No domingo (8) foi disputado o último dia do Campeonato
Mundial de Ginástica Artística, em Montreal, no Canadá. No masculino foram
disputadas as provas de salto, barras paralelas e barra fixa e no feminino as
provas de trave e de solo. Foram mais quatro novos campeões mundiais nesta
edição, já que o campeão do salto foi o japonês Kenzo Shirai, que já havia
vencido a prova de solo no sábado. Thais Fidelis fez uma ótima prova de solo e
se aproximou da medalha de bronze, mas acabou em quarto lugar, logo atrás da
britânica Cláudia Fragapane. O Brasil se despediu de Montreal sem subir ao
pódio, assim como aconteceu no último mundial em 2015. Foram quatro finais
alcançadas pelos brasileiros, com o melhor resultado vindo justamente com Thais
Fidelis.
A primeira prova disputada foi a final do salto masculino. A
prova começou com a troca de um dos finalistas. Maior favorito ao ouro e
primeiro colocado na fase de classificação, o sul-coreano Yang Hakseon não apareceu
para a final, provavelmente por lesão, e foi substituído pelo russo Artur
Dalaloyan. A definição do ouro acabou sendo a mais apertada de toda a
competição em Montreal. O japonês Kenzo Shirai acabou ficando com o ouro ao
obter a média de 14.900 em seus dois saltos. A prata ficou com o ucraniano Igor
Radvilov com 14.899. Apenas 0.001 separou os dois concorrentes. Os saltos de
Radvilov foram mais difíceis, mas a execução do japonês foi melhor, o que
acabou decidindo em favor do chinês. A diferença entre o medalhista de bronze e
o quinto colocado também foi pequena. Hansol Kim, o segundo sul-coreano da
final, alcançou a média de 14.766, contra 14.716 do romeno Marian Dragulesco,
que havia se classificado em terceiro lugar, e 14.704 do guatemalteco Jorge Veja
Lopez, o primeiro ginasta masculino de seu país a fazer uma final individual em
um mundial de ginástica. O russo Dalaloyan, que entrou na final no lugar do
sul-coreano, acabou caindo e ficou em último lugar.
A final de trave foi a segunda final disputada no dia. Foi
provavelmente o aparelho que mais sofreu com a ausência das favoritas que se
lesionaram antes ou durante o mundial, que optaram por se ausentar do mundial
ou que caíram durante a fase classificatória. Sem Flávia Saraiva, Simone Biles,
Catalina Ponor, Sanne Wavers, Laure Hernandez, Larisa Iordache, Ragan Smith,
dentre outras, a final do aparelho acabou tendo a participação de várias
ginastas que não são especialistas no aparelho. Isso fez com que a final
contasse com um nível técnico mais baixo, e que uma ginasta que anteriormente
era apontada como uma possível zebra para a o pódio acabasse com a medalha de
ouro. A prova foi vencida pela alemã Pauline Schaefer, com 13.533, em uma série
que apesar de não contar com um alto grau de dificuldade foi bem executada. A
medalha de prata ficou com a norte-americana Morga Hurd, com 13.400. Morgan
teve um desequilíbrio em sua série e acabou estourando o tempo, fazendo com que
ela sofresse uma punição de -0.100. O bronze também foi para a Alemanha, com
Tabea Alt, que havia ficado em primeiro lugar na fase de classificação. A
japonesa Murakami Mai, que já havia ficado em quarto lugar no individual geral
acabou repetindo a colocação também na trave. Dona da casa e medalhista de
prata no individual geral, Elsabeth Black acabou sofrendo uma queda e terminou
em último lugar.
Se a prova de trave teve um baixo nível técnico, com as
barras paralelas foi justamente ao contrário. A prova contou com grandes
especialistas que fizeram uma bela disputa. No final, medalha de ouro para o
chinês Jingyuan Zou, com a nota de 15.900. A medalha de prata ficou com o
ucraniano Oleg Verniaiev, atual campeão olímpico no aparelho, com 15.833, uma
diferença bem pequena para o ouro. Os dois ginastas inverteram suas posições da
fase de classificação, já que o ucraniano havia avançado em primeiro e o chinês
em segundo. A medalha de bronze também foi muito disputada, com vitória do
russo David Belyavskiy sobre o cubano Manrique Larduet por apenas 0.1. Enquanto
Belyavskiy teve nota de 15.266, Larduet teve 15.166 e acabou de fora do pódio.
A final de solo feminina interessava muito ao Brasil, pois
nela estaria Thais Fidelis, última chance que o país tinha de subir ao pódio. E
Thais quase conseguiu. Com uma boa série, a ginasta acabou cometendo pequenos
erros na primeira e na última passada, que custaram preciosos décimos que a
deixaram em quarto lugar, atrás da britânica Cláudia Fragapane. Enquanto Thaís
ficou com 13.666, Fragapane obteve 13.933. Apesar de não conseguir uma medalha,
Thais que estreava em mundiais, acabou quebrando um jejum de seis anos em que
uma brasileira não chegava a uma final individual em mundiais. A medalha de
ouro foi da japonesa Murakami Mai, após bater na trave por duas vezes neste mundial.
Aliando alta dificuldade com boa execução, a japonesa conseguiu a nota de
14.233. Medalha de prata para a norte-americana Jade Carey, com 14.200. A prova
que já não contou com a presença de Ragan Smith lesionada, acabou presenciando
mais uma grave lesão. A veterana italiana Vanessa Ferrari acabou sofrendo uma
queda feia logo no início de sua série e abandonou a competição com dores no
tornozelo. Mais tarde foi revelado que a italiana sofreu uma ruptura em seu
tendão de Aquiles.
A última prova do mundial foi a de barra fixa. A final foi
marcada por várias quedas e erros, inclusive de alguns favoritos. O ouro foi conquistado
pelo croata Tin Srbic com a nota de 14.433, que havia se classificado em
terceiro lugar. Maior favorito ao ouro, o holandês Epke Zonderlad acabou tendo
uma falha em sua prova, mas conseguiu se segurar e não caiu. Ele obteve 14.233
e conquistou a medalha de prata. Bronze para o seu compatriota, Bart Deurloo,
com 14.200. O japonês Hidetaka Miyachi e o cubano Randy Leru, que faziam ótimas
séries, acabaram caindo e acabaram com suas chances de medalha. Enquanto o japonês
caiu no meio de sua série, o cubano acertou toda a prova em cima do aparelho,
mas acabou caindo em sua saída. O russo David Belyavskiy, também favorito no
aparelho, acabou sofrendo um erro grave, e mesmo sem cair do aparelho, acabou
distante da medalha. Foi também na barra fixa que o russo acabou perdendo sua
medalha no individual geral ao cair no aparelho em sua última apresentação.
Para ver os resultados completos clique aqui.
Medalhistas:
Salto masculino:
Kenzo Shirai – Japão
Igor Radvilov – Ucrânia
Hansol Kim – Coreia do Sul
Trave:
Pauline Scheafer – Alemanha
Morgan Hurd – Estados Unidos
Tabea Alt – Alemanha
Barras paralelas:
Jingyuan Zou – China
Oleg Verniaiev – Ucrânia
David Belyavskiy – Rússia
Solo feminino:
Murakami Mai – Japão
Jade Carey – Estados Unidos
Cláudia Fragapane – Grã-Bretanha
Barra fixa:
Tin Srbic – Croácia
Epke Zonderland – Holanda
Bart Deurloo – Holanda
Foto: FIG
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