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Mulheres vão ao pódio no Sul-Americano de Tiro Esportivo Paralímpico e visam ida ao Mundial

Dos dez integrantes da Seleção Brasileira presentes na II Copa Sul-Americana de Tiro Esportivo, no Rio de Janeiro, duas são mulheres: Beatriz da Cunha e Eloisa Fernandes, que competiram na última terça-feira, 5, na prova P2 - pistola de ar 10m feminino SH1, garantiram ouro e prata com 351 e 343 pontos, respectivamente. Com o bronze, ficou Andreia Lima, também com 343 pontos, mas com 2 X, 2 a menos que Fernandes - o X é o fator de desempate considerando o local atingido pelos disparos.

As meninas também ficaram acima do índice mínimo (MQS, na sigla em inglês) dessa prova (341 pontos) exigido para o Campeonato Mundial, no ano que vem, em Cheongju, na Coreia do Sul. Embora saiba que o MQS não garante vaga na competição, já que o CPB tem os próprios critérios de escolha dos atletas, Beatriz se emocionou.

"Eu estive no Mundial de 2014, na Alemanha, quando as primeiras mulheres brasileiras participaram da competição. Ter a possibilidade de montar uma equipe feminina para 2018 é emocionante, o nome fica na história”, comemorou a paulista.

Para a capixaba Eloísa Fernandes, a presença de mulheres nas competições pode mudar a “cara” do tiro esportivo,  uma modalidade com presença maior de homens. “Mostra para as mulheres que elas podem conseguir um lugar que já é delas”, disse.

Ambas as atletas tiveram trajetórias semelhantes: nasceram com mielomeningocele (com a medula exposta), o que causa uma lesão nos membros inferiores. Começaram no esporte pela natação, e Eloísa mudou de modalidade após uma lesão no ombro a impedir de fazer corretamente o movimento das braçadas. Beatriz se encontrou no tiro esportivo após um ano em depressão e afastada das piscinas, pelo fato de o corpo não render como antes. Apesar da mudança de vida pelo esporte, as duas ainda veem resistência de outras mulheres em se tornarem atiradoras:

"Eu até me divirto com o susto que as pessoas tomam. "Cuidado, que ela sabe atirar!". Mas a verdade é que associam o tiro esportivo à agressividade, o que não é real. Fazemos até teste psicológico, tudo certinho”, conta Beatriz.

Para Eloísa, a melhor forma de encarar os desafios é manter o foco nos objetivos: “Lugar de mulher é onde ela quiser. Meu lugar é no tiro esportivo e é aqui que vou ficar.”

Foto: CPB


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