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Mundial de Ginástica Artística 2017 - Dia 3

Montreal recebeu na quarta-feira, 4 de setembro, o terceiro dia de disputas do Campeonato Mundial de Ginástica Artística. Foram disputadas as três últimas subdivisões das classificatórias femininas, que contou com a participação das favoritas norte-americanas, além de Japão, Alemanha, Itália, Romênia, China, Holanda e a brasileira Thaís Fidelis. O dia foi marcado pelas notas mais altas da competição e também pela lesão de uma das grandes favoritas da competição, a romena Larisa Iordache. Com um bom desempenho na última subdivisão, Thais Fidélis garantiu duas finais para o Brasil, uma no solo e a outra no individual geral.

O dia começou com as disputas da terceira subdivisão, com a presença da Romênia e da Holanda. Logo no aquecimento para o solo, o primeiro aparelho disputado pela tradicional equipe romena, Larisa Iodache, uma das favoritas no individual geral, na trave e no solo, acabou sofrendo uma séria lesão e acabou abandonando a disputa. Mais tarde foi informado que ela rompeu o tendão de Aquiles e precisará passar por uma cirurgia. Com a lesão de Iordache coube a experiente Catalina Ponor e a jovem Iona Crisan tentar manter a tradição do país de Nadia Comaneci, avançando para as finais. Entretanto, a missão falhou.

Inscrita nas provas de solo e trave, Ponor teve um desempenho ruim naquele que pode ter sido o seu último mundial. A campeã olímpica do individual geral, trave e solo em 2004 se apresentou primeiramente no solo. Com uma boa apresentação, mas distante do necessário para se classificar para a final, Ponor somou 13.266 e terminou em 14º lugar. Na trave a romena chegou como uma das favoritas, mas com uma queda já na entrada e um grande desequilíbrio no decorrer da série, Ponor conseguiu 12.233, quase um ponto a menos do necessário para avançar. Iona Crisan disputou todos os aparelhos, mas teve participação modesta, com quedas na trave e problemas em sua série de barras assimétricas. Ela ficou longe de todas as finais por aparelhos e terminou apenas em 27º no individual geral, ficando de fora das 24 que avançam para a final.

Já a Holanda contava com a presença da campeã olímpica da trave Sanne Wavers e com Eythora Thorsdottir, com boas possibilidades de avançar para as finais de trave e no solo, mas a equipe também teve participação discreta e não conseguiram alcançar o objetivo. Na trave, principal aparelho da equipe, Sanne fez uma prova mais simples e mesmo tendo uma nota de execução razoável, somou apenas 17.733 e ficou em 14º lugar. Já Eythora conseguiu um décimo a mais que sua companheira de time, mas acabou em 13º lugar. No solo, onde são consideradas uma das equipes mais artísticas do mundo na atualidade, as ginastas também não conseguiram se destacar. Eythora, finalista olímpica no aparelho, terminou apenas na 18° posição, com a nota de 13.033.

A partir da quarta subdivisão os juízes começaram a soltar notas maiores, o que acabou ajudando as equipes que vieram na sequência. Nesta subdivisão estiveram presentes as equipes da Alemanha, da França e da Itália. As italianas confirmaram o status de potência no solo, e a exemplo das Olimpíadas do Rio de Janeiro, conseguiram colocar duas atletas na final do aparelho. Vanessa Ferrari, com 13.600, e Lara Mori, com 13.500, ficaram em sétimo e oitavo lugar ao final do dia e conseguiram as últimas duas vagas para a final. No individual geral, Lara Mori somou 51.957 nos quatro aparelhos e avançou para a final em 19º lugar.

As alemãs foram o destaque na prova de trave conseguindo duas vagas para a final. A melhor nota do aparelho no final do dia foi de Tabea Alt, com 13.533. Sua companheira de equipe Pauline Schaefer foi terceira colocada com 13.433. Na prova de barras assimétricas, talvez o principal aparelho da equipe alemã e que rendeu uma medalha de bronze para o país no Rio de Janeiro no ano passado, Elisabeth Seitz se classificou para a final com a sexta melhor nota ao conseguir 14.700. A equipe alemã ainda conseguiu colocar duas atletas na final do individual geral, com Tabea Alt avançando em 12° e Elisabeth Seitz em 18°.

A França teve como destaque Melanie de Jesus dos Santos, que se classificou para a final do individual geral em 4° lugar com a nota de 55.299. A francesa, que tem ascendência portuguesa, ficou muito próxima das finais de trave e barras paralelas. Marine Boyer, que foi quarta colocada na trave nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, acabou caindo no aparelho, o que custou sua classificação. Outra esperança de final para as francesas era Coline Devillard, campeã europeia em 2017 na prova de salto, mas que acabou na modesta 15ª posição, bem longe da final.

A última subdivisão prometia ser a com o nível mais elevado, contando com a participação da brasileira Thaís Fidelis e das equipes dos Estados Unidos, China e Japão. A expectativa se confirmou e acabou sendo a subdivisão que mais cedeu finalistas no mundial.

Thais Fidélis tinha uma grande responsabilidade quando subiu nas barras assimétricas, o primeiro aparelho em que competiu. Thais, de apenas 16 anos, estreava em mundiais e seria a única representante do país na competição após a lesão de Rebeca Andrade no domingo, que acabou ocasionando o corte da ginasta. E já nas barras assimétricas, em teoria o pior aparelho de Thais, a ginasta mostrou tranquilidade e tirou 13.2. Apesar da nota ser distante das maiores do aparelho na competição, foi a maior nota de Thais no aparelho em competições internacionais. Em seguida Thais foi para a trave, uma de suas especialidades e onde poderá conseguir uma medalha. Após acertar o Arabian, momento mais complicado de sua série, Thais acabou caindo na sequência seguinte e ficou longe da final do aparelho.

Mostrando tranquilidade, Thais foi para o solo, outra de suas especialidades, e conseguiu a ótimo nota de 13.733 que lhe assegurou o sexto lugar no aparelho, classificação assegurada para a final que será disputada no próximo domingo. Thais conseguiu ainda o 19º lugar no individual geral, também se classificando para a final.

As favoritas norte-americanas competiram com uma equipe completamente diferente da equipe olímpica do ano passado, mas nem por isso entraram no ginásio com menos favoritismo. O destaque foi Ragan Smith, que se classificou em segundo lugar para a final do individual geral com a nota de 55.932. Ragan ainda conseguiu final na prova de solo com a maior nota da competição, 14.433. A ginasta era ainda a favorita na trave, mas uma queda acabou tirando suas chances de avançar para a final. Jade Carey conseguiu vaga nas finais de salto, com a segunda nota, e na final de solo, com a terceira nota. Carey chegou a Montreal como uma das grandes favoritas nos dois aparelhos.

Morgan Hurd, que entrou na equipe após a lesão de uma companheira, se classificou para a final de trave com a segunda maior nota, 13.500. Hurd foi ainda a sexta colocada no individual geral com 14.100, mesmo com uma queda no solo. A outra americana que compôs a equipe, Ashton Locklear, avançou para a final de barras assimétricas com a sexta nota.

Talvez o Japão possa ser apontado como a maior surpresa do campeonato até aqui. Já se preparando para receber as Olimpíadas de 2020, o país mostrou que virá forte no ciclo e brigará por pódios em quase todas as provas. Grande destaque para Mai Murakami, que mostrando segurança, assegurou o primeiro lugar no individual geral ao somar 55.933. Murakami ainda se classificou para a final de solo em segundo lugar, para a final de salto em sexto lugar e para a final de trave em oitavo lugar. Asuka Teramoto foi a quinta colocada na trave com 13.333 e Aiko Sugihara a nona classificada para a final do individual geral. Apesar das boas atuações, uma das favoritas na prova de solo, Sae Miyakawa acabou não conseguindo avançar para a final.

Com exceção da prova de solo, a China conseguiu classificar uma atleta para todas as finais. No salto Yan Wang foi a quinta colocada com média de 14.550 nos dois saltos. Nas assimétricas a finalista é Yilin Fan, uma das favoritas da prova e que avançou em terceiro lugar ao somar 15.000, atrás apenas de duas russas. Na prova de trave a China conta com uma das favoritas no aparelho, mas que por pouco não ficou de fora. Liu TingTing conseguiu 13.233 e se classificou em sétimo lugar. No individual geral Yan Wang foi a 16ª colocada e também avançou para a final.


A subdivisão também contou com a experiente Oksana Chusovitina, recordista de participações olímpicas e mundiais, que conseguiu se classificar para mais uma final de salto em sua carreira. A atleta de 42 anos foi a oitava colocada no salto com média de 13.349.

Foto: Divulgação/CBG


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