapia e de recuperação, refeitório, auditório e vestiários. Tal
lista permite que todas as modalidades do ciclismo olímpico sejam
beneficiadas, como BMX, BMX freestyle park, estrada, pista e mountain
bike.
"Com os equipamentos, os atletas serão submetidos a avaliação física completa para um desenvolvimento criterioso. Pretendemos
trabalhar com as diferentes disciplinas do ciclismo", disse o
presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), José Luiz
Vasconcellos.
Com a estrutura do CT pronta, o Ministério do Esporte liberou na última semana R$ 1.334.988,90 para a aquisição de equipamentos. A prefeitura vai investir R$ 17.598,98 de contrapartida. A ação é a última etapa necessária para o início das atividades.
A infraestrutura é administrada pela Fundação de Esportes de
Londrina. O órgão vai abrir licitação para adquirir os equipamentos. Serão
comprados materiais para mobília, informática, fisioterapia,
fisiologia, musculação e ar condicionado. A proposta é abrir chamada
pública no futuro para que uma entidade especializada possa gerir o
equipamento esportivo.
"É uma obra que esperamos há muito tempo. Já estamos
trabalhando para lançar o edital e adquirir os equipamentos. Queremos
começar o quanto antes. Vamos promover novos eventos para envolver a
população local e montar escolinhas de ciclismo para toda a comunidade",
disse o diretor-presidente da Fundação de Esporte de Londrina, Fernando
Madureira.
Quatro etapas
A estrutura foi construída em quatro fases. A primeira foi a
implantação das pistas de BMX de Challenger e BMX Supercross. A segunda
foi a construção do prédio do Centro de Treinamento. A terceira foi a
implementação das áreas de escritórios abaixo da plataforma de largada
da pista de BMX. A aquisição dos equipamentos é a última fase.
Das cinco provas olímpicas que serão atendidas, os pilotos de BMX
serão protagonistas no equipamento. Além de serem beneficiados pela
estrutura de avaliação física e técnica, eles poderão utilizar a pista
oficial para treinamento. Atletas de todo o país poderão agendar
períodos no local.
A classificação do BMX para os Jogos de Tóquio 2020 tem início em
junho de 2018. Os atletas irão buscar pontos no ranking internacional
durante o Mundial do Azerbaijão. Os principais pilotos do país terão
ainda na temporada dez etapas da Copa do Mundo, além dos campeonatos
sul-americano e pan-americano.
A atleta olímpica Priscilla Carnaval Stevaux, 23 anos, espera que a
estrutura seja um diferencial na preparação para Tóquio. "Acredito que
vai mudar a realidade da modalidade. Os atletas terão uma esperança
maior para o futuro do ciclismo nacional e motivação para continuar na
busca por resultados inéditos", disse.
Segundo Priscilla, os brasileiros ainda buscam no exterior condições
de igualdade para enfrentar os principais atletas do continente. Com o
equipamento, avalia, mais pilotos terão a oportunidade de treinar no
mesmo padrão dos melhores do mundo. "Na última vez que competi na etapa
da Copa do Mundo, tive que viajar com antecedência à Argentina para
poder treinar. Em pouco tempo, consegui resultado expressivo. Isso
mostra que os brasileiros têm condições de competir contra os melhores",
disse.
Foto; Divulgação
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