Últimas Notícias

Mundial de Ginástica Artística 2017 - dia 2

Nesta terça-feira foi disputado o segundo dia do Campeonato mundial de ginástica Artística. Na parte da manhã foi disputada a quarta e última subdivisão da fase de qualificação com a participação da equipe brasileira. Arthur Zanetti em oitavo lugar nas argolas e Caio Souza em 14º no individual foram as únicas finais alcançadas pelos homens. Na parte da tarde teve início as classificatórias femininas com a disputa de duas subdivisões. Ontem a CBG anunciou também o corte de Rebeca Andrade do mundial após a atleta romper os ligamentos do joelho durante um treino no último domingo.

O dia começou com a disputa da última subdivisão que contou com a presença de brasileiros, holandeses e sul-coreanos. O Brasil contou com a participação de três atletas. Arthur Zanetti, medalhista de prata nas argolas nas Olimpíadas do ano passado, só participou do aparelho que é sua especialidade. Com erros de execução que fogem da sua característica, o atleta alcançou apenas a nota de 14.700, mas ainda o suficiente para avançar para a final com a oitava e última nota.

Medalhista de bronze no solo nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, Arthur Nory voltou recentemente de cirurgia e não competiu no individual geral, focando apenas nas provas em que tinha chances de avançar para a final, o solo e a barra fixa. No solo Nory fez 14.033 e ficou em 16º lugar, não avançando para a final. Na barra fixa, a sua melhor chance nesse mundial, Nory também passou perto ao fazer 13.866, ficando apenas 1 décimo atrás do oitavo e último classificado para a final.

Caio Souza foi o único atleta brasileiro a participar de todos os aparelhos. Caio iniciou a competição no solo onde fez uma boa série e em seguida foi para o cavalo com alças, seu pior aparelho, onde não conseguiu boa nota. Com boas passagens pelas argolas, salto e barras assimétricas, Caio brigava para terminar o dia entre os 10 primeiros colocados do individual geral. No entanto, o ginasta acabou caindo no último aparelho, a barra fixa e terminou em 14º lugar, conseguindo a vaga na final.

Destaque na rotação também para os holandeses e sul-coreanos. A Coreia do Sul conseguiu colocar dois atletas na final de salto, incluindo o favorito ao ouro, Hakseon Yang, que terminou em primeiro na qualificação, e um atleta na final de solo. Já os holandeses brilharam na barra fixa e também colocaram dois atletas na final do aparelho, entre eles Epke Zonderland, conhecido como “O holandês voador”, grande favorito ao ouro.

Já no final da subdivisão uma polêmica acabou marcando a prova de solo. Os holandeses eram os últimos a disputarem o aparelho e fizeram boas apresentações, mas marcadas por algumas falhas e inclusive quedas. Assim que acabou a participação dos holandeses eles entraram com recurso alegando que o tablado do solo estaria quebrado. A organização reviu o aparelho, corrigiu o erro e autorizou que os holandeses repetissem suas séries. Na segunda chance Bram Verhofstad acabou conseguindo a oitava colocação no aparelho com 14.433 e avançou para a final com a última vaga. A situação revoltou o chileno Thomaz Gonzalez que havia ficado com a última vaga anteriormente. Participando da mesma rotação dos holandeses e tendo competido minutos antes, o chileno reclamou em suas redes sociais e alegou que competiu no mesmo solo e nas mesmas condições que os holandeses.

Feminino:

Antes do início da fase de classificação feminina a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) anunciou o corte de Rebeca Andrade da delegação, que rompeu os ligamentos do joelho direito enquanto se aquecia no salto pouco antes do Treino de Pódio no domingo. Rebeca passará por uma cirurgia e deverá ficar afastada dos ginásios entre 6 e 8 meses. Essa é a segunda vez que a ginasta sofre esse tipo de lesão. A primeira vez aconteceu em 2015 pouco antes dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, também no Canadá, e fez com que a atleta perdesse também o mundial disputado naquele ano. Com o desligamento de Rebeca Andrade da equipe, o Brasil contará apenas com Thaís Fidélis na disputa feminina. Ela competirá na quinta subdivisão, às 20 horas desta quarta-feira em todos os aparelhos.

Tradicionalmente as primeiras subdivisões sofrem com um julgamento mais rigoroso por parte da arbitragem, já que estes não possuem séries e atletas como referência para o início das avaliações. Ontem nas duas primeiras subdivisões isso foi visto. A primeira subdivisão do dia contou com a presença da forte equipe da Grã-Bretanha. O principal destaque da equipe foi Cláudia Fragapane que terminou o dia como líder da prova de solo com 13.933. Amy Tinkler, medalhista de bronze no solo nas olimpíadas do Rio de Janeiro, ficou apenas com a quarta nota do dia no aparelho com 13.333 e com mais três subdivisões a serem disputadas, dificilmente avançará para a final. Tinkler foi ainda a quinta colocada no individual geral com 52.831, onde já assegurou um lugar na final, e quinta colocada no salto, ainda tendo chances de disputar a final.

A Austrália também esteve presente na primeira subdivisão. O país que em um passado recente contava com equipes de destaque, tendo inclusive conquistado medalhas em mundiais, vêm decaindo nos últimos anos e isso pode ser visto ontem. O melhor resultado foi o de Georgia Godwin na trave com 12.666, tornando muito difícil sua classificação. No individual geral Godwin ocupa o oitavo lugar e ainda briga por um lugar entre as 24 finalistas.

A segunda subdivisão contou com a tradicional Rússia, com o Canadá, anfitrião do evento, e com a ascendente equipe belga de Nina Derwael. Competindo diante de sua torcida as canadenses brilharam e foram os destaques do primeiro dia. Lideradas por Ellie Black as canadenses não sentiram a pressão e se aproximaram de várias finais. Black lidera o individual geral com 55.766, a trave com 13.433, está em terceiro lugar no salto, terceiro lugar no solo e quinto lugar nas barras assimétricas (contando com um descarte russo pela regra de apenas duas atletas por país nas finais). Uma das favoritas na prova de salto, Shallon Olsen saltou um Cheng, um dos mais difíceis do código, e teve a média final de 14.649, terminando em segundo lugar no aparelho. Destaque também para Brooklyn Moors, que encantou a torcida com o seu solo e somando 13.866 terminou em segundo lugar do dia, se aproximando da final. Moors está ainda provisoriamente em sétimo lugar no individual geral.

A Rússia, que não conta com Aliya Mustafina, que teve um filho recentemente, viveu altos e baixos na noite canadense. Com absoluto domínio nas barras assimétricas, o país colocou três entre as quatro primeiras do dia no aparelho. As favoritas ao pódio Elena Eremina, com 15.100, e Anastasiia Iliankova, com 15.066, terminaram nas duas primeiras colocações. Angelina Melnikova com a nota de 14,966 está em terceiro lugar, mas como apenas duas atletas por país podem avançar para a final, ela está fora da disputa por medalhas. Destaque também para a prova de salto da equipe. A atual medalhista de prata olímpica, Maria Paseka, realizou dois saltos de alta dificuldade e terminou em primeiro lugar com 14.933 de média. Melnikova terminou em quarto lugar com 14.116 e ainda tem chances de disputar a final.

Se as russas brilharam nas barras assimétricas e no salto, o mesmo não pode ser dito da participação no solo e na trave. Com um festival de quedas e outros erros, as russas ficaram distantes das finais no solo. Uma das favoritas no aparelho, Melnikova teve duas quedas e teve a modesta nota de 11.166. Na trave, apesar de Elena Eremina ter terminado o dia em segundo lugar e Mennikova em sexto, as baixas notas conseguidas dificilmente renderão finais para as atletas. No individual geral Elena Eremina está em segundo lugar com 54.999 e Melnikova está em quarto com 53.132.


O último destaque do dia foi a belga Nina Derwael. A ginasta que é uma das favoritas ao pódio na prova de barras assimétricas somou 14.966 no aparelho e terminou o dia empatado em terceiro lugar com a russa Angelina Melnikova. Nina foi ainda a terceira colocada no individual geral com a soma total de 53.598.

Foto: Getty Images


0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar