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Presidente da CBT afirma que por falta de verbas, não tem como gerir centro olímpico de tênis

O presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Rafael Westrupp, contou que ainda não sabe qual será o futuro do Centro Olímpico de Tênis, no Rio de Janeiro. Segundo ele, o custo anual para CBT assumir o local seria de R$10 milhões para manutenção, valor superior ao da orçamento da entidade, que viu seu principal patrocinador, os Correios, diminuir a verba de quase R$ 9 milhões para R$ 2 milhões por ano, em 2017.

Em janeiro de 2017, a CBT mudou-se de São Paulo para Florianópolis e, em março, viu também a transição do ex-presidente Jorge Lacerda para o sucessor Rafael Westrupp, que era presidente da Federação Catarinense de Tênis. Em entrevista ao site GloboEsporte.com, Westrupp disse não há como a entidade se mudar para o Rio de Janeiro a curto prazo, e gerir o local do porque seria um "tiro no pé". Também em março, o Centro Olímpico de Tênis passou para responsabilidade da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), autarquia do Ministério do Esporte. De acordo com Westrupp, a CBT não teria condições de comandar o local por si só a partir de 1º de julho de 2019, quando a AGLO deve ser extinta.

"Não é que a gente não quer assumir o Centro Olímpico de Tênis, é que não temos capacidade financeira. É um tiro no pé, funciona um mês e no outro mês porque não tem dinheiro para pagar a luz. Aí foi feita a AGLO, mas ela só tem garantia de funcionamento até o ano quem vem. Quem assumir o Centro Olímpico hoje, lá em 2019, tem que assumir tudo. Tem que ter lucidez nesta hora. Se a gente muda tudo para o Rio, vamos pagar como? Vamos passar o chapéu? Não dá. Fizemos um modelo (aqui em Floripa) que cabe dentro da CBT. Na reunião, passaram para gente que o custo geral e, em calculando rateio, do Centro de Tênis seria R$10 milhões no ano. Não temos isso. É muito mais que o orçamento total da Confederação. Isso para fazer a manutenção. É inviável financeiramente para a CBT assumir o Centro de Tênis, infelizmente. A realidade hoje não permite isso"

Segundo o atual presidente, a mudança da CBT para Florianópolis traz uma economia mensal de R$ 89 mil em comparação à sede anterior em São Paulo. No entanto, o sonho de se mudar para o Rio de Janeiro e ocupar o Centro Olímpico ficou mais longe. Com um estádio com capacidade para 10 mil espectadores, e oito quadras auxiliares, o Centro Olímpico de Tênis era considerado o lugar ideal para a CBT transformar em um Centro de Treinamento. Mas o projeto ainda não saiu do papel após promessas que não se concretizaram da gestão anterior de Jorge Lacerda, que ficou no cargo de 2005 a 2017, e hoje é acusado de desvio de verba. O novo comandante da CBT disse que ainda é um objetivo da entidade, mas admitiu não ter uma previsão pela falta de orçamento no cenário pós-olímpico.

" Não tem uma data, mas está no nosso radar. É objeto de pauta quase sempre, inclusive no Conselho (da CBT). Mas tem que se entender todas as demandas envolvidas. Precisa de recursos humanos, técnicos, assistente, preparador físico. Tem que custo de hospedagem, diária do treinador… Está no nosso radar, se tiver verbas será uma das primeiras coisas que iremos fazer, com certeza. Não é história da carochinha. Mas não posso falar uma data por questões objetivas, em termos de dinheiro. Falar em orçamento dá vontade de chorar, tivemos uma redução de mais de 70%. Tivemos de redimensionar e demos uma dignidade e condição de manter as contas equilibradas de forma que não gere dívidas, mas as atividades da CBT não pararam"avaliou.

Com nove inquéritos conduzidos pela Polícia Federal e por procuradores da República sobre a CBT, a entidade passou a ter ainda mais dificuldade para fechar as contas. Como alternativa, houve, por exemplo, a decisão de acertar uma propaganda gratuita com a Peugeot, marca de carros, em regime de comodato - após um ano, os sete carros voltam para a montadora. Westrupp admitiu que o cenário que a entidade passa é complicado para atrair patrocinadores.

"O produto CBT passou por um período bem complicado por uma questão que várias coisas surgiram. A CBT está sendo acusada, o comandante está sendo acusado. Isso prejudica não só a CBT, mas o tênis como um todo. Temos um produto para quem tem acesso à CBT e entende o trabalho que tem sido feito. O ideal é ter dinheiro no patrocínio, mas vamos dar o primeiro passo para tentar que haja pagamento na renovação. Às vezes é mais fácil jogar uma pedra e não entender o contexto real. A razão de aceitar um patrocínio sem dinheiro é o custo, ele entrou de graça, e a marca é forte, dá credibilidade. Apostamos em um bom trabalho para tentar renovar com dinheiro" refletiu.


Foto: Rio 2016

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