Faltando menos de um ano para o início dos Jogos da
Comunidade Britânica (Commonealth Games) que se realizarão em Gold Costa, na
Aústralia, um medo vem crescendo cada vez mais. A possibilidade de que muitos
países possam deixar de participar da competição por questões relativas ao
visto de entrada no país da Oceania.
A presidente da Federação dos Jogos da Commonwealth (CGF),
Louise Martin, expressou o seu temor de que isso possa acontecer, e rotulou
como sendo “o maior risco para os Jogos”.
As preocupações com o processo de visto foram levantadas no seminário
Chefe de Missão, que está sendo realizado na cidade australiana. Vários membros
da Associações do Jogos da Commonwealth (CGAs) expressaram preocupações sobre
os procedimentos atualmente implementados, se questionando se realmente são
bem-vindos na Austrália.
Sob o sistema para os Jogos, os pedidos precisam ser feitos
separadamente para credenciamento e vistos. O procedimento é bem distinto do
que vinha sendo adotado anteriormente por outras sedes, onde os vistos faziam
parte do processo de credenciamento. Um outro problema é que a entrada com os
pedidos de visto deverão ser realizados individualmente por cada atleta ou
membro das comissões técnicas. Anteriormente o processo era tratado
completamente por cada membro da associação da Commonwealth, gerentes de equipe
e chefes de missões dos países.
Como o processo é individual, os países temem uma sequência
de erros que podem levar o atleta a não conseguir o visto, como por exemplo preencher
de forma errada os formulários com os pedidos. Isso se deve a uma série de
fatores, que vão desde a falta de acesso à internet em alguns países, o que
torna difícil para os indivíduos preencherem os aplicativos, bem como níveis de
alfabetização e possíveis erros. Teme-se que os países possam encontrar-se numa
posição em que desconheçam se atletas e funcionários da equipe receberam vistos
para os Jogos ou não.
Em entrevista ao insidethegames, Martin disse que esperava
que o governo federal australiano atuasse de forma a simplificar o processo de
visto. "É a complexidade da situação que está causando esse problema.
CGAs, gerentes de equipe e chefes agora não estão autorizados a fazer por sua
equipe. Os membros individualmente agora precisam preencher seu próprio
formulário por e-mail. Com todo o devido respeito, não estão todos no mesmo
campo de jogo. Alguns não possuem laptops, alguns não têm um endereço de e-mail
e as pessoas são de diferentes idades. Alguns países também são tão grandes e
as áreas nem têm wifi. Há muitas áreas diferentes que estão causando problemas,
são grandes problemas. Precisamos esperar que as coisas sejam simplificadas”,
afirmou Martin.
Outra preocupação da entidade se concentra em atletas e
funcionários que já têm vistos existentes para a Austrália, permitindo que eles
trabalhem ou estudem no país. Ao solicitar um visto para participarem dos Jogos
da Comunidade Britânica, os termos atuais seriam interrompidos, sem garantias
que retomariam após a conclusão do evento. Uma solução poderia ser o pedido de uma dispensa especial feita
por alguns CGAs para garantir que os vistos existentes não sejam afetados.
Martin disse que se as questões de visto não forem
resolvidas pelo governo federal australiano, e que isso pode levar alguns
países a optarem por não participar dos Jogos. "Para mim, é o maior risco
para os Jogos. Se não conseguirmos resolver a situação do visto, sinceramente
acredito no que ouvi ontem, vários países não virão. Alguns deles já têm vistos
especiais que teriam de ser postos de lado, e então eles não os recuperariam.
Este é o sustento para algumas pessoas. Eles não vão arriscar seus meios de
subsistência, independentemente do que eles pensem e quanto eles valorizam a
competição nos Jogos. Eles simplesmente não vão fazer isso", garantiu a
presidente.
Martin reconheceu os esforços do governo local para garantir
a segurança dos Jogos, que acontecerão entre os dias 4 e 15 de abril de 2018.
Ela ainda mostrou esperança de que a questão dos vistos possa se resolver em
breve. "A Austrália tem que estar a salvo e segura, todos entendemos isso.
O pessoal da segurança, seja federal, regional e estadual, realmente estão
trabalhando duro juntos. Pelo que eu vi e ouvi, é brilhante. Desse lado das
coisas, para entrar em uma área onde você vai "isso não vai impedir que
ninguém venha ", e provavelmente será isso com os vistos", garantiu
Martin.
Foto: CGF
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