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Além da Rio 2016, autoridades francesas investigam compra de votos na escolha de Tóquio 2020 e mundiais de atletismo

Após a deflagração da investigação de suspeita de compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro para os jogos de 2016 que culminou em um mandato de busca e apreensão na casa do presidente do COB Carlos Arthur Nuzman, Autoridades francesas afirmam que investigam também suspeita na escolha de Tóquio como sede dos jogos de 2020, além de escolhas de sedes do mundial de atletismo.

O único evento especificamente citado pelo procurador francês que está no Brasil trabalhando em parceria com a justiça brasileira, Jean-Yves Lourgouilloux ,são os Jogos de Tóquio 2020. Houve a comprovação de um pagamento feito pelo Comitê Organizador japonês para uma conta em Cingapura pertencente a uma das empresas de Papa Massata Diack, então membro da diretoria da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e filho do presidente da entidade, Lamine, que ficou no cargo de 1999 a agosto de 2015.

Tal movimentação foi descoberta enquanto a Justiça francesa buscava evidências de que os Diack, pai e filho, haviam recebido pagamento para acobertar um programa de doping estatal financiado pela Rússia. A partir deste ponto foram criadas duas diferentes linhas de investigação, uma sobre o esquema russo e outra sobre influencias indevidas na escolha das sedes de grandes eventos esportivos.

A parceria com as autoridades brasileiras levou à deflagração nesta terça-feira, no Brasil, da operação Unfair Play (Jogo sujo, na tradução usada pela Polícia Federal), um desdobramento da Operação Lava-Jato para apurar o uso de dinheiro público no pagamento de propina para a compra de votos que garantiriam a eleição do Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016.

"O trabalho indicou o mesmo para Mundiais de atletismo, mas nesse momento estamos focando mais em Jogos Olímpicos. Mas há indicação de fraude de edições passadas e edições futuras (de Mundiais de atletismo) sim. Se com as edições futuras pode haver mudança é uma questão a se colocar ao presidente atual da IAAF (Sebastian Coe)." Afirmou Lourgouilloux em entrevista coletiva realizada na terça-feira (5)

Segundo a imprensa francesa há cinco edições de Mundiais na mira da Justiça do país, três já realizadas e duas por vir: Moscou 2013, Pequim 2015, Londres 2017, Doha 2019 e Eugene 2021. Tanto Doha quanto Eugene foram apontadas como escolhas polêmicas à época dos anúncios: a cidade catari por ter sido escolhida mesmo em meio a denúncias sobre utilização de trabalho escravo no país para as obras da Copa do Mundo de futebol de 2022, e a cidade americana por suspeita de lobby de Coe, agora presidente da IAAF.

Eugene foi escolhida ainda na gestão de Lamine, que ignorou a intenção da sueca Gotemburgo de sediar o evento e anunciou a cidade vitoriosa sem realização de um processo eleitoral. Coe, na época vice-presidente da IAAF, tem uma longa relação como consultor da Nike, gigante do mercado de materiais esportivos com sede no estado do Oregon, onde fica Eugene. Questionado sobre um possível conflito de interesses quando assumiu a presidência, Coe garantiu sua isenção neste caso.


foto: Reprodução/ Sportv

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