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Obrigadas a jogar de sunquíni, jogadoras querem mudar regras do handebol de praia

Um fato ocorrido no campeonato carioca de handebol de praia iniciou um movimento de mudanças no handebol de praia. A equipe do Copabeach/CEPRAEA incialmente se recusou a jogar com o sunquíni, lembra um biquíni usado por banhistas, mas tem um top reforçado, com a parte de baixo menos cavada que o tradicional. Mas como o uso do sunquíni é obrigatório pela IHF, elas foram ameaçadas de W.O e entraram em quadra, protestando contra a situação.

As jogadoras do handebol de areia concordam com a obrigatoriedade do traje, além de achá-lo machista. Elas fizeram um manifesto nas redes sociais. A intenção é flexibilizar a regra nos torneios no Rio de Janeiro e tentar até mesmo mudá-la junto à IHF, dando o direito de escolha para as jogadoras.

"Não é uma questão pessoal. Estamos questionando métodos e regras estabelecidas. Optamos por jogar de sunquíni e depois fazer o manifesto. O próximo passo será a formalização desse pleito para a CBHb e queremos chegar na IHF. Temos equipes europeias que fizeram a mesma demanda. Ainda que seja uma posição da IHF, achamos sexista e machista. Homens podem usar camisas e bermudas e temos que expor nossos corpos com biquíni e top. Queremos ter a possibilidade de fazer essa escolha. Não queremos ser obrigadas. Queremos provocar essa discussão" explica Gabriela Peixinho, uma das jogadoras da equipe.

Alguns torneios pelo país já flexibilizaram as regras e deixam as meninas jogarem se shorts. Mas outros seguem a regra estabelecida pela IHF à risca: Conhecemos mulheres que deixaram de jogar porque se recusaram a jogar de sunquíni. O sunquíni entra em todos os lugares possíveis, entra areia... Gera desconforto para as mulheres, também no período menstrual. Cada mulher tem o seu motivo. Quando você está em uma equipe, tem que ter um padrão de uniforme. A nossa defesa é que cada equipe tenha a sua escolha. O uniforme precisa atender padrões de segurança e padronização de jogo, apenas isso" garante Gabriela.

O site globoesporte.com entrou em contato com a IHF sobre a questão e a entidade alegou que os regulamentos dos uniformes dos atletas faz parte das regras do jogo. Frisou que cada organizador tem o direito de flexibilizar os uniformes, mas lembrou que solicita a plena conformidade nos eventos da IHF. Abordado sobre a solicitação das brasileiras, a entidade não entrou no mérito.

A Federação de handebol do Rio de Janeiro já se mostra aberta ao diálogo e afirmou que concorda que o sunquíni expõe demais o corpo da mulher e que pretende discutir a regulamentação do campeonato de 2018, para que cada equipe feminina escolha seu tipo de uniforme. Patrícia Scheppa, campeã mundial e uma das principais jogadoras brasileiras, apoia discussão e a mudança no regulamento:

"Ao meu ver, existem os pontos negativos do uso do sunquíni. A questão sexista, machista, a utilização do corpo da mulher como objeto para promover uma modalidade. A desigualdade entre homens e mulheres. Está evidente. É meu ponto de vista. Mas tem outros pontos que promovem a modalidade. Por ser um esporte de praia, a vestimenta é próxima a praia. Só fica confuso porque para a mulher é próximo de praia e para o homem é short e bermuda. É um assunto que gera outros mil assuntos. Deve existir o respeito e a igualdade entre homens e mulheres. Nada mais justo do que sermos ouvidas. É preciso entender o uso do sunquíni. Se for benéfico, vamos concordar. Se for prejudicial, deve ser levado em consideração. Por respeito e igualdade, apoio esse debate para que possamos seguir evoluindo e que o melhor para a modalidade aconteça" Explicou Patrícia


com informações de globoesporte.com
foto: Reprodução

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