Uma nova competição para circuito mundial de tênis pode
estar prestes a sair do papel. Trata-se da Copa do Mundo por Equipes, que já
poderia entrar no calendário internacional a partir de janeiro de 2019.
De acordo com o Inside the games, a competição anual aconteceria
por no máximo 10 dias no início do ano e incluiria no máximo 24 países com até
5 jogadores por equipes. Como forma de despertar o interesse dos tenistas
seriam distribuídos até 1000 pontos no ranking da ATP para aqueles tenistas que
que ganhe todos os seus confrontos. Além disso, grandes quantias de dinheiro
como premiação também seriam distribuídas para os participantes.
A competição poderia ser disputada em qualquer cidade, mas o
mais provável é que ocorra na Austrália ou em algum país da região. Dessa
forma, a competição passaria a ser integrada no giro do Aberto da Austrália,
que tradicionalmente começa em meados de janeiro. O novo evento vem sendo
discutido por todas as partes interessadas, o que inclui os organizadores dos 4
Grand Slam, a ATP e a Federação Internacional de Tênis (ITF).
Caso venha mesmo a ser aprovado o torneio agitaria o
calendário mundial de tênis. Como os grandes jogadores do circuito normalmente tiram
a semana anterior aos grandes eventos para praticarem ao invés de disputarem os
eventos regulares do tour, o mais provável é que o evento ficaria para a
primeira semana de janeiro. Atualmente essa semana é ocupada pelo Brisbane
International e pela Hopman Cup, evento disputado por equipes mistas e
sancionado pela ITF, disputado em Perth. Alguns nomes do esporte já discutiram
sobre o assunto, como Nadal e Djokovic. Andy Murray é um dos principais
defensores da proposta.
A Tennis Australia, que vem investindo fortemente no esporte
nos últimos anos, está dispensando um grande apoio aos planos da Copa do Mundo
por equipes. "A proteção e o crescimento do Australian Open e da Open
Series Australiana sempre são uma grande prioridade para nós. Nós também temos
uma determinação contínua para melhorar o salário e as condições do grupo
internacional de jogadores. Nós sempre ouviremos qualquer proposta que atenda
esses dois objetivos ", disse a entidade em um comunicado.
Apesar do avanço nas negociações para a criação da Copa do
Mundo por equipes, o novo evento pode causar ainda mais dor de cabeça para a
ITF, que já conta com um calendário lotado e ainda conta com a Copa Davis e a
Fed Cup, que já sofrem críticas por não se adaptar às exigências do jogo
moderno. O espanhol Rafael Nadal e o sérvio Novak Djokovic já criticaram
publicamente a Copa Davis e seu formato. Assim como o britânico Andy Murray e o
sueco Roger Federesr, os dois já deixaram de lado o torneio entre nações várias
vezes nos últimos anos. Outros jogadores de destaque no circuito também já
seguiram os passos do chamado Big 4.
A ITF tentou reduzir o número de jogos da Copa Davis em cada
etapa, de 5 jogos para 3, com o objetivo de diminuir a pressão sobre os
jogadores e atrair os principais nomes do circuito, mas a proposta foi
rejeitada por seus membros em agosto. A ITF ainda vem estudando alternativas e
considera algumas mudanças, como jogar as semifinais e a final em um local
neutro, mas uma votação sobre o assunto mão deve sair antes de 2018.
Um porta-voz da ITF disse na quinta-feira que o foco da ITF
no momento é entregar uma Copa Davis cada vez melhor para os fãs de cerca de
120 países, e não no que outros órgãos estão planejando. "O foco da ITF
não é sobre o que outros órgãos estão tentando fazer, mas na entrega da Copa
Davis como a Copa do Mundo de Tênis a milhões de fãs em mais de 120 países a
cada ano", afirmou.
A Copa do Mundo de Equipes teve início originalmente em 1975
e foi realizada em Dusseldorf, na Alemanha, de 1978 até 2012, mas sem oferecer
pontos no ranking e sofreu por ser disputada apenas uma semana antes do Aberto
da França, o que diminuía o seu interesse.
Em um comunicado a ATP disse que a oportunidade de retorno da
competição já foi e segue sendo estudada, e caso a Copa do Mundo de Equipes
faça sentido no calendário, ela pode vir a ter o seu lugar. "Nos últimos
anos a ATP revisou regularmente todas as oportunidades potenciais para levar
este evento de volta ao calendário, se ele tiver sentido no cronograma, e isso
continua sendo o caso", assegurou a entidade.
Foto: Julio Cortez/AP
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