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Seguindo a tendência de outras Olimpíadas, Tóquio 2020 aumenta os gastos e custará o dobro do valor projetado

O estouro nos custos da realização de uma Olimpíadas é uma constante independente de qual cidade realiza. Os valores projetados inicialmente são estourados logo nos primeiros anos de preparação e no fim não é difícil ver os custos sendo fechados duas, três vezes maior do que o projetado. Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, por exemplo, deve ser fechado custando duas vezes mais do que o que constava no processo de candidatura. Mas qual o motivo desse grande aumento?

Um dos principais motivos para esse crescimento é que as cidades excluem de sua proposta de candidatura grandes gastos que estão associados à realização dos Jogos. Nos números iniciais, aqueles que aparecem nas projeções apresentadas durante a candidatura, contam apenas os componentes principais, como as instalações, facilitando com que as candidaturas sejam comparadas. O projeto de construção, medidas de segurança, transporte e outros custos são amplamente excluídos. "Esses números nos documentos de candidatura são quase ficção", disse Shinichi Ueyama, um especialista em política pública japonesa que liderou uma investigação do governo de Tóquio nos custos das Olimpíadas.

Os organizadores das Olímpiadas de Tóquio anunciaram nesta semana que o custo dos Jogos agora é estimado em 12,6 bilhões de dólares. Quando Tóquio recebeu as Olimpíadas em setembro de 2013, o total estimado era de 6,6 bilhões de dólares. O custo das Olimpíadas de Londres em 2012 triplicou, saindo de 6,5 bilhões para19 bilhões de dólares.

"Muitas nações avançadas estão cada vez mais conscientes do padrão e ficando longe das Olimpíadas. Se você fizer uma pesquisa em qualquer país democrático, as pessoas se recusariam a gastar seus impostos em eventos esportivos dispendiosos", disse Ueyama, professor da Universidade Keio em Tóquio.

O aumento nos custos da construção civil no Japão também contribuiu para a disparada nos custos iniciais dos Jogos. Outro fator a se destacar é o aumento de 5 novos esportes bem depois de a capital japonesa ter sido eleita como sede das Olimpíadas de 2020.

Os custos para organizar o evento poderiam ser ainda maiores se não fosse o aumento da preocupação do COI com os custos da cidade hospedeira. O valor de 51 bilhões de dólares na realização dos Jogos de Inverno de 2014 em Sochi, na Rússia, levou várias cidades ao redor do mundo a abandonarem suas candidaturas para as Olimpíadas de 2022 e 2024. Ao assumir a presidência do COI, o alemão Thomas Bach liderou uma agenda de mudanças visando a redução no valor dos Jogos, denominada Agenda 2020, para voltar a atrair as cidades para oferecerem novos lances para hospedar o evento no futuro e minimizar os danos na marca olímpica.

O COI também passou a incentivar o uso de instalações temporárias ao invés da construção de ginásios que poderiam vir a se tornar elefantes brancos. Os organizadores de Tóquio transferiram vários eventos para outras cidades vizinhas para aproveitar instalações e reduzir os custos. "Desde que Tóquio foi eleito como a cidade anfitriã dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020, o comitê organizador e os esforços do COI resultaram em mais de 200 bilhões de ienes em poupança. Acreditamos que outras reduções de custos ainda são possíveis", disse Toshiro Muto, CEO do comitê organizador.


Na quarta-feira foi anunciado um acordo de alocação de gastos, e a cidade de Tóquio e o comitê organizador de Tóquio receberão 5,4 bilhões de dólares cada um. O governo central contribuirá com 1,4 bilhão de dólares. O restante, 315 milhões de dólares, ainda precisam ser resolvidos entre Tóquio e municípios vizinhos que irão hospedar algumas das competições.

Foto: AP


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