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Corte Arbitral do Esporte utiliza o Relatório Mclaren para punir atleta russa

 A Corte arbitral do Esporte (CAS) utilizou o relatório McLaren feito pela Agência Mundial antidopagem (WADA), que apontou o doping sistematizado de atletas russos e com apoio do governo local, para dar uma sentença proibindo um atleta do país de disputar competições esportivas. Essa foi a primeira vez que o relatório foi utilizado em um julgamento do CAS.

A decisão abre um precedente para que mais casos envolvendo atletas possam ter como base o relatório do investigador da WADA, Richard McLaren, permitindo que mesmo quando suas amostras de teste de drogas possam ter sido destruídas ou nunca terem entrado oficialmente no sistema seja considerado como doping.

O CAS recentemente decidiu que a atleta russa do salto triplo Anna Pyatykh usou substâncias proibidas com base em registros de testes secretos de drogas em 2013. Documentos vazados pelo ex-diretor do laboratório de Moscou, Grigory Rodchenkov, mencionaram Pyatykh como parte de um esquema de "lavagem", com testes internos não oficiais que descobriram quatro substâncias proibidos no período que precedeu ao Campeonato Mundial de Atletismo de 2013, que foi disputado em Moscou.

A ideia desse tipo de esquema era fazer com que o atleta utilizasse substâncias proibidas livremente antes das competições, e quando essa estivesse se aproximando, parassem o seu uso para que durante os testes feitos nos campeonatos disputados os testes não apontassem a substância, mas os seus benefícios no ganho de performance se mantivessem presentes. Os testes internos de "lavagem" (proibidos de acordo com as regras da WADA) foram usados ​​para encobrir o doping, garantindo que o atleta durante as competições parecesse limpo.

O árbitro do CAS, Jens Evald, professor de direito dinamarquês, declarou que a "prova circunstancial" dos documentos que registraram esses testes de “lavagem interna” foi suficiente para demonstrar que Pyatykh se dopou, embora não houvesse amostras disponíveis para se testar. Os registros mostraram que "o atleta tomou parte de um sofisticado plano ou esquema de doping e que ela usou múltiplas substâncias proibidas em mais de uma ocasião", afirmou o tribunal.

Pyatykh, que também já foi condenada em um caso de doping anteriormente, no ano de 2007 sem qualquer relação com o relatório McLaren, negou o uso de substâncias proibidas e disse que nunca forneceu amostras para testes ilícitos ou não oficiais, como indicam os documentos.


O relatório McLaren teve como principal foco investigar o uso de doping em todo o esporte russo, ao invés de buscar casos isolados ou individuais. O relatório concluiu que mais de 1.000 amostras foram destruídas no laboratório de Moscou durante uma investigação anterior da WADA. Além disso, o laboratório trocava as amostras positivas por amostras limpas, evitando que seus atletas fossem descobertos. O esquema com o apoio do governo russo visava principalmente acobertar atletas dopados principalmente nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno de Sochi 2014.

Foto: Augustas Didzgalvis


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