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Mundial de Judô 2017 - Último dia

Terminou hoje em Budapeste, na Hungria, o campeonato mundial de judô, com mais um excelente resultado para o Brasil.

Adicionada pelo Comitê Olímpico Internacional e pela Federação Internacional de Judô no programa olímpico de Tóquio 2020, a inédita disputa por equipes mistas teve sua primeira grande competição como esporte olímpico disputada neste domingo (03) na Laszlo Papp Arena.

Composta por seis judocas, sendo três de cada gênero, os atletas são divididos nas seguintes categorias: 57, 70 e +70kg no feminino e 73, 90 e +90kg no masculino. Ganha o país com mais vitórias. Em caso de empate leva a equipe com mais ippons. Persistindo uma igualdade, o número de wazaris é considerado e caso ainda assim os times estejam igualados, haverá um sorteio de uma categoria e os atletas desse peso se enfrentarão em um Golden Score. Quem pontuar primeiro fica com a vitória para a equipe.

Onze atletas representaram o Brasil: Érika Miranda (57kg), Rafaela Silva (57kg), Maria Portela (70kg), Maria Suelen Altheman (+70kg), Beatriz Souza (+70kg), Marcelo Contini (73kg), Eduardo Katsuhiro (73kg), Victor Penalber (90kg), Eduardo Bettoni (90kg), Rafael Silva (+90kg) e David Moura (+90kg) e se revezaram nos combates.

A equipe do Brasil, cabeça de chave número 2, não precisou lutar na primeira rodada, enfrentado na segunda a Polônia, que surpreendeu a forte China na fase inaugural. Mesmo com a moral alta, os atletas europeus não foram páreo para o time brasileiro. O duelo começou com vitória da campeã olímpica Rafaela Silva seguida de Marcelo Contini, também com vitória desta vez por ippon. Maria Portela, Eduardo Betoni e Maria Suelen Altheman também derrotaram seus adversários. A única derrota da equipe foi do vice campeão mundial David Moura, que foi imobilizado por Maciej Sarnick. Com cinco vitórias a um, o Brasil avançou para as quartas.

Na fase seguinte, contra o Canadá, o Brasil tomou um susto com a derrota de Rafaela para Jessica Klimkait, por wazari. Marcelo Contini empatou o confronto logo em seguida ao imobilizar Antoine Bouchard, mesma forma que Maria Portela usou para derrotar Karolina Talach. O terceiro triunfo do Brasil veio com Victor Penalber, que derrotou Victor Gagnon por dois wazaris. A confirmação da vaga na final veio com Maria Suelen Altheman com imobilização sobre Ana Portuondo. Rafael Silva só cumpriu tabela, mas venceu Kyle Reyes de wazari e finalizou o confronto em mais um 5 x 1.

Nass semifinais, o duelo foi um pouco mais apertado entre Brasil x Rússia. Os brasileiros começaram com duas vitórias, de Rafaela Silva sobre Anastasia Konkina e de Eduardo Katsuhiro sobre Uali Kurkzev. O terceiro triunfo veio logo em seguida, com uma luta muito amarrada e decidida no golden score por Maria Portela que conseguiu imobilizar Alena Prokopenko e aumentar ainda mais o placar. O primeiro ponto russo veio com Igor Igolkinov, que rapidamente jogou de ippon Victor Penalber. Coube mais uma vez a Maria Suelen a missão de já garantir o Brasil na fase seguinte e com uma imobilização sobre Sokolova, o Brasil estava na final no primeiro evento da nova modalidade olímpica. Rafael Silva entrou no tatame mais uma vez apenas cumpriu tabela, sendo desta vez derrotado por ippon por Renat Saidov.

A final, como era esperado, foi contra a favorita equipe japonesa, que havia vencido com muita facilidade a Ucrânia, a Alemanha e a Coréia do Sul. Com uma equipe formada por campeões e medalhistas mundiais, era pouco provável que os nipônicos deixassem de conquistar seu oitavo ouro no torneio. O combate começou com a vitória da vice campeã da categoria -52kg,  Tsukasa Yoshida, por imobilização sobre Rafaela Silva. Marcelo Contini, em seguida, até começou bem contra o campeão da -73kg Soichi Hachimoto, mas não aguentou o ritmo do japonês e perdeu por um wazari. Na categoria individual, uma das únicas atletas que conseguiu gerar alguma dificuldade para a campeã da -70kg Chiziru Arai foi a brasileira Maria Portela. Numa reedição da luta, mais uma vez o resultado foi definido no Golden Score, com Portela perdendo por punições. Foi também nas punições que Victor Penalber, com a responsabilidade de manter o Brasil vivo, perdeu para Kenta Negawasa, que oficialmente deixou o Japão com o ouro e o Brasil com a prata. 

Para cumprir tabela, ainda aconteceram as lutas dos pesados, também com derrotas para o Brasil. Maria Suelen Altheman foi imobilizada pela vice campeã mundial Sarah Asahina e Rafael Silva chegou a ir para o Golden Score com Takeshi Ojitani, mas sofreu um wazari com dois minutos do tempo desempate. O Brasil terminou com a prata e a disputa por equipes mistas do judô promete ser mais uma boa chance de medalha para brasileira em Tóquio. A França dos campeões mundiais Teddy Riner e Clarisse Abgnegnou e a Coréia do Sul de Gwak Dong-ham e Kim Min-sun terminaram com o bronze em vitórias sobre Rússia e Canadá, respectivamente, ambas com o placar de 5 x 1.

Com um ouro, duas pratas e dois bronzes essa foi a melhor campanha do Brasil em mundiais fora de casa. No quadro de medalhas, o Brasil ficou em terceiro lugar, ficando apenas atrás do Japão (8/4/1) e da França  (2/0/2).  Uma coisa muito importante para ser levada em consideração sobre a equipe feminina do Brasil é que, com exceção de Rafaela Silva, todas as outras judocas brasileiras que foram eliminadas ao longo do torneio perderam para atletas que subiram no pódio, sendo Steffanie Koyama (-48kg), Sarah Menezes (-52kg) e Maria Portela (-70kg) derrotadas pelas campeãs. Rafaela, entretanto, perdeu para a portuguesa Telma Monteiro, bronze no Rio e quatro vezes medalha de prata em mundiais, outra grande atleta.

A próxima edição do campeonato mundial de judô acontecerá em 2018, com data ainda a ser definida, em Baku, capital do Azerbaijão.

Foto: Instagram Suelen Altheman / Reprodução.


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