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Advogados de Nuzman atacam Operação Unfair Play: 'Brasil não é colônia francesa'

Os advogados de Carlos Arthur Nuzman protocolaram na última sexta-feira a defesa preliminar do presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Rio-2016 da acusação de compra de votos para o Rio de Janeiro ser sede dos Jogos Olímpicos do ano passado. Na peça, os defensores negam todas as acusações, pedem o desbloqueio dos bens do dirigente e atacam a atuação dos Ministérios Público francês e brasileiro, que atuaram em conjunto. "O Brasil não é e nem nunca foi colônia francesa. Já foi de Portugal. E não é mais", diz o documento.

Sobre a polícia federal ter encontrado 480 mil reais em notas de dólares e euros, os advogados de Nuzman argumentaram que "Suas viagens ao exterior são constantes, quase semanais, havendo naturalmente disponibilização de verbas para despesas, não se vislumbrando ilicitude por se ter encontrado, em sua residência, moedas estrangeiras, tais como euros e dólares".

Na ação, autorizada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, a PF também apreendeu três passaportes: um nacional, um diplomático e um russo. Investigadores suspeitam que o passaporte russo tivesse sido uma espécie de "presente" dos russos para Nuzman votar em Sochi como sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014.

Segundo os advogados do dirigente, contudo, apenas o passaporte nacional está regularizado e apto a ser utilizado. Os demais estão com validade expirada. Sobre o passaporte russo, a defesa alega que Nuzman é "neto de russo, tem direito ao passaporte daquela nação" e que "nunca utilizou o documento".

Os advogados de Nuzman foi além ao ataque aos promotores brasileiros e franceses: "Os abusos permearam a participação inadequada, imprópria e até mesmo abusiva das autoridades francesas na residência do Paciente (Nuzman), destituído de sua dignidade pessoal, tratado como se fosse um meliante, com emissoras de televisão na porta de sua casa, jornalistas brasileiros e internacionais, todos avisados de antemão, como tem sido usual, para assistirem e filmarem o escarneamento indevido do destinatário da violência, desrespeitando-se, por completo, as regras mais elementares"
Nuzman foi um dos alvos da Operação Unfair Play, desdobramento da Lava Jato deflagrada no último dia 5. A Polícia Federal (PF) promoveu ações de busca e apreensão em sua residência e escritórios, além de convocá-lo a depor. O dirigente também teve seus bens bloqueados.

A suspeita dos investigadores - procuradores do Ministério Público Federal do Rio (MPF-RJ) e do Ministério Público Financeiro de Paris - é que Carlos Arthur Nuzman tenha participação em suposto esquema de compra de votos para o Rio ser sede dos Jogos Olímpicos.


Com Informações de Estadão
foto: Ricardo Moares/ Reuters



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