Um dos maiores temores de atletas e turistas estrangeiros
quando vieram ao Brasil para os Jogos Olímpico do Rio de Janeiro, realizados no ano passado
era a possibilidade de contágio pelo Zika Vírus, transmitido por mosquitos. A imprensa
internacional alarmava a população mundial sobre a possibilidade de uma
epidemia, apesar de autoridades sanitárias nacionais e até internacionais
afirmarem que esse risco não existia devido ao período de inverno na cidade
olímpica. Mais de um ano depois do fim das Olímpiadas cariocas foi anunciado
pela Universidade de Utah que nenhum atleta ou integrantes da comissão do Time
Estados Unidos foi contaminado pela Zika.
O levantamento foi feito pela Universidade de Utah e
analisou mais de 447 pessoas, entre atletas e comissão técnica. Apesar de não
apontar a presença do Zika Vírus, foram encontrados 32 casos de doenças
tropicais transmitidos por mosquitos. 27 delas tinham vírus do Nilo Ocidental,
enquanto 3 tinham Chikungunya e 2 tinham Dengue. Apesar disso, nenhuma delas se
desenvolveu em doenças graves. "Todo mundo estava concentrado em Zika e
ignorando que poderia haver outras infecções causadas por picadas de mosquito. Nós
não esperávamos encontrar tantos com essas outras infecções. Essa é uma das
razões pelas quais pensamos que estar atento ao monitoramento de doenças
infecciosas depois de viagens para áreas em risco é tão importante", disse
o especialista em doenças infecciosas da Universidade de Utah, Krow Ampofo.
No auge da transmissão da Zika no Brasil no ano passado uma
constatação levou preocupação para todo o Brasil e a comunidade científica no
ano passado. Foi constatado que os filhos de mulheres grávidas que tiveram a
doença tinham maior probabilidade de nascer com microcefalia, uma doença em que
a criança nasce com uma cabeça menor do que o normal e com o cérebro subdesenvolvido.
Rapidamente o vírus se espalhou pelo continente americano se tornando uma
epidemia.
Com isso, mais de 150 cientistas internacionais, médicos e outros
especialistas alegaram que a doença tornaria "antiético" para o Rio
2016 continuar com o seu planejamento e realizar os Jogos. Mas a Organização
Mundial da Saúde (OMS) rejeitou o pedido para que os Jogos fossem transferidos
ou adiados devido ao surto, dizendo que "não alteraria
significativamente" a propagação do vírus. Apesar da garantia da OMS,
alguns atletas desistiram das Olimpíadas alegando temor de serem contaminados
pelo Zika Vírus, especialmente atletas da NBA, do golf e do tênis.
A maioria das pessoas infectadas com outras doenças
tropicais apresentava sintomas leves ou nenhum. 12 daqueles testados positivamente
para as doenças preencheram pesquisas pós-viagem em que apenas três, dois com Chikungunya
e um com vírus do Nilo Ocidental, relataram ter sintomas que podem incluir dores
no corpo e erupções cutâneas. Estes sintomas surgiram duas semanas após a
viagem e foram resolvidos logo depois.
Foto: Luis Robayo/AFP
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