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Munique inaugura memorial em homenagem às vítimas do atentado ocorrido nas Olimpíadas de 1972

Os Jogos Olímpicos de 1972 marcou profundamente o Movimento Olímpico. Disputado em setembro na cidade de Munique, na Alemanha, um fato triste acabou por manchar a edição e deixaram marcas profundas. Era dia 5 de setembro, ainda de madrugada, quando terroristas palestinos de um grupo intitulado Setembro Negro, invadiu a Vila Olímpica matando e fazendo diversos reféns israelenses, entre treinadores e atletas. Após um dia tenso e triste, envolvendo negociações e tiroteios, 17 pessoas acabaram morrendo. Eram 6 treinadores e 5 atletas israelenses, um policial da Alemanha Ocidental e 5 membros do Setembro Negro.

45 anos depois, foi inaugurado no Parque Olímpico de Munique um memorial às vítimas israelenses do atentado. O memorial foi criado pela Alemanha e Israel após uma longa campanha de familiares das vítimas.

Na inauguração do “Memorial do Massacre de Munique 1972”, estavam presentes entre outras autoridades o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier e a presidente israelense Reuven Rivlin, que destacou a longa espera dos seus conterrâneos por este momento. "Parentes das vítimas e do estado de Israel esperaram quase meio século para este momento. 45 anos se passaram para que uma delegação oficial israelense voltasse para este lugar. As Olimpíadas de Munique tornaram-se as Olimpíadas do sangue ", afirmou Rivlin.

Em sua fala, o presidente alemão Steinmeier concordou com Rivlin sobre a demora em se construir um memorial às vítimas e sobre o ódio dos terroristas palestinos por Israel. "Já é tempo e devemos primeiro a você, os parentes. A Vila Olímpica tornou-se um lugar de terroristas palestinos, um palco para o seu ilimitado ódio por Israel. Nunca deveria ter acontecido ", lamentou Steinmeier.

O memorial em Munique oferece um pouco de conforto para as famílias das vítimas que por anos lutaram para que um minuto de silêncio fosse respeitado durante as Cerimônias de Abertura dos Jogos Olímpicos, o que sempre foi negado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Também presente na inauguração do memorial, o presidente do COI, Thomas Bach, disse que as cerimônias de abertura não são o local ideal para prestar tais homenagens, e relembrou outras medidas adotadas pelo COI que cumpriram tal função. Uma dessas ações foi a criação do “O lugar do Luto”, durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no ano passado. O “lugar” foi feito em um pequeno parque e que passará a ser uma característica em todas as Olimpíadas.


Alguns familiares das vítimas estiveram presentes na inauguração como Ankie Spitzer, esposa do técnico de esgrima de Israel, André Spitzer, que foi um dos assassinados, e Ilana Romano, esposa do levantador de peso Joseph Romano. As duas fizeram parte do grupo de familiares que lutaram por décadas em busca desse reconhecimento par as vítimas do atentado. "Nós queríamos esse memorial. Nos anos depois, ouvimos vozes que nós, israelenses, levamos a guerra à Alemanha e os terroristas foram aclamados como lutadores da liberdade. Isso machucou tanto, mas não desistimos. Sabíamos que nosso caminho era o certo... para o futuro de nossos filhos e para as próximas gerações ", afirmou Ilana Romano.

Foto: AFP


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