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Coluna Surto Mundo Afora #5

 Por Bruno Guedes

#MeToo

A campanha #MeToo, onde mulheres do mundo todo denunciam casos de assédio e abusos sexuais, chegou ao esporte. A americana campeã olímpica em Londres 2012, McKayla Maroney, famosa pela viralização da careta que fez ao receber a prata no pódio durante a competição, declarou que foi assediada pelo ex-médico da seleção dos Estados Unidos, Larry Nassar. Além dela, Tatiana Gutsu, outra ginasta do mesmo país, já realizara denúncia, acusando Vitaliy Scherbo, companheiro de equipe e detentor de seis medalhas de ouro olímpicas em uma única edição dos Jogos em 1992.


Segundo Maroney, ela tinha 13 anos de idade quando foi abusada. Já Gutsu, 15. O caso expôs o lado mais sujo e vergonhoso do esporte. E também ganhou grande apoio de diversas outras atletas. Companheira de equipe em Londres e também campeã olímpica no mesmo ano, Alexandra Raisman prestou solidariedade a amiga através das redes sociais. Simone Biles, maior nome da modalidade atualmente, fez o mesmo em favor de ambas compatriotas.

Mais de 300 denúncias contra a entidade e membros da Federação Americana de Ginástica nos últimos 20 anos foram publicadas no Jornal Indianapolis Star. Porém, segundo o levantamento feito, ao menos quatro membros da da entidade tentaram abafar os crimes não os repassando às autoridades competentes.

No Brasil, por enquanto, nenhuma atleta teve a coragem de se manifestar. Em fevereiro de 2008, a nadadora Joanna Maranhão fez uma forte declaração de ter sido abusada sexualmente pelo ex-treinador, deixando um trauma profundo. De acordo com a pernambucana, após o episódio ela não conseguia mais treinar ou competir e começou a beber, levando seu desempenho quase ao fundo do poço.

A Coluna, além de se solidarizar com as vítimas, vai acompanhar atentamente as denúncias. E deixa o canal aberto para dar voz àquelas que se sentirem à vontade.

Hóquei no Gelo

A polêmica só aumenta. Após a Liga Profissional de Hóquei dos EUA (NHL), anunciar que as franquias não iriam liberar seus atletas para as Olimpíadas de 2018, que acontecem exatamente na fase áurea da competição norte-americana, a liga da Rússia, Kontinental Hockey League (KHL), reafirmou que os jogadores estarão liberados para irem a PyeongChang. A informação fez com que diversos jogadores nas equipes da América se manifestassem sobre o caso.

A NHL anunciou em abril que não paralisaria a sua temporada para a competição mundial, que acontecerá em fevereiro. Uma equipe alternativa irá competir num torneio na Alemanha, já em preparação para as Olimpíadas. Totalmente formada por jogadores de fora da sua Liga, os EUA ainda contam com jogadores sem contrato ou da própria KHL, o que gerou muita polêmica no país e redes sociais. A Seleção ainda conta com atletas universitários e da American Hockey League (AHL), a principal liga de desenvolvimento para a National Hockey League.

A NHL abriga não só americanos e russos, mas também nacionalidades como atletas do Canadá, Leste Europeu e Países Nórdicos, outras potências e mercados enormes do hóquei. Alex Ovechkin, estrela russa de 31 anos e que tentaria sua quarta edição de Jogos Olímpicos, liderou um manifesto sobre o assunto. Jogador do Washington Capitals, Alex declarou que "foi tirado dele o poder de decisão". A carta aberta, liberada na internet, caiu como uma bomba entre os fãs do esporte. 


Diversos torcedores têm se manifestado sobre o caso, sempre divididos. Maior vencedor da Stanley Cup, a grande decisão da NHL, o Montreal Canadiens viu a sua apaixonada torcida fazer um pedido pela liberação através da internet, mas não vingou. Até mesmo o presidente do COI, Thomas Bach, fez o seu apelo na conferência de imprensa de encerramento da 131ª Sessão do COI. Sem resultado.

Os maiores interessados nessa não liberação são os donos das franquias. Com seus atletas competindo em casa, não perdem bilheterias, publicidades e, principalmente, não perdem dinheiro liberando para jogos em que não há retorno financeiro, correndo ainda o risco de verem os investimentos prejudicados numa eventual lesão dos atletas. A 101ª temporada começou no último dia 4 de outubro, com uma nova equipe incluída, a Las Vegas Golden Knights.

Beisebol

De volta ao quadro olímpico, o beisebol terá uma semana de gala nos Estados Unidos. É a tão aguardada World Series, a decisão da Major League Baseball, principal liga do esporte no mundo. A final, que contará com uma série de até sete jogos ou quem vença primeiro quatro partidas, será entre Los Angeles Dodgers e Houston Astros.

A World Series deste ano é aguardada com atenção por muitos motivos, mas entre os principais está a de ser entre equipes com muita tradição e torcida entre os latinos (principalmente mexicanos) e por contar com jogadores de diversas partes do mundo. Muitos destes atletas estiveram na World Baseball Classic (WBC), a Copa do Mundo do Beisebol, que aconteceu em março deste ano e foi vencida pela primeira vez pelos americanos.

Dos 40 integrantes do plantel atual dos Dodgers, 12 são estrangeiros. Japão, Cuba, Venezuela e República Dominicana contam com dois representantes cada. Porto Rico, Curaçao, México e Coreia do Sul com um. Já do lado dos Astros, são 10. Sendo quatro da República Dominicana, três de Porto Rico, dois da Venezuela e um de Cuba. Uma legião mundial que promete atrair audiência de diversas partes do planeta, com possibilidade grande de muitos estarem nas Olimpíadas de 2020.

Lembrando que, além dos Estados Unidos, Japão, Venezuela, Cuba e República Dominicana são algumas das demais potências do esporte. O Brasil conta com um investimento cada vez maior na modalidade, chegando até a competir, em 2013, da WBC. Na ocasião, caiu num dificílimo grupo com japoneses, cubanos e chineses.

Minha aposta para a World Series? Os Dodgers serão campeões, o que não acontece desde 1988.

Fotos: Reuters/Getty Images

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