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WADA descarta doping em 95 casos de russos investigados pelo relatório McLaren

A Agência Mundial Antidopagem (WADA) descartou 95 casos de doping de atletas russos que haviam sido encaminhados para as federações esportivas, que faziam parte das investigações de um esquema patrocinado pelo estado russo para esconder casos positivos de atletas locais. Dos 96 primeiros casos analisados, apenas um não foi descartado.

Os exames descartados são provenientes das investigações de Richard McLaren, que foi encarregado de detalhar as evidências de um esquema que visava esconder os casos positivos de doping antes e durante os Jogos Olímpicos de Sochi, em 2014. Os 95 casos descartados, relatados pela primeira vez pelo The New York Times, foram descritos pelos funcionários da WADA como não contendo evidências suficientes para resultar em casos sólidos.

Em entrevista concedida à Associated Press durante a sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI) em Lima, o diretor-geral da WADA, Olivier Niggli disse ser normal esses testes terem sido dispensados, já que se tratam de testes com menos provas. "É absolutamente de acordo com o processo e, francamente, não é nada inesperado. Os primeiros foram os mais rápidos a serem tratados, porque eles são os que têm menos provas", afirmou Niggli.

O relatório McLaren descobriu 1.000 casos potenciais de doping. Entre estes casos, alguns serão difíceis de serem acompanhados, segundo o diretor-geral da WADA, já que o sistema russo incluía a eliminação de amostras contaminadas, além de os russos também não contribuírem com a McLaren na entrega de provas. "Há mil nomes, e para alguns deles, o único que a McLaren tem é um nome em uma lista. Se você pode processar um atleta com um nome em uma lista, perfeito. Mas esta não é a realidade. Houve milhares de amostras destruídas em Moscou ", afirmou Niggli.

A revelação que os 95 casos de doping foram descartados foi feita próxima de um momento importante para a Rússia e para as Olimpíadas de PyeongChang. Daqui há alguns dias, o COI tomará a decisão de liberar ou não os atletas russos para competirem nos Jogos em fevereiro. Dois comitês do COI decidirão o assunto. O primeiro fará uma revisão de casos individuais e o outro analisará a corrupção na Rússia de forma geral. Os relatórios das duas comissões deverão ser entregues na próxima semana durante a sessão do COI.

"O melhor que podemos fazer para proteger os atletas limpos é ter um processo antidoping realmente bom e sólido na Rússia. Esse é o nosso papel e a nossa prioridade. O resto, você precisa perguntar ao COI”, disse o presidente da WADA, Craig Reedie, que também é membro do COI. O presidente do COI, Thomas Bach, confirmou que os comitês estão "trabalhando duro o tempo todo".

Por outro lado, os russos seguem reticentes em admitirem o esquema de dopagem patrocinado pelo estado que foi apontado pelo relatório McLaren. O reconhecimento por parte dos russos é uma das principais exigências da WADA para que a Agência Mundial Antidopagem da Rússia possa ser readmitida.


Esta semana, o vice-primeiro-ministro do país, Vitaly Mutko, culpou a RUSADA e o ex-chefe do laboratório antidopagem russo, Grigory Rodchenkov, pela corrupção, e sugeriu que a WADA também tinha sua parcela de culpa. Rodchenkov vive escondido nos Estados Unidos depois de revelar detalhes do esquema russo. "Estamos reorganizando o sistema, mas deve ser reorganizado para que a WADA também possa compartilhar a responsabilidade. Eles deveriam ter sido responsáveis ​​por (Rodchenkov) antes, já que eles lhe deram uma licença e e uma autorização para que pudesse trabalhar. Eles estavam controlando ele, mas agora o estado é culpado por isso ", afirmou Mutko à imprensa russa.

Foto: Getty Images


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