Após Xue Yinxian, de 79 anos, afirmar que existia um
programa de doping sistemático no esporte olímpico chinês entre as décadas de
1980 e 1990, a Agência Mundial Antidoping (WADA) lançou um processo
investigativo para analisar as denúncias feitas pela ex-médica da equipe
chinesa. Yinxia fugiu do país asiático há dois anos e procurou asilo político
na Alemanha.
Em entrevista a emissora ARD, da Alemanha, a chinesa afirmou que
mais de 10.000 atletas em todo o esporte, incluindo futebol, voleibol,
basquete, tênis de mesa, badminton, atletismo, natação, saltos ornamentais, ginástica
e levantamento de peso, estavam envolvidos no programa obrigatório.
Como os supostos casos já prescreveram, não está claro qual
ação pode ser tomada. A WADA prometeu tomar "as medidas necessárias e
apropriadas" se a ação for "garantida e viável" no âmbito do
Código Mundial Antidoping. "A WADA viu o documentário de 21 de outubro na emissora alemã ARD, alegando doping sistemático na China durante os anos 80
e 90 e questionando se tal sistema pode ter prevalecido além dessas
décadas", afirmaram em um comunicado.
"As alegações foram apresentadas pela ex-médica chinês,
Xue Yinxian, que teria procurado várias equipas nacionais na China durante as
décadas em questão. Enquanto a WADA só foi formada em novembro de 1999, como a
agência internacional e independente encarregada de combater o doping no
esporte, a Agência assegurará que, se a ação for justificada e viável no âmbito
do Código Mundial Antidoping, serão tomadas as medidas necessárias e
apropriadas”, afirmou a WADA.
De acordo com a entidade, a sua equipe de investigação foi
acionada para iniciar as investigações. “Como primeiro passo, a Agência pediu a
sua equipe independente de inteligência e investigações que inicie um processo
de investigação para coletar e analisar a informação disponível em coordenação
com parceiros externos", garantiu.
Xue afirmou que os atletas após se doparem eram testados
repetidamente até que nos exames se mostrassem negativos. Em seguida os atletas
eram enviados para as competições internacionais. O sinal de chamada "Vovó
em casa" foi aplicado a esses atletas, disse ela, que já não tinham vestígios
de substâncias dopantes em seu corpo. "Se você se recusava a se drogar,
você tinha que deixar o time. No início, as equipes do grupo de idade juvenil
usavam as substâncias. Os mais jovens tinham 11 anos de idade", contou
Yinxin.
Ela também afirmou ter sido avisada pelas autoridades
chinesas para manter a calma sobre os casos de doping antes de Pequim 2008. Isso
incluiu ser visitada por funcionários do governo, com direito a ver carros de
polícia estacionados fora de sua casa. Ela teria sido demitida após se negar a
dar substâncias proibidas para uma ginasta.
Foto: ARD
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