O Campeonato Mundial de Ginástica Artística chegou ao seu
quinto dia de disputas em Montreal, Canadá, e apresentou ao mundo a campeã na
prova do individual geral, a mais importante da ginástica. Com a ausência da
norte-americana Simone Biles, que vem dominando a competição desde o ano de
2013, a expectativa era de uma prova aberta e sem grandes favoritismos, que
apontaria uma nova campeã após quatro anos de domínio de Biles. Ao final das
disputas, a cora de atleta mais completa do mundo mudou de cabeça, mas não de
país. Morgan Hurd dos Estados Unidos foi a campeã, deixando para trás a
canadense Ellsabeth Black e a russa Elena Eremina. Primeira colada na fase
classificatória, a japonesa Murakami Mai acabou em quarto lugar. Estreando em
finais, a brasileira Thais Fidelis cometeu erros em suas provas de trave e
barras assimétricas e acabou na 24ª posição, mas deixou boa impressão na prova
de solo, aparelho em que disputa a final no próximo domingo.
Logo antes de começar a competição, ainda na fase de
aquecimento, a norte-americana Ragan Smith, grande favorita ao título, acabou
lesionando o tornozelo e deu adeus à competição. Foi mais uma baixa entre as
favoritas após as lesões da brasileira Rebeca Andrade e da romena Larisa
Iordache.
A primeira divisão mostrou um grande equilíbrio entre as
favoritas, como era o esperado. Na prova de salto a maioria das favoritas
saltou um DTY, salto de valor de 5.4 no código de pontuação, e acabaram com as
notas bem próximas. A maior nota foi conquistada pela japonesa Murakami Mai com
14.66, seguida pela canadense Elsabeth Black com 14.600, pela norte-americana
Morgan Hurd com 14.533, pela francesa Melanie de Jesus dos Santos com seus
14.466 e pela russa Elena Eremina com 13.866, a única a realizar um salto
inferior entre as favoritas. Enquanto isso nas barras assimétricas a bela Nina
Derwael dava show e começava a competição com um 14.966, a maior do aparelho em
toda a final.
A partir da segunda rotação as notas já começaram a se
diferenciar e a movimentação na classificação se tornou mais intensa. Entre as
que disputavam as medalhas Black conseguia a maior nota, um 14.233. Primeira
colocada nas classificatórias nas assimétricas, a russa Eremina cometeu
pequenos erros e acabou tirando 14.200, quase um ponto a menos do que havia
feito na terça-feira, o que poderia comprometer a sua briga pelo pódio. Outra que
teve uma grande queda na sua nota foi a francesa Melanie de Jesus, que foi de 14.500
na classificatória para 14.000 na noite de ontem. Hurd e Murakami tiveram notas
similares as que conseguiram na fase anterior. Na segunda rotação destaque também
para a prova de trave da alemã Tabea Alt, que já tinha conseguido a maior nota
do aparelho no dia da qualificação e novamente foi a maior nota na noite de
ontem, com 13.300.
Na rotação seguinte as favoritas foram para a trave e a
primeira a realizar a sua série foi a japonesa Murakami Mai, que acabou
sofrendo uma queda e conseguindo apenas 12.000. A canadense Elsabeth Black em
sua série teve um grande desequilíbrio no início da série e depois voltou a se
desequilibrar, mas dessa vez para não cair acabou se segurando na trave com a
mão. Apesar disso, a canadense ainda conseguiu a nota de 12.866 e assumiu a
primeira colocação. A maior nota entre as primeiras colocadas foi a de Elena
Eremina, 13.133. Hurd e a francesa Melanie de Jesus tiveram alguns desequilíbrios
em suas séries e somaram 12.666 e 12.433, respectivamente.
A última rotação reservava emoções e deixava as 5 primeiras
colocadas com chances de subirem ao pódio. A primeira a se apresentar foi
Morgan Hurd, que fez uma boa série, mas cometeu algumas falhas nas chegadas de
suas acrobacias e conquistou a nota de 13.733, finalizando a competição com
55.232. Nas classificatórias Morgan havia caído em sua apresentação. A segunda
a subir no tablado foi a russa Elena Eremina. Com uma apresentação mais limpa e
mais segura do que a apresentada na fase de classificação, Eremina somou 13.600
e se colocou definitivamente na briga pelo pódio com 54.799. Em seguida foi a vez
da francesa Melanie de Jesus, que repetiu a nota conseguida na fase anterior,
13.233, após também cometer erros em sua série.
Era então chegada a vez da canadense, e líder no momento, se
apresentar diante de sua torcida na prova que poderia lhe garantir a medalha de
ouro. Black precisaria de uma nota superior a 13.533 para reassumir a primeira
colocação, maior do que a nota que ela havia conquistado nas classificatórias. Com
uma apresentação segura, mas com pequenas falhas na execução dos movimentos,
Black conseguiu 14.433, 55.132 na soma dos quatro aparelhos, e por apenas 0.1
acabou ficando atrás de Hurd.
A última a se apresentar era a japonesa Murakami Mai. O ouro
para ela era missão quase impossível, mas uma medalha ainda era bem real. Em
uma apresentação quase perfeita a japonesa encantou o público e mostrou o porquê
de ser apontada como uma das favoritas para levar o ouro no aparelho na final
de domingo. Com todas as chegadas praticamente cravadas, Mai conquistou a maior
nota da noite no solo, 14.200, apesar da boa apresentação e da nota alta, Mai
acabou perdendo o pódio para a russa Elena Eremina também por apenas 0.1 ao
somar 54.699.
A brasileira Thaís Fidelis, de apenas de 16 anos e em seu
primeiro mundial, começou sua participação na prova de trave. Assim como no
primeiro dia, Thais acabou cometendo falhas no aparelho que é uma de suas
especialidades. Com duas quedas, Thais recebeu apenas 10.600 em sua apresentação.
A segunda prova de Thais foi o solo, aparelho em que disputará a final no
domingo. Thaís fez uma boa apresentação, com exceção de sua segunda acrobacia,
em que chegou com o tronco baixo e acabou dando passos grandes na chegada. Somente
nessa acrobacia Thais perdeu cerca de 0.6, ainda assim conseguiu a nota de
13.566. A apresentação de Thais deixa uma boa perspectiva para domingo, podendo
passar dos 14 pontos se acertar a prova, entrando diretamente na briga pelo
pódio.
O terceiro aparelho de Thais foi o salto, onde somou 13.533.
Nas barras assimétricas, Thaís voltou a ter uma queda e conseguiu apenas 11.066
de nota. No total dos quatro aparelhos Thais somou 48.765 e terminou a disputa
do individual geral em 24º lugar.
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Foto: AP
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